Clube do Pai Rico

“Tenho 27 ações e vendi 100 CALLs dela …”

Pergunta:

Bom dia.
Caso real:
Tenho 27 ALSO3 na carteira com pm de R$9,25, quase 100% de lucro.

Quero vender call a R$ 17,50, considerando o preço atual a R$16,44.
Supondo que o preço fique em 17,00 no dia de exercício:

1- Se eu NÃO for exercido e o preço ficar abaixo de minha venda, eu fico agora vendido com as 73 ações restantes do lote de 100?

2 – Se eu FOR exercido, lucro com as 27, e fico vendido nas demais?

3 – Acontece a mudança de comprado pra vendido na carteira, e atualizado meu pm, agora com prejuízo no strike?

4 – Ou fico com o prêmio e com as mesmas posição, caso não exercido?

5 – Para desfazer-me dessas que tenho na carteira, seria melhor uma compra de put, exercendo o valor mais alto no strike ou exercendo a mercado?

Resposta:

Opa ! Tudo certo João ? 🙂

Se você vendeu no strike R$17,50, e a ação mãe termina o vencimento nos R$17, você não será exercido. Neste caso, seria o cenário 4. Você não seria exercido, manteria as 27 ações em carteira e também o prêmio recebido pelo lançamento das CALLs. 😉

Sobre a “melhor forma” de se desfazer destas ações, EU permaneceria trabalhando no lançamento coberto de CALLs até que o exercício viesse a ocorrer. De novo: EU faria isso.

Mas aqui cabe um destaque: a maioria das ações só permite que trabalhemos com lotes de 100 Opções na venda de Opções. Então, como você falou em um dos cenários,  caso você tivesse feito a venda das 100 CALL de ALSO3, e fosse exercido, terminaria vendido em 73 ALSO3, precisando comprá-las no mercado, pelo preço que estivesse sendo praticado naquele momento. O que poderia ser R$18, ou R$28 … (mas as teria vendido por R$17,50, via exercício de Opções)

Obs: alguns ativos permitem que atuemos na venda individual de Opções, como é o caso de BOVA11. 🙂

Ah ! E algo importante … Pode ser que a tua corretora não te permita fazer a venda de 100 CALLs de ALSO3, tendo apenas 27 em carteira. Estarias “alavancando” uma venda descoberta – em quase 4x a tua posição, e a maioria das corretoras não gosta muito disso.

Espero ter te ajudado. 😀

O tema te interessa ? Você tem vontade de investir com Opções ? Te convido a conhecer o Double PUT Double CALL, o meu curso de Opções ! Será um prazer lhe ajudar neste processo de aprendizado !! 😀

Abraços !

Aprendendo a usar o STOP na base da dor !

Existe uma ferramenta que é fundamental para todo e qualquer investidor que deseja proteger seu capital, não importando qual a estratégia adotada, tampouco a escola (fundamentalista ou gráfica) escolhida … O STOP é obrigatório e ponto final.

Volta e meia falo sobre sua importância aqui no Clube:

– STOP !!! – O que o Zé faz para ganhar dinheiro na Bolsa de Valores ?
– Problemas com o uso do STOP ?

Falo e continuarei falando enquanto for necessário. 😉

E ontem me surgiu um pensamento interessante sobre o tema que preciso compartilhar com você.

Ele surgiu após um tweet enviado por um seguidor do Clube (já nos segue ?) e que dizia o seguinte:

Bah! hoje aprendi na dor a importância do Stop Loss!
 

Ao ler a mensagem direcionada a mim, perguntei:

Mas aprendeu usando, ou vendo que precisaria ter usado ?
 

E é a partir daqui que o pensamento que preciso dividir com você começa …

Existe alguma diferença entre aprender usando ou ver que precisaria ter usado ?

Sim, acredite. Na verdade, existe uma enorme, uma gigantesca diferença.

Ao se aprender algo pelo uso, você sentiu na pele a necessidade de tomar tal atitude, viu como funcionava, quais os efeitos de seu uso no seu patrimônio, na proteção dele.

Ao se aprender vendo que precisaria ter sido usado … Você realmente aprendeu ? Será ? Afinal de contas você ainda não usou, e se não usou algo que precisaria ter sido usado, é porque ainda não compreendeu (e tampouco sentiu seus efeitos) exatamente todas as consequências geradas pelo uso.

Existe uma diferença absurdamente grande entre dizer que aprendemos sobre a importância de algo, especialmente que tem como função proteger, por vermos a falta que fez, ou por termos usado e como ele nos protegeu. Por mais que você admita que entendeu os reais motivos que te exigem usar tal proteção, a lição só se mostrará como tendo sido plenamente compreendida a partir do momento em que você usar a proteção.

Se você vai lá, investe, e perde, para depois dizer “ah se eu tivesse usado o STOP !!”, sem tê-lo usado, quem te garante que usará na próxima oportunidade em que ele for exigido ? No máximo você pode afirmar que vivenciou a importância de seu uso. Mas dizer que aprendeu sobre a necessidade de uso, somente depois que tiver passado pela experiência completa: o STOP se fez necessário e você foi lá e fez uso dele.

A teoria é diferente da prática !!

Para algumas pessoas as duas coisas (usar e ver que precisava usar) têm a mesma importância e resultado …

Não ! Definitivamente NÃO !!!

A teoria é bem diferente da prática. Você ver que algo teria utilidade é importante. Mas você só compreenderá 100% de sua função a partir do momento em que se faz necessário.

Usando um exemplo bem bobo, mas que demonstra a diferença entre prática e teoria. Ok ?

Tenho uma filha de 5 anos, a Helena (que você já conhece se viu a página “Sobre” aqui do Clube). Até pouco tempo nós andávamos com ela no carrinho … E aqui cabe a pergunta: você já chegou à conclusão que a qualidade das nossas calçadas são mais do que péssimas ? Provavelmente … Mas você já sentiu na pele o quão ruins elas são ? Esburacadas, desniveladas, estreitas, com acesso precário (custava fazerem rampas de acesso decentes e não apenas rampas para dizer que existem rampas ?), etc etc.

Sempre achei que elas fossem ruins. Sempre achei que as pessoas que empurravam seus carrinhos de bebê, ou ainda pior … os que são cadeirantes, tinham problemas para usar as nossas belas calçadas. Via que eram ruins, mas só a partir do momento que passei a empurrar o carrinho da Helena senti o quão ruins eram.

Analogia tola … Talvez. Mas garanto que quem empurrou um carrinho (ou usa cadeira de rodas) sabe exatamente sobre o que estou falando. Sabe exatamente qual é a diferença entre ver que são ruins e sentir que são.

A mesma coisa acontece em relação ao STOP. Só no momento em que você usa é que você se dá conta de quão importante e fundamental ele é para a sua estratégia em Bolsa. Só após usar você sente todos os efeitos dele …

… e eles não são só bons não. Você sente na pela um misto de “ufaaaa” com “droga, perdi“.

Mas te garanto: é momentâneo ! Passa ! E depois você se dará conta que ainda está vivo e pronto para a próxima oportunidade. 😉

Acredite: ver a necessidade é diferente de usar e sentir na pele a sua necessidade.

Isso está sendo falado por uma pessoa que em 2005 não usou e que perdeu tudo o que tinha … (e que me levou à criação do método Double PUT Double CALL, mas esse é um papo para outra hora)

Sim, após não usar o STOP eu vi a necessidade. Mas garanto que só aprendi mesmo, depois de usar em uma outra oportunidade em que ele foi necessário e que graças a isso pude permanecer vivo no mercado para uma próxima oportunidade. 😀

Eu só aprendi, de verdade, quando fui lá e usei. Se não tivesse usado … teria falado “é, eu deveria ter usado … de novo“. Isso demonstraria que eu tinha aprendido a importância dele ? Pense, de verdade, sobre isso. 😉

Para encerrar, gostaria de compartilhar com você um pensamento que publiquei há alguns dias nas minhas redes sociais, mais especificamente no meu twitter e no meu instagram:

 

 

Sim, você pode copiar, compartilhar, dividir com quem realmente te importa. No futuro todos eles irão te agradecer. 🙂

Zé, para desfazer uma posição (zerar), o strike tem que ser o mesmo ?

Pergunta:

Opa!
Para desfazer uma posição (zerar), o strike tem que ser o mesmo?
Ex: vendi put strike R$ 100,00
Tenho que comprar com o strike R$ 100,00 também?

Resposta:

Opa ! Tudo certo Hermison ? 🙂

Isso. O mesmo strike, na mesma série, a mesma Opção que havias vendido. 😉

Fazendo uma analogia: se você tivesse comprado ações de Petrobras PN, PETR4, e quisesse encerrar uma operação, desfazendo-se da sua posição, o que você precisaria fazer ? (re)Vender as PETR4 que possui em carteira. Não é mesmo ?

Pois então, com as Opções funciona da mesma forma. 🙂

Se você está vendido em uma determinada Opção, precisará fazer a operação de (re)compra desta mesma Opção para que ocorra o encerramento, e você possa se desligar das obrigações atreladas ao lançamento. 😉

Então, digamos que você estava vendido na PETRO235, com strike R$23,51, e que gostaria de encerrar esta operação antes do vencimento, precisaria simplesmente (re)comprar a mesma quantidade de PETRO235 que está vendido.

O que aconteceria caso você tivesse comprado uma outra Opção, que não fosse a PETRO235 ? (comprado a PETRP334, que tem o mesmo strike, por exemplo, mas é de um vencimento diferente)

Ficaria vendido na O235 e comprado na P334. Sim, duas operações diferentes, uma com uma obrigação (a venda da O), e a outra com um direito (a compra da P).

Portanto, reforçando: para encerrar uma operação de venda de Opções, basta que você efetue a (re)compra da mesma Opção. Com o mesmo strike e da mesma série.

Aproveito para lhe fazer um convite ! Se quiser aprofundar teus estudos sobre o tema, não deixe de conhecer o Double PUT Double CALL. Um curso sobre Opções, onde compartilho a estratégia que uso em meus investimentos. Nele dou ênfase à base da teoria sobre Opções.

Somente esta base, sólida, é capaz de permitir obtermos os ganhos disponíveis neste mercado que nos permite tantas oportunidades. 🙂

Espero ter te ajudado ! 😉

Abraços !

O que acontece no dia do exercício das Opções ? (atualizado)

Pergunta:

Resposta:

Opa ! Tudo certo Rogério ? 🙂

Claro !! A hora é essa !! 😉

#1 – O que precisa para “honrar” o exercício de Opções, em cada um dos 4 casos:

Comprado em CALL – se você solicitar o exercício, irá comprar uma ação. Portanto, precisará ter dinheiro na conta para concretizar o negócio.

Vendido em CALL – se você for exercido, irá vender uma ação. Portanto, precisará ter ações em carteira para concretizar o negócio.

Comprado em PUT – se você solicitar o exercício, irá vender uma ação. Portanto, precisará ter ações me carteira para concretizar o negócio.

Vendido em PUT – se você for exercido, irá comprar uma ação. Portanto, precisará ter dinheiro na conta para concretizar o negócio.

O post “O que é uma CALL ? O que é uma PUT ?” pode lhe ajudar na compreensão das necessidades de cada caso. 🙂

Deixo a indicação de leitura de dois artigos que ajudarão a compreender toda a dinâmica:

Como funciona o exercício de opções ?
A pressão do exercício de opções

#2 – Automático ou Manual ?

Ocorrendo o exercício, é tudo automático. A corretora se encarrega do procedimento. 😉

Se você tem a ação para entregar, a corretora simplesmente entrega. Se não tem, e precisa entregar, ela compra no mercado e depois te manda a conta. 😀

#3 – Preciso pedir à corretora ?

Não. 🙂

Depois da mudança nas regras do vencimento de Opções (que falei neste post), a coisa se tornou automática como um todo. Se a Opção que você tem em mãos estiver ITM, ela será exercida. 😉

Espero ter ajudado ! 😀

Ah ! Importante também lembrar que no dia do vencimento temos uma agenda específica para as Opções:

Até às 14h45min é possível de que ocorra o exercício MANUAL das Opções que vencem hoje;

Até às 15h45min é possível negociarmos com as Opções que vencem hoje;

– O exercício via B3 ocorre após o fechamento do pregão, com base no preço do leilão de fechamento (aquele das 17h), às 18h15min;

Das 18h25min às 18h40min ocorrerá o after-market para possíveis ajustes de posição decorrentes do exercício de Opções.

Abraços !

“Zé, você abandonou a renda variável e foi para renda fixa ?”

Na semana passada, lá no Twitter, surgiu uma pergunta interessante, e que era mais ou menos assim:

Cadê a turma que sempre fala que é 100% renda variável ?
Sumiu ?

Afinal os últimos tempos não têm sido muito “favoráveis” para a Bolsa … Né ?

Eu prontamente fui um dos primeiros a responder. 😀

E claro que vieram dizer que não, que por estar fazendo isso, eu não tenho uma estratégia 100% renda variável.

🙄

Se tem uma coisa que eu sempre insisto é que na Bolsa você pode fazer 3 coisas:

– comprar uma ação
– vender uma ação (short)
não fazer nada

Concorda ?

Pois então … A pessoa está operando na Bolsa se tiver em uma das 3 possíveis situações acima. Não ?

Para muitos, investir em ações se resume à primeira alternativa. Só conhecem a compra de ações. Só sabem ganhar com o mercado em alta. Na hora que vira, nada podem fazer a não ser aguardar e ver suas ações se desvalorizando.

Outros, que fazem parte de um grupo pequeno, sabem que também podem operar na venda. Fazem short, que nada mais é do que a venda de uma ação que não possuem em carteira. (alugam a ação de outra pessoa e fazem a venda dela)

E a terceira alternativa, por mais que muitos não reconheçam, é praticada por quase todos os investidores da Bolsa. Quem nunca ficou com uma parcela do capital líquido, aguardando uma oportunidade de investimento ?

E por estarem líquidos, precisam manter o dinheiro em dinheiro propriamente dito ? Claro que não ! Quem vive o Mercado sabe que a maioria dos que lá estão, deixam a parte líquida da carteira em algum investimento de Renda Fixa. E nem por isso deixaram de ser investidores de renda variável …

Os próprios FIAs podem se dar esta liberdade. E eles são considerados investimentos 100% renda variável. Não ? (tanto que possuem vantagens tributárias por tal comportamento)

Veja bem: neste momento estou 100% líquido, aguardando um melhor momento para entrar. Estou líquido, esperando um sinal de entrada mais claro que me permita montar o tipo de operação que sempre monto.

Não mudei minhas regras. Não estou x% destinado à Bolsa e y% à renda fixa. Ou tampouco larguei mão de investir em ações para focar na renda fixa … 🙄

Permaneço 100% fiel à minha estratégia. Continuo seguindo o Double PUT Double CALL: só monto uma operação na hora que identifico uma possibilidade real de entrada, que me passe a confiança necessária para tal. Não saio atirando para todos os lados apenas para entrar em uma operação por entrar. Entro apenas quando acredito que seja a hora de entrar.

Quando não vislumbro tal cenário, não faço nada … Se estou com ações, mantenho elas paradas na carteira. Se estou com grana, ela permanecerá lá. E sim, permanecerá na renda fixa. É caixa livre para operações e não preciso ficar com esse dinheiro parado para continuar seguindo minhas regras operacionais.

Então, respondendo à pergunta que dá título ao post: Não, não abandonei a renda variável e tampouco migrei para a renda fixa. Eu apenas permaneço fazendo o que sempre fiz. Continuo 100% focado em Bolsa e apenas com o caixa livre para entrar em uma operação que atenda às minhas demandas, e satisfaça as minhas necessidades operacionais. 😉

Mas me diga … Você concorda ?