Clube do Pai Rico

Livros ||| Imposto de Renda no Mercado de Ações

Conforme o mercado vai amadurecendo, mais material informativo de qualidade vai surgindo. Pense em nosso mercado editorial há 10 anos, quais eram suas opções de leitura para aprender mais (ou alguma coisa) sobre um tipo de investimento ? Quase zero …

Temas mais específicos então … Mas as coisas mudam, ainda bem. 😀

Já faz um bom tempo que li o único livro que havia sobre o tema tributação para o mercado de ações, o Imposto de Renda nas Bolsas de Valores para Pessoas Físicas, e foi muito bom. Foi, até ler o “Imposto de Renda no Mercado de Ações” (Novatec, 2012) e ver que havia uma forma de tornar ainda mais completo o que já havia considerado completo. 🙂

Detalhado ?

Pense em algo bem detalhado, exemplificado, esmiuçado … Algo que te apresente tim tim por tim tim um tema … é este livro. Sério, fiquei impressionado com o quão bem detalhado, e explicado, foi o tema imposto de renda em ações neste livro. 😯

Desde a parte de cálculo de preço médio de aquisição, como calcular, quando, se deve calcular, tudo; até a parte venda e aferição de lucro e consequente tributação. Se você pensa que sabe os detalhes dos detalhes, reveja seus conceitos, hehehe. São muitas páginas detalhando as formas de se calcular o preço de compra, o preço de venda, o lucro, o imposto, de diversas formas de modalidades de investimento do mercado acionário. Afinal, o mercado não é formado apenas por ações. 😉

Você sabia que existe um determinado tipo de operação que é tributado como renda fixa, mesmo envolvendo apenas o uso de opções ? Sim !! Neste tipo de operação – box – você deverá adotar a tabela de tributação referente ao tempo de “vida” do investimento, e não os tradicionais 15% sobre o lucro. Antes de ler este livro, eu nem imaginava que isso era possível. 😀

Outra parte muito interessante é a seção destinada apenas ao tema “o que pode, ou não, ser deduzido do seu lucro como custo de operação“. 🙂

Bom, já deu para perceber que gostei muito deste livro, não é mesmo ? Se você me perguntar qual deve ser a sua leitura sobre o tema imposto em ações, certamente será esse.
 

Nota do Site:
5 Moedas

Imposto de Renda no Mercado de Ações
Murillo Lo Visco

Editora: Novatec
Ano: 2020
Edição: 3
Número de páginas: 312
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Zé, quais informações você olha no começo do dia ? (para a Bolsa)

Conforme os anos vão se passando, vamos adquirindo hábitos e criando uma rotina que nos ajuda a otimizar o tempo e obter melhores resultados com aquilo que temos. Com meus investimentos em Bolsa não poderia ser diferente ! 🙂

Com quase 20 anos de olho na telinha, acompanhando as cotações e gráficos dos ativos, uma série de informações foram sendo anexadas a uma pequena relação de coisas que olho logo no começo do dia. Informações que me ajudam a compreender (ou ao menos tentar …) melhor o que está ocorrendo, tanto aqui quanto lá fora.

Algumas são puras, as consumo diretamente na fonte. Outras precisam de algum tipo de preparativo, preciso cole-las, analisar, filtrar, processar para ai sim ter algo em mãos que possa ser consumido. 😉

Informações simples, disponíveis para todos os interessados. Mas que, infelizmente, muitas vezes são deixadas de lado … O motivo ? Desconhecimento de sua existência em grande parte das vezes. Noutras é por pura comodidade mesmo …

Para mim é algo tão natural conferir tudo logo no começo do dia, enquanto estou na fase de “acordando” (pré café), que não consigo imaginar o quão difícil é fazer isso, para justificar qualquer tipo de “preguiça” para ver. O mais interessante é que as informações contidas nestes dados é tão importante, de interpretação tão fácil, com um retorno tão bom, que não consigo mais me imaginar operando sem elas.

Quem me segue no twitter (se ainda não segue, está perdendo … já são quase 13 mil seguidores !) acompanha uma grande parte do que vejo. Costumo compartilhar lá os dados que mais me chamam a atenção em cada análise diária. Claro que não tenho como compartilhar absolutamente tudo, nem todos os dados são facilmente apresentados em apenas 140 caracteres … 🙁

E justamente esse foi o motivo que me levou a criar esta lista de itens que olho logo no começo do dia, antes de iniciar meus negócios em Bolsa. 😉

Você verá, tudo muito simples !

Uma coisa eu garanto: é tudo muito simples. A grande maioria deles não precisa de muito processamento. Somente uma pequena parte precisa de algum conceito ou reflexão mais profunda. Mas para você, que já está habituado com o que é publicado aqui no Clube, a coisa já está bem mais mastigada. 😀

Vamos à lista ?

– Fluxo de Capital Estrangeiro

Essa é uma informação que considero ser tão importante que tem espaço garantido aqui no site do Clube há muitos anos. Um post criado exclusivamente para divulgar o desempenho dos gringos em relação à nossa Bolsa.

Desde 2003 são eles que ditam as regras do jogo na Bovespa. É graças ao fluxo de grana deles que os maiores movimentos ocorrem por aqui. Concorde você ou não. 🙂

Diariamente eu colho os dados do site da bovespa, processo em uma planilha (que serve para manter as contas em ordem), e apresento o resultado final aqui no Clube. Se você tiver interesse de saber onde olhar a informação em sua fonte, o site é esse.

– Aluguel de ações

Por que olho a situação das ações alugadas ? Simples: elas têm grande poder de fogo.

Prioritariamente são usadas em operações de venda, onde o investidor tem como expectativa a queda das cotações. Portanto saber quando as posições apresentam crescimento pode ajudar a identificar uma pressão vendedora e portanto uma possibilidade de correção .

Mas não é só isso. Números muito altos em situação de alta, com resistências sendo rompidas, podem ser traduzidos em mais força na compra. Contraditório ? Não !! A pressão é vendedora, mas se a coisa vai contra o plano original, é chance de STOP ! Com o encerramento das operações de venda, daquela massa de vendedores, a compra realizada por eles pode catapultar as cotações. (sim, foi o que vimos acontecer durante parte da alta deste ano)

Importante ? Sim, tanto que tem espaço em outro post diário aqui no Clube. 😉

Quer olhar direto na fonte ? Aqui.

– Posição vendida em opções

Para quem opera na venda de opções, saber quem são suas companhias e qual a força deles é fundamental para ter um pouco de “vantagem” no campo de batalha. Peixes grandes e tubarões devoram os sardinhas … É a lei da selva sendo respeitada.

Olho duas coisas: a posição vendida em si e o índice de qualidade dessa venda. A posição em si me informa o tamanho do buraco que temos pela frente. Qual é o poder de fogo do “inimigo” – ou na maioria das vezes, do companheiro de trincheira. A interpretação desse dado é parecida com a do aluguel de ações.

Já o índice de qualidade me informa quem está na batalha. Sardinhas ou tubarões ? Saber isso é muito importante. Quem você gostaria de ter ao seu lado ? Um sardinha ou um tubarão ? E contra você ? 🙂

Além disso, uma distorção nos dados pode dar uma pista importante de uma mudança no cenário … Vimos isso na última semana do vencimento de opções de outubro. Lembra ?

Acho que esse é o dado que mais precisa de tratamento e processamento. Mas se você quiser olhar direto na fonte, o link é esse.

– Os gringos e o índice futuro

Você já conhece a importância dessa informação. Vai na mesma linha do fluxo de capital estrangeiro, mas de forma mais “instantânea”, sabe ?

Outro dado que forneço diariamente lá no twitter, mas se você quiser acompanhar diretamente no site da bovespa, o link está aqui.

– Bolsas mundiais

Preciso explicar o motivo ? 😉

Os negócios começam mais cedo lá fora. Como tudo está conectado, o desempenho deles influencia diretamente o que vai acontecer aqui. Portanto …

Acompanho tudo em um site da CNN, que apresenta tudo na mesma página, de forma bem prática.

“Só isso” !!

Pronto. Falei que eram somente alguns dados …

Pode parecer muita coisa, mas com o passar do tempo verá que não é. Um dado parece estar “conectado” ao outro, influenciando o outro. E isso ajuda a enxergar melhor o cenário como um todo.

Mais uma pecinha do grande quebra-cabeças que é a forma com que eu opero. 😀

Vendi menos de R$20 mil em ações e tive perdas … Posso usar para compensar um lucro futuro ?

Pergunta:

Olá Zé, boa noite.
Aprendi bastante coisa com suas respostas e sanei muitas dúvidas, mas ainda acabou me restando algumas.
Fiz algumas movimentações abaixo do 20 mil com prejuízos. Posso usar a soma desses prejuízos pra abater o lucro que obtive em uma movimentação de um mês que extrapolou os 20k? Creio que seria interessante se me respondesse com detalhes a esse exemplo:

Janeiro (abaixo dos 20k) = Prejuízo de 1.000,00
Fevereiro (abaixo dos 20k) = Prejuízo de 500,00
Março (Acima dos 20k) = Prejuízo de 500,00
Abril (abaixo dos 20k) = Lucro de 500,00
Maio (Acima dos 20k) = Lucro de 2.000,00

Resposta:

Bom dia Marcos, tudo certo ?

Muito obrigado ! 😀

Essa parte do IR acaba dando um nó na nossa cabeça … Não é mesmo ? Ainda mais esta parte relativa ao limite de R$20 mil em vendas realizadas no mês. O lucro é isento … Mas e o prejuízo destes casos, o que fazer com ele ?

O tema é pouco abordado … mas tentemos acabar com a dúvida. 😉

Bom, a parte da isenção já é clara. Correto ? Se o total de vendas de ações é inferior a R$20 mil, o lucro obtido nestas operações será isento de imposto. Falei (e detalhei) sobre isso no post: “Como funciona o limite de R$20 mil para a isenção de IR na Bolsa ?

Ok … isso é em relação ao lucro. Mas e quando há perdas em meses onde a movimentação é inferior a R$20 mil na venda de ações ?

Boa notícia !! Somente o lucro é isento de tributação. O prejuízo obtido nestes meses deverá ser tratado, e usado, da mesma forma que faríamos com o prejuízo obtido em um mês “normal”. 🙂

Sim, as perdas que ocorrerem em meses “isentos” deverão ser acumuladas e usadas para abatermos do lucro obtido em meses “normais” e tributáveis. Vamos dar uma olhada no teu exemplo ?

Você possui uma perda acumulada de R$2.000,00 nos três primeiros meses do ano. Em abril obtém lucro, porém, por ser num mês com vendas abaixo de R$20 mil, esse valor não é tributável e portanto isento. Já no mês de maio você movimentou mais de R$20 mil e terá que pagar o IR sobre o lucro do mês.

Como tem um valor acumulado a ser abatido, de R$2.000,00, deverá somar o lucro de maio ao valor acumulado anteriormente: (-R$2.000,00) + R$2.000,00 = 0

Portanto … você não precisará pagar o IR sobre o lucro de maio, zerando a “conta” de valores a serem abatidos. A partir de junho a coisa começa de novo do zero. 😉

Espero ter te ajudado. 🙂

Abraços !

Aluguei uma ação e teve um dividendo/JCP. O que acontece ?

Pergunta:

Amigo, muito interessante seu site, cai aqui de paraquedas e to gostando.

Uma duvida, se eu estiver vendido e tiver uma datacom enquanto estou vendido, que irá pagar por exemplo R$10,00 de JCP.

Na data do pagamento, o correto é eu ter descontado o bruto, que seriam os R$10,00, ou o líquido tirando os 15% de IR, que seria no exemplo um desconto de R$8,50?

Estou em dúvida, pq ja aconteceu de eu estar vendido duas vezes durante JCP, uma foi o líquido e outra o bruto… ai não entendi.

Resposta:

Opa ! Tudo certo, Luis Augusto ? 🙂

Muito obrigado !! 😉

Sobre o teu questionamento, essa é uma parte que muita gente não sabe sobre o aluguel de ações: quando ocorre uma distribuição de dividendo, ou de um juro sobre capital próprio (JCP), o doador (quem empresta suas ações para outra pessoa) receberá normalmente as bonificações que ocorrerem durante o período de aluguel. 😀

O tomador (a pessoa que aluga as ações dela) é o responsável pelo pagamento. 😉

Sim ! Quem aluga uma ação para trabalhar numa venda descoberta de ações (um short), ou então em uma operação de Long & Short, adquire o dever de repassar ao real dono das ações, todos os valores originados de bonificações que tiverem ocorrido durante o período em que o contrato de aluguel estiver vigente.

Afinal de contas, ao alugar uma ação, a pessoa ainda permanece sendo a dona dela. 😉 (pense num imóvel, quem aluga só empresta para uma pessoa usar)

A ação não está na carteira de quem a emprestou, o doador. Mas ele ainda aparece na “lista dos donos” da empresa que fez a distribuição dos dividendos/JCP. 🙂

Mas … normalmente, quem pega uma ação via aluguel (o tomador), faz isso para vende-la. Correto ?

Sim, correto. Esse é o “padrão”. Via short (venda descoberta), ou como parte de um Long & Short.

Mas se ele vendeu a ação que pegou emprestado, não receberá o dividendo/JCP !!

Leitura sugerida: Como saber se tenho direito a um dividendo ou JCP ?

Como fazer então ?!

Pagando e pronto. Sim … O tomador, que possui a obrigação de entregar ao real dono das ações, o doador, as bonificações que vierem a ser distribuídas, deverá tirar do próprio bolso os valores a serem repassados. Mesmo não tendo recebido nada por isso.

Ou melhor: “mesmo não tendo recebido nada por isso”. Sim, entre aspas.

Está lembrado que na hora em que ocorre uma distribuição de uma bonificação, o valor dela é retirado da cotação de uma ação ? Pois então … Se sai, a pessoa “ganha” esse valor na sua venda também. 😉

E isso leva à minha resposta ao teu questionamento. 🙂

Olha … Tem certeza que não foi um dividendo ?

Em teoria, a regra do repasse é: é preciso repassar apenas aquilo que os detentores da ação receberão. Um dividendo é isento de IR. Um JCP tem uma tributação de 15% na fonte.

Então, se fizessem uma distribuição de dividendos de R$10 (como no teu exemplo), o dono da ação receberia R$10 por isso. Se ação estivesse na carteira, receberia da empresa. Se não estiver, por ter sido emprestada no aluguel, receberia de você.

Agora, se a distribuição ocorrida for de um JCP, o dono da ação receberá apenas R$8,50. Os outros R$1,50 ficam retidos na fonte. (o valor distribuído é de R$10, mas os donos das ações recebem apenas R$8,50 em suas contas)

E seguindo a lógica da coisa, o repasse do valor do JCP, na situação do aluguel, deveria ser de R$8,50 também … De novo: o proprietário da ação receberá os valores que receberia caso ainda estivesse com a ação.

Uma dúvida: a situação ocorreu na mesma corretora ? A cobrança diferente ocorreu na mesma “fonte” ?

A minha sugestão é procurar a corretora para tirar essa dúvida. Eles são os mais indicados para te dizer exatamente o que fazem nestas situações. 😉

Espero ter te ajudado ! 😀

Abraços !

Imposto de Renda na venda de Opções

Pergunta:

Gostaria de orientação no cálculo do valor a pagar de IR na venda de opção. Estou perdido nesse assunto e não achei algo claro sobre o assunto. Obrigado

Resposta:

Opa ! Tudo certo Carlos ? 🙂

O Imposto de Renda das Opções é igual ao das ações, apenas tendo algumas particularidades em relação ao exercício em si. 😉

Quando você faz a venda (lançamento) de uma Opção, seja ela coberta, descoberta ou travada, e não ocorre o exercício, a regra é a mesma: 15% sobre o lucro obtido na operação normal, e 20% para o daytrade.

Agora, quando existe o exercício … as coisas são um pouco diferentes mesmo. (e acredito que esta seja a sua dúvida principal)

As duas situações, exercido em um lançamento de CALL e de PUT, já foram tema de post aqui no Clube:

– Fui exercido em uma opção CALL que vendi, como fica o cálculo do imposto ?
– Fui exercido em uma opção PUT que vendi, como fica o cálculo do imposto ?

Um outro ponto importante sobre o assunto, é sobre a recompra (ou revenda) das ações originadas do exercício: é daytrade ou não ? Sim, já foi tema aqui no site também ! 🙂

– Recomprar as ações exercidas no vencimento de opções é considerado daytrade ?

Por fim, um outro aspecto das Opções que merece destaque, é em relação à regra de isenção das vendas abaixo dos R$20 mil mensais:

– A regra do IR, de isenção dos R$20 mil, vale também para Opções ?

Uma indicação de leitura sobre o tema (como um todo) é o excelente livro do Murillo Lo Visco:

 

Nota do Site:
5 Moedas

Imposto de Renda no Mercado de Ações
Murillo Lo Visco

Editora: Novatec
Ano: 2020
Edição: 3
Número de páginas: 312
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Espero ter te ajudado ! 😉

Abraços !