Um pouco da história do mercado de Opções no Brasil: até ~poucos anos atrás, o nosso mercado de PUTs praticamente não existia. Era muito pequeno. Poucos participantes, pouco volume …
Para você ter uma ideia, os livros brasileiros sobre Opções simplesmente diziam: “Falaremos apenas sobre operações e estratégias que envolvam o uso de Opções de compra, pois as de venda não são possíveis de serem feitas no Brasil, devido à falta de liquidez“. (ou algo do tipo)
Sim … trabalhar com PUTs era tão raro no Brasil, que muitos dos livros que ensinavam sobre o tema, simplesmente não falavam sobre elas ! 🙄
E eu sou dessa época. Comecei a estudar sobre o tema quando “só existia mercado de CALL”. Foi neste cenário que eu comecei a acompanhar as posições em aberto (e as vendas descobertas) das Opções. Foi neste cenário que o IQ surgiu … Apenas com CALLs.
E já são anos e anos e anos. 🙂
De lá pra cá, o mercado de Opções de venda (as PUTs, prazer) cresceu. Evoluiu. Apareceu. Agradeça aos Formadores de Mercado !! 😀
E o Zé permaneceu apenas acompanhando o IQ das CALLs …
Mas também … Há poucos anos (e isso deve ser uns 3 ou 4 no máximo !) o volume de PUTs de PETR4 representava uns 10% ou 20% do visto nas CALLs. Era grande (pois era o maior de todos e GRANDE), mas pequeno, comparando com o visto nas CALLs.
E por isso, eu deixava o IQ das PUTs de lado.
Mas … hoje, ao começar a escrever este texto, fui olhar de novo e me surpreendi. Hoje, o volume total de vendas (número de Opções vendidas) das PUTs é equivalente a 70% do visto nas CALLs !! 😯
Sim !! Te impressionou também ? 🙂
Portanto, um post que era para eu explicar os meus motivos de não acompanhar o IQ das PUTs de PETR4, acabou se transformando num post onde eu anuncio que a partir de agora eu também farei o acompanhamento delas !! 😀
Acho que já estava mais do que na hora. Né ? hehehe
E assim são as coisas no Mercado: vamos evoluindo. Sempre. 😉
Mas me diga: você já acompanhava o IQ das PUTs também ?
Então saber quando ocorrem os vencimentos será a parte mais simples da história. 😀
O nosso próximo vencimento ocorrerá no dia 18 de fevereiro:
Olhe para a imagem acima, onde apresento o calendário de fevereiro de 2022. Fácil identificar o vencimento. Não é mesmo ? (em verde, circulado)
A primeira coisa é simples: os vencimentos de Opção são MENSAIS. Sim, todos os meses temos vencimento de Opções. E saiba que isso não é uma coisa que ocorre desde sempre … Até pouco mais de 10 anos o vencimento era bimestral, ocorrendo somente nos meses pares, da mesma forma que acontece hoje com o vencimento dos contratos de Futuros.
A segunda coisa: os vencimentos de Opções ocorrerão sempre na terceira sexta-feira do mês. “Ah Zé, mas e se for feriado ?” Dai ele será realizado na quinta-feira. 😉
Então, sendo direto: o vencimento de Opções ocorre em todas terceira sexta-feira do mês, ao final do pregão. As letras que identificam cada um dos vencimentos, e se a Opção se trata de uma CALL ou uma PUT, você já conhece. Não é mesmo ? Se ainda não, dê uma olhada neste post: Você sabe quais são os códigos de vencimento das opções ?
Você quer um calendário completo de 2022 ?
Sim ! Eu tenho um calendário prontinho aqui. 😀
No mesmo formato do que é apresentado ali em cima. Cada mês, com a data do vencimento, os feriados que afetam os negócios na Bolsa (em vermelho) e as letras que identificam as séries daquele mês. (CALL e PUT, respectivamente)
Se você tiver interesse, basta informar o seu e-mail no formulário abaixo para que ele seja enviado automaticamente. 😉
Pai! Acha valida a estratégia de recomprar a opção e vender a ação no valor que ela estiver? (um auto exercício, para evitar as taxas da B3?)
Resposta:
Opa ! Tudo certo Breno ? 🙂
Se tem uma coisa que me impressiona, é como as pessoas se preocupam com o custo de corretagem do exercício das Opções. Vocês não imaginam a quantidade de dúvidas que recebo abordando especificamente este tema. “Onde pago menos ?”, “Onde não cobram ?”, “Por que é tão caro ?”, “Isso não inviabiliza o lançamento coberto de Opções ?”; são apenas algumas delas.
Mas a pergunta do Breno vai além. Ela é justamente sobre uma das formas que muitos encontraram para evitar este custo operacional. 😀
Antes de responder ao Breno, sugiro que todos leiam o post “Venda coberta é muito mais do que vender e ser exercido“, para lembrá-los de que ser exercido em um lançamento coberto é apenas uma possibilidade, e não um “fato certo”. Sabe ? Não seremos exercidos em todos os lançamentos. Se feito da forma correta, o exercício se torna uma exceção, e não a regra, como muitos relatam …
Sobre a ideia do “auto exercício“, para evitar os custos operacionais, as taxas da corretora (só lembrando, a corretagem quem cobra é a corretora, e não a B3. É ela quem cobra uma corretagem de “R$1” por negócio executado, ou 0,5% em cima do volume negociado), é um procedimento que muitos usam. 😀
No caso da pergunta enviada pelo Breno, ele está se referindo a um auto exercício de um lançamento de CALL que está para ser exercido. Como funcionaria o exercício padrão ?
Digamos que a pessoa está vendida na PETRB257, que tem como strike o valor de R$30,26. Se exercida, ela entregará suas PETR4 pelo valor de R$30,26. Correto ?
Façamos de conta que estamos no final do exercício, no último pregão antes do vencimento e essa Opção já perdeu todo o seu valor extrínseco (VE). A ação está sendo cotada a R$31,77 no mercado. Então, significa que a B257 estaria sendo negociada a R$1,51.
Desta forma, o que aconteceria se a pessoa recomprasse a B257 e vendesse manualmente suas PETR4 diretamente no mercado ? Desembolsaria R$1,51 para recomprar a sua Opção vendida, e venderia suas PETR4 por R$31,77. Correto ? No final desse procedimento, quais seriam os valores restantes ? R$31,77 – R$1,51 = R$30,26
Sim, o mesmo valor que receberia através do exercício padrão de Opções. 🙂
Mas neste caso, existiria uma diferença … (e neste caso, só seria válido para alguns casos)
Na hora que a pessoa recomprou a B257, e que vendeu a PETR4, executou duas operações, e portanto desembolsará 2 corretagens padrão. Enquanto isso, se tivesse deixado que o exercício padrão ocorresse, desembolsaria 0,5% sobre o volume negociado. (é a corretagem “padrão” para o exercício de Opções)
Digamos que o lançamento inicial foi de 1.000 PETRB257. O exercício movimentaria um total de R$30.260,00 e a corretagem padrão sobre este volume seria de algo próximo a R$150 ! Quanto ela gastaria com a operação de recompra da Opção + a de venda das PETR4 ? Dependeria do custo por operação da pessoa. Se for em uma corretora que é isenta de corretagem ? “Nada”. Se é em uma corretora que cobra R$1 por operação, gastaria R$2. Se for em uma corretora que cobra R$5 por operação, gastaria R$10 … Sim, dependeria apenas do custo da corretagem fixa cobrada por ela.
Agora, lembra que falei que isso é válido apenas para alguns casos ? Pois então … Se a pessoa usa uma corretora que já cobra de forma padrão os 0,5% sobre o volume negociado, para todo e qualquer tipo de operação, não haveria validade no exercício “caseiro”. Pois as duas operações (exercício padrão, ou o caseiro) custariam os mesmos 0,5% sobre o volume negociado. 😉
Só que este é apenas um exemplo … Pode ser que na hora que você for tentar fazer o auto exercício, não encontre liquidez na Opção que deseja recomprar … Pode ser que encontre ela ainda com algum VE, e isso acabe fazendo com que o valor recebido no final do “auto exercício” não seja exatamente o mesmo que o obtido com o exercício padrão …
Mas sim, é uma ideia totalmente válida e que pode baratear bastante os custos nos casos onde a pessoa será exercida. 🙂
Este post foi originalmente publicado em março de 2016, no BOOM de recuperação após o fundo de janeiro, aquele dos 37k. 🙂
Achei importante compartilhar um evento antigo, uma experiência passada, para mostrar como as coisas funcionam. E tanto funcionam, que foi assim que eu me comportei agora para o vencimento de janeiro de 2022 … Só olhando. Como estava aguardando uma oportunidade para lançar PUTs, a situação esticada do mercado não me propiciava a melhor das oportunidades. (ao menos não aquele tipo de oportunidade que busco, hehehe)
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No aluguel de ações de hoje, falei sobre o medo de operar que venho enfrentando atualmente. Estamos em um movimento de forte recuperação das quedas que vimos ocorrendo no início do ano, com poucas pausas para descanso. Lembra que eu falava sobre o quão impressionado estava com a força e constância da queda de janeiro ? Pois bem … a atual está querendo competir com ela. 🙂
Ok … Ok … São coisas diferentes. A queda de janeiro foi diária, sem praticamente nenhuma correção durante 3 longas semanas. A alta atual é forte, com dias que superam os 5% de alta (não vimos 5% de queda em janeiro) em vários pregões. Mas com alguns dias de queda, ou de estabilidade, que permitem um ajuste nas operações.
Mas isso é no diário … No semanal a coisa está esticando cada vez mais, mas isso é “bom“. Uma correção está próxima e, para quem vive de vendas, isso é um bom sinal. Lembra que eu fico aguardando um sinal para entrar ? Pois então, acredito que ele está chegando … Chegando não quer dizer que chegou, ok ? 😉
Mas o medo …
Tudo esticado, o sinal da venda deve estar chegando … Mas … Mas … Mas o medo me impede de fazer qualquer coisa. Sim, eu assumo: estou com medo do mercado. 😯
As cotações vêm sendo movidas pelas notícias que surgem diariamente. O mercado vem andando em saltos, normalmente vistos na abertura dos negócios. E o medo de que isso continue vem me impedindo de operar.
– “Mas como pode ! Uma pessoa que se considera trader, que opera através dos gráficos, dizer que está com medo do mercado ?”
Sim, estou com medo. Digamos que já vi muita coisa acontecer. Já vi muitas alegrias e muitas tristezas no mercado. E justamente por isso estou com medo da situação atual. Neste caso, a meu ver, é um medo bom. Um medo que me impede de correr um risco desnecessário, que poderia me trazer mais risco do que retorno. Sabe ?
Pois é … vou lhe apresentar uma alternativa para os investimentos em Bolsa – especialmente para momentos de extrema volatilidade como o atual – que poucos indicam. Posso ser “linchado” por isso … mas é meu dever.
Como ganhar dinheiro na Bolsa no longo prazo
Existem 3 alternativas em Bolsa. 3 possibilidades de negócio que lhe permitem ganhar e sobreviver na Bolsa, e de Bolsa. Elas são:
– Comprar uma ação, quando acredita que a cotação irá subir;
– Vender uma ação, quando acredita que a cotação irá cair;
– Não fazer absolutamente nada, quando a situação lhe traz algum desconforto e você acredita que existe risco para as duas alternativas anteriores.
Sim: você pode não fazer nada. Pode ficar apenas olhando, acompanhando de camarote o desenrolar dos fatos. Em muitos casos é uma decisão difícil, doída, ainda mais quando o que você pensa que poderá acontecer se concretiza. Mas é uma decisão que mostra o quão maduro você está em relação ao mercado.
Me diga: qual é o motivo que você tem para entrar em uma operação arriscada, somente para tentar ganhar alguma coisa? Se você fica desconfortável com isso … Nenhum. Não é por causa da perda de um trade que você ficará mais pobre. Na verdade, você não perde absolutamente nada por ficar de fora de um trade. Ok, deixa de ganhar o que ele poderia lhe gerar. Mas perda, propriamente dita, nada. Zero …
Ficar de fora, em momentos como o atual, pode fazer bem à sua saúde mental. Acredite. 🙂
Aquela sensação de perder o bonde é chata, eu sei disso. Mas sair ileso de toda a loucura pode lhe fazer bem. Especialmente no longo prazo …
Claro que a situação é diferente para quem opera visando o longo prazo, comprando ações constantemente, tanto em momentos de alta quanto nos de baixa. Quem faz isso fica mais “confortável”, mesmo com todas as oscilações, está acostumado à movimentação. Ou ao menos deveria estar …
Me refiro, especialmente, às pessoas que operam visando o curto prazo. Trades curtos, de poucos dias. Daytraders ? Para eles tanto faz, quanto tanto fez … Eles não passarão a noite posicionados, escapando desta forma dos movimentos baseados em notícias que me referia no começo do texto. Quem monta operações de poucos dias é quem mais está operando o risco destes movimentos.
Para quem opera desta forma, o conforto é ferramenta fundamental no trade. Seja o conforto por operar um lote (a quantidade de ações) que não lhe tirará o sono. Seja o conforto de ter um STOP, que em caso de acionamento, não lhe morda um tamanho exagerado da carteira. Seja um conforto que deixe tranquilo por não estar operando, por causa do risco da operação que você acredita ser a certa.
Essa pode ser a sua melhor decisão
Como disse, é uma sensação “ruim” estar de fora da festa. Mas isso pode ser a diferença entre estar vivo para o próximo movimento ou estar de fora do mercado, expulso por ter quebrado …
Com o passar do tempo você será capaz de filtrar o que é medo puro e simples do que é medo “fundamentado”. Sabe ? O primeiro você vai podando aos poucos. O segundo merece ser bem tratado e cultivado com alegria. 😀
Torço para que o meu medo atual seja este do segundo tipo. 😉
Eu falar sobre Candlesticks é revisitar aquele garoto que dava seus primeiros passos no mundo dos investimentos. Aquele rapaz que ainda estava escolhendo o que fazer, como fazer, que ferramentas usar. Um cara com mais dúvidas que ele poderia imaginar que tivesse. 😉
Para quem não sabe, o universo dos candles foi um dos meus primeiros contatos reais com o mundo das ações.
Foi em um curso sobre candlesticks que as coisas começaram a ficar mais claras para mim. Foi naquele curso que o “fazer diferente” se tornou a minha escolha. Valeu Nathal !! 😀
Além de ser uma ferramenta que te ajuda a enxergar melhor o gráfico, entendendo o que aconteceu durante o período em que cada barra é desenhada (sim !!), o foco dela é te ajudar na identificação das reversões. Trabalhando com o auxílio dos suportes e resistências, e dos padrões de reversão já famosos, o candlestick te ajuda a identificar a “hora da virada”.
Alguns acreditam … Outros não.
Alguns o usam … Outros não.
Só sei que eu não abro mão. 🙂
Posso até não ser tão xiita quanto era no início. Mas ainda dou muito valor à ferramenta. 😉
Acredito que o seu uso no mercado brasileiro já supere os outros tipos de gráfico (linha, figura e ponto, barra …), mesmo que a pessoa que o usa, não o faça para ler seus padrões de reversão. Muitos usam justamente pela facilidade que ele traz para compreender o que aconteceu durante o período de confecção de cada candle, como já falei antes.
Sobre o livro
O “Estratégias para lucrar com gráficos de candlesticks“, de Steve Nison – o PAI da criança aqui no ocidente, vai além da apresentação dos padrões de reversão. Ele os apresenta, é claro, mas faz também um “extra”: ele linka os padrões de reversão com outros indicadores e ferramentas de análise técnica.
E para mim, esse é um dos grandes diferenciais deste livro. 😀
A maioria dos que já tinha lido, apenas apresentavam os padrões de reversão e pronto. Este traz os padrões e te ajuda a entender melhor, como podemos usa-los junto às ferramentas que já costumamos usar em nossas análises. 😉
Eu mesmo faço isso, pois os candles são apenas um dos itens da minha lista de indicadores e ferramentas usadas na hora de analisar uma possível operação. 🙂