Clube do Pai Rico

Como anda o sell in may and go away em 2022 ? (outubro)

E chegamos ao fim de mais um ano de acompanhamento de uma das estratégias de calendário mais famosas do mercado financeiro. Acabou o prazo do “sell in may, and go away“. Nesta estratégia, o investidor sairia da renda variável, por conta do comportamento histórico deste mercado.

Ela sugere que o se fique de fora da Bolsa nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro, retornando em outubro.

Em 2022, o nosso ponto de partida foi na marca de 107.876 pontos.

Tenho acompanhado o sell in may de 2000 pra cá, e até então o placar era este: 9 quedas, 8 altas e 5 anos de estabilidade.

Como você deve ter reparado, 2022 foi um ponto para as altas. E isso embolou tudo ! 🙂

Fechamos o nosso acompanhamento em 116.037 pontos. Pouco mais de 8 mil pontos de alta. Ou ainda, +7,57% de valorização.

Repare que nos primeiros meses, o mercado chegou a cair. Fomos até à região dos 95 mil pontos. (em meados de julho)

De lá pra cá, o mercado se recuperou bem. Chegando a subir perto de 20% (praticamente em linha reta) após o teste deste fundo.

Depois tivemos um período de lateralização, para uma nova arrancada em seguida. (chegando perto dos 121 mil pontos)

Mas … (sempre tem um mas) repare que no gráfico mensal, ao menos por enquanto, vamos mantendo uma tendência de queda.

Temos o topo formado em meados de 2021. Um topo mais baixo em abril/2022, e a máxima do mês de outubro com quase mil pontos abaixo da de abril.

Em relação aos fundos, a mesma coisa. Após o topo de 2021, tivemos a criação de um fundo em novembro/21, com um novo fundo mais baixo do que o anterior em julho/22 …

Quem está esperando a retomada da alta, o primeiro ponto a ser observado e rompido, é justamente o da região dos 121.600 pontos.

Atualizando o placar, de 2000 até 2022, temos os seguintes resultados para o sell in may, and go away: 9 quedas, 9 altas e 5 anos de estabilidade.

ps: não custa lembrar que os que escolheram acompanhar o que a estratégia sugere, ao sair da Bolsa se direcionaram à renda fixa. E no período em questão, ela rendeu +6,46% … Sim, praticamente 1% a menos, e apenas isso.

E então, foi um ponto negativo para a estratégia em 2022, ou poderíamos considerar que foi “estável” ? 😉

Eu considero como sendo um período de alta, mas daqueles que me fazem pensar em quão válida (positivamente, de verdade) é a estratégia. 😀

Não … Você não precisa acreditar na estratégia. Mas para entender de onde ela surgir, veja esta imagem:

“Comprei uma PUT e veja no que deu …”

Pergunta:

Olá, não sabia nada sobre puts e comprei uma put da americanas AMERW990 por 6 centavos agora está 1 centavo, meu dinheiro diminuiu bastante, há uma probabilidade da put aumentar novamente? vale apena vender quando ela vencer?

Resposta:

Opa ! Tudo certo Diego ? 🙂

Antes de mais nada: é justamente por isso que eu insisto tanto para que vocês estudem, se informem antes de começar a usar Opções em seus investimentos. 🙁

(na verdade, a minha insistência no campo dos estudos engloba o todo ! hehehe)

Sobre a tua dúvida, posso dizer que há uma possibilidade de aumentar novamente. Agora, qual a probabilidade disso ocorrer ? Não faço ideia de como mensurar …

A tua compra aconteceu em um strike que está muito fora do dinheiro. (OTM)

Para que volte a se valorizar, seria necessário um movimento de queda muito forte do papel. (lembre-se que a PUT, para se valorizar, precisa da queda da ação “mãe”)

Ok … é uma PUT com vencimento em novembro/22, ainda resta 1 mês de vida para ela. Por isso disse que é possível de voltar a aumentar. Mas quão provável seja ? Difícil dizer …

AMER3 está cotada a R$17,44. O strike da tua PUT é R$9,90 ! Quase 50% de distância do preço atual 🙁

Distante … muiiito distante.

Dando continuidade à tua dúvida, “vale a pena vender quando ela vencer ?

Quando ela vencer, ela deixará de existir. Você só pode fazer alguma coisa com ela até o vencimento, e não depois dele. E se não houver uma queda mais forte, o mais provável é vermos a sua Opção mantendo a condição de pó …

Infelizmente, será preciso algum fato extraordinário que possa trazer a tua Opção de volta à “vida”. Como disse, precisará de uma queda muito forte para que ela volte a apresentar alguma valorização. 🙁

Espero que tenhas colocado pouco dinheiro nesta operação. A compra de Opções é extremamente arriscada, por isso nem cogito trabalhar com esse tipo de operação. Prefiro buscar um rendimento menor, mas consistente, do que a promessa e a esperança de um ganho “explosivo”.

Além disso, reforço o convite para buscar conhecimento e informação antes de voltar a trabalhar com o instrumento. Te convido a conhecer o meu curso de Opções, o Double PUT Double CALL. Será um prazer te receber em sala de aula e poder te acompanhar nesta jornada. 🙂

Espero ter te ajudado de alguma forma.

Leitura sugerida e complementar:

– Como funciona o exercício de opções ?

– O que acontece no dia do exercício das Opções ?

– Quem exerce uma opção, exerce por qual motivo ?

Abraços ! 🙂

Recomprar as ações exercidas no vencimento de opções é considerado daytrade ?

Pergunta:

Saudações,

Parabéns pelo trabalho prestado a comunidade financeira!
Gostaria de sanar uma dúvida quanto a uma operação com opções, pois, neste mercado sou incipiente:

Por exemplo, tenho uma posição de 2k em BBAS3 e realizei a venda coberta de 1k em BBASL62. No dia do exercício, efetuo a compra de 2k de BBAS3 a um preço superior ao strike no qual fui exercido. Neste caso, ocorre uma operação de day trade e, assim, como ficaria a posição no ativo? Nesta situação, ao final teria uma posição de 3k e um novo preço médio, além de um prejuízo a ser registrado na categoria day trade, correto?

Feliz ano novo!

Atenciosamente, Welton

Resposta:

Bom dia Welton,

Muito obrigado !! Quanto mais pessoas impactarmos, mais pessoas se livrarão das algemas que a pressão financeira cria. 😉

Uma dúvida muito comum e que tem uma resposta que vai completamente contra a lógica da coisa, hehehe. 😀

Vamos lá: você tem 2.000 BBAS3 e vende 1.000 BBASL62 (cobertas por suas ações). No dia do exercício, que foi no dia 19/12/2016, você foi exercido nesta venda. Como você disse, a cotação da BBAS3 estava acima do strike dela. Desta forma ficou com 1.000 BBAS3 em carteira.

O recebimento do valor originado deste exercício será creditado em sua conta na quinta-feira seguinte ao vencimento. E esse é o sinal para que a resposta surja … 🙂

Reparou que o exercício da opção ocorre como se fosse uma venda normal ? Pois então … é assim que a coisa flui para a Bolsa. É uma operação “compromissada”, com data marcada para o seu encerramento.

Agora é que vem o detalhe que encerra a “discussão”. No dia do exercício você efetua a compra de outras 2.000 BBAS3, com um preço acima do apresentado pelas ações que já possui em carteira. Com isso ficará com 3.000 BBAS3, e terá como preço médio (x+2y)/3 … Grego ? Não, bem simples na verdade, hehehe. O preço médio será o valor médio das suas 2.000 BBAS3 “originais”, que agora são apenas 1.000, mais duas vezes o preço médio das 2.000 BBAS3 novas. Tudo isso dividido por 3, afinal agora são 3.000 ações que integram a sua carteira.

O resultado final seria um prejuízo na categoria daytrade ? Não ! (um categórico não …)

Continue lendo …

Como anda o sell in may and go away em 2022 ? (setembro)

E foi mais um mês em que ficamos presos no caixote. 🙂

108k / 114k foram as barreiras, e por lá ficamos …

(com uma breve escapada na semana passada)

Mas ainda estamos nessa briga. 🙄

Tanto que subimos apenas 500 pontos no mês. +- 0,5% de alta.

Na tela, temos o gráfico diário, e a forte reação vista no último pregão do mês.

Motivo ? Puxeta e fim de mês ? Puxeta de trimestre ? Puxeta para as eleições ? (quando ~todos esperavam um pregão de queda)

Não sei … Só sei que subiu. E subiu bem.

No semanal temos algo interessante. Veja que a forte recuperação ocorreu praticamente em cima da média de 200 semanas.

No semanal a região dos 112 mil pontos ganha destaque. Talvez até mais do que a dos 114k, que é a nossa grande barreira.

Portanto, fiquemos de olho num possível teste dos 112k.

Já no mensal, a informação mais importante ainda é a demonstração de força da região dos 114k, e o topo ali formado. (foi a máxima de agosto e setembro)

A tendência de queda ainda está formada.

E sobre o sell in may and go away, pouco mais de 2 mil pontos vão indo contra a estratégia de calendário mais famosa de todos os tempos. O nosso ponto de partida era o 107.876 pontos. Lembra ?

Veremos o que rola neste último mês. (sim, outubro é o final)

Será que muda ?

Zé, o que você acha da operação “Collar” em Opções ?

Nos últimos tempos tivemos o surgimento de uma nova estratégia de proteção da carteira milagrosa da vez © (algo que vemos acontecer com uma certa frequência …). A bola da vez é a estratégia Collar.

No que consiste o Collar ?

A operação é simples, e bem parecida com sua predecessora, a compra de PUT. A principal diferença é que no Collar, esta compra seria “financiada”, reduzindo o custo da operação.

E é justamente este o maior argumento de defesa da estratégia usado pelos seus defensores.

Mas … será que é realmente isso tudo ?

Antes de mais nada, se você quiser saber um pouco mais sobre a estratégia de compra de Opções PUT, para a defesa da carteira, indico a leitura destes dois artigos:

– Comprar PUT para se proteger da queda. Até onde levá-la ?

– Comprei algumas opções PUT para vencimento agora em janeiro e estou perdendo dinheiro. O que faço ?

Como você pode ver, na compra pura e simples de PUT, o investidor precisará desembolsar um determinado capital para montar a proteção. Se for usada com certa frequência, o custo das montagens pode encarecer demais o seu uso. Se usar com menor frequência, apenas em “momento específicos de mercado”, custará menos, mas correrá o risco de não estar protegido na hora em que viesse a ser necessário …

Como muitos gostam de comparar, a compra de Opções PUT se assemelha muito a um seguro de carro. Você paga, para não usar.

Tendo as PUT em mãos, você torce para que o mercado mantenha seu movimento de alta, que as ações permaneçam se valorizando, pois isso fará com que o custo de aquisição das PUT seja compensado pelo aumento na cotação das ações.

Se cair muito, você “se protege” da queda, pela valorização das PUTs, aliviando a perda obtida na ação.

Se não cair muito, mas cair, suas ações sentem, as Opções não se valorizam, trazendo perda para a carteira. (pelo custo da compra da Opção e a desvalorização da ação)

Se ficar na mesma, você perde o valor usado na compra das Opções.

Se subir, suas ações sobem e você perde o dinheiro usado na compra das PUTs. E é justamente este o cenário que você quer que aconteça.

Como disse antes, o maior problema da compra pura e simples de PUT para a proteção de uma carteira de ações, reside no custo da compra das Opções. Se errar a mão, gasta muito, e corre o risco de não conseguir proteger tão bem assim.

Voltando ao Collar, lembra que falei que ele “surgiu” como uma alternativa à compra de PUT ? Atacando justamente o maior problema, que é o custo da montagem da operação seguro ?

Como disse, a principal diferença do Collar é que nele nós financiamos a compra da PUT. Fazemos isso através da venda de Opção CALL.

E é aí que mora o “problema” da nova estratégia de proteção da carteira milagrosa da vez © …

Para financiarmos a compra da PUT, tirando da equação o custo de aquisição do seguro, abrimos mão de parte dos possíveis ganhos a serem obtidos com a continuidade da alta, da valorização da ação. (que é o que a pessoa que adota essa estratégia quer, lembra ?)

Olhando de novo aquela listinha de cenários que vimos para a compra pura e simples de PUT, só que agora usando o Collar:

Se cair muito, você “se protege” da queda, pela valorização das PUTs, aliviando a perda obtida na ação.

Se não cair muito, mas cair, suas ações sentem, as Opções não se valorizam, trazendo perda para a carteira. (pela desvalorização da ação)

Se ficar na mesma, fica quase elas por elas.

Se subir, suas ações sobem e você pode vir a ser exercido na CALL que havia lançado para financiar a compra da PUT. Sendo justamente este o cenário que você queria ver acontecendo.

Ou seja: você limita as perdas, mas ao mesmo tempo, limita os ganhos da carteira.

Será que isso é realmente válido para alguém que deseja proteger e ver crescer uma carteira de longo prazo ?

Mas Zé, quem faz venda coberta de CALL pura e simples também não passa por problema parecido ?

E aí eu te digo: reflita sobre o comportamento de longo prazo das duas estratégias e identifique as diferenças. 😉

E então, você considera o Collar como sendo a estratégia de proteção de carteira mais eficiente de todas ?