Clube do Pai Rico

Livros ||| Investir ou não Investir ?

Se tem uma coisa que me agrada nos livros do Elder é a atenção que ele dedica ao lado psicológico do trade, coisa que poucos fazem. Mas também, pudera … ele é da área. 🙂

(para quem não sabe, Alexander Elder é, além de trader, psiquiatra)

Neste livro – que lá fora saiu apenas em formato digital – o autor apresenta alguns pontos fundamentais do trade (em relação ao lado técnico da operação, ao fator psicológico do mercado, e do controle financeiro da operação) que auxiliarão o leitor a tomar a decisão “fatal”, ajudando a responder a pergunta que é apresentada na capa do livro “Investir ou não Investir ?“. Afinal de contas não todas as pessoas que estão preparadas para enfrentar as barreiras que o mercado acionário impõe.

Na verdade a pergunta poderia ser apresentada de uma outra forma, deveria ser: “Ser um trader ou não ?”, pois é mais sobre isso que o livro aborda. Investir ou não investir, não é uma escolha, é uma “obrigação”. Já ser um trader … é quase que uma vocação. 😉

Qual a diferença ?

Investir em bolsa, e ser um trader, são coisas completamente diferentes. Uma pessoa pode investir em bolsa da mesma forma que investe em um fundo de renda fixa, por exemplo. Ela pode apenas depositar seu capital na bolsa (comprando ações, claro) e nunca precisar efetuar um trade propriamente dito. Ela pode comprar e comprar e comprar e comprar … até o momento que começará a usar o dinheiro lá aplicado, e com isso passa a vender o necessário para cobrir seus gastos. Isso não é um trade …

O trade é aquela coisa que estamos acostumados a ver quando se pensa no mercado, que são as pessoas comprando e vendendo, na expectativa de obter um ganho de capital com a diferença entre as ordens. Efetuando várias operações (ou nem tantas assim …), obtendo ganhos e perdas em suas operações.

Digamos que o investidor seja representado pelo agricultor e o trader seja o feirante. O agricultor vai lá, planta, cuida da plantação, espera o crescimento e amadurecimento do produto, até que vende. O feirante é aquele que compra o produto por um preço (diretamente do agricultor ou de outra fonte) e deseja vende-lo logo em seguida por um preço mais alto.

Os 3 M’s

Elder baseia suas ideias no conceito dos 3 M’s: Mente, Método, Manejo do dinheiro. E realmente, dominando estes três pontos chave, todo e qualquer investir pode se tornar um trader bem sucedido. 🙂

Mas … sabemos que não é bem assim … um investidor principiante chega ao mercado usando apenas o “jeitão”, opera apenas no achometro … e em 99,9% quebra a cara. Só parte em busca de um método operacional depois de tudo ter dado errado. Porém somente o método não é suficiente, pois no mercado financeiro o lado psicológico é o mestre, é ele quem manda. Então parte atrás de informação sobre como domar o psicológico do negócio … mas ainda não é o suficiente. Só então parte em busca de conhecimento sobre a gestão do capital, sobre como proteger o capital.

O mais engraçado, vendo isso hoje, é conseguir enxergar que tive um roteiro bem parecido. Veja estes textos e compare.

Vale a leitura ?

Oooo se vale ! Só por obter um apoio para responder à pergunta título, só por ajudar na tomada de decisão (que pode lhe economizar alguns milhares de reais …), é mais do que válido.

Mas se engana quem pensa que a leitura é indicada somente para esse tipo de pessoa … Eu acho que este livro deva ser lido por aqueles que estão começando a pensar em investir, por aqueles que já estão investindo, mas ainda não encontraram o “caminho”, e por aqueles que já operam, têm um método vencedor e que gostariam de refinar um pouco melhor a sua estratégia. Resumindo, este é um livro que deve ser lido por todos. Um livro curto, de leitura muito agradável (li em pouco mais de 3h) e que te faz pensar em como melhorar ainda mais o seu lado trader. 🙂

Um pequeno investimento, com a promessa de um ótimo retorno. 😉

 

Nota do Site:
5 Moedas

Investir ou não Investir ?
Alexander Elder

Editora: Campus
Ano: 2012
Edição: 1
Número de páginas: 160
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Sell in may and go away ! (v.2021)

E já estamos em maio ! E o que acontece em todos os meses de maio ? SIM !! Começamos o nosso acompanhamento do “sell in may and go away” ! 🙂

Estamos acompanhando desde o ano 2.000, e neste período o desempenho da Bovespa se resume em: 8 quedas, 8 altas e 5 anos de estabilidade. Em 2020 tivemos uma alta de 16,71% ! Ajudado pelo mergulho do Covid ? Pode ser … Mas que subiu, subiu. 😉

Já tínhamos recuperado um pouco da mínima do ano, estávamos na faixa dos 80.500 pontos. Com a alta fechamos perto dos 94 mil pontos. Uma BELA alta !

Agora … Será que 2021 virá para desempatar a “partida” ?  Afinal a alta de 2020 fez com que o número de altas e de quedas ficasse empatado …

Qual será o nosso ponto de referência em 2021 ?

Um “pouco diferente” do que tivemos no ano passado, neste momento namoramos a região de topo do Ibovespa. Uns 5% de distância dele …

Isso ajudará, ou atrapalhará a estratégia de funcionar ?

O nosso ponto de partida será 118.894 pontos. Guarde esse número. 😉

Neste momento a briga gira em torno dos 120k. É ele que vem “segurando” o índice. Com apoio do suporte nos 119k e a resistência dos 121k, o Ibovespa vem rondando a região dos 120 mil pontos já tem algum tempo. Estamos entrando no sell in may em um momento de decisão para o índice. 🙂

É uma daquelas situações onde é difícil dizer se vai ou volta, pois estamos realmente num pondo de decisão. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. 😉

De olhooooooo

Fiquemos atentos nos 120.000 ! Pois é ele quem está segurando o índice neste momento …

Não conseguiu entender direito o que foi dito aqui no post ? Indico que você leia o nosso e-book “Como o Zé ganha na Bolsa“. Solicite o seu, é de graça !!! 😀

Quem é o responsável pelo exercício ? E o que são os números depois das letras nas Opções ?

Hoje o responderei à duas dúvidas que chegaram sobre Opções. Resolvi responder em um único post pois, mesmo já tendo abordado em posts específicos, considero que a compreensão dos dois assuntos seja de fundamental importância para a participação no mercado de Opções. 🙂

Elas são:

o exemplo da tabela após a letra PETRG… tem números diferentes são muitas opções e preços diferentes, existe algum critério para a escolha?

E:

se eu comprar uma opcao de uma pessoa X e depois vender para uma pessoa Y, a pessoa Y exerce a opção, quem assume eu ou a pessoa X?

A primeira pergunta, enviada pelo Alex, é referente aos números que identificam o strike da Opção.

Lembra que o código das Opções nos fala “tudo” sobre elas ? (indico a leitura do post: “O código de uma Opção traz todas as informações necessárias para sua identificação ?“) Pois então, esses números servem para identificar o strike … Mas não, não existe nenhum critério para a escolha. 🙁

Já houve um tempo onde os números “coincidiam” com os strikes, mas isso foi num passado muito, muito remoto. No tempo em que o nosso mercado era bem menor … Havia pouca liquidez … e consequentemente, menos strikes.

Para você ter uma ideia, houve um tempo onde os strikes das Opções “pulavam” os strikes pares. Sim ! Seria algo parecido com as Opções de PETR4 tivessem apenas os strikes R$22, R$24, R$26, R$28 … E não os R$25,90, R$26,15, R$26,40, R$26,65, como acontece hoje.

Graças a essa “povoação” de strikes, ficou impossível de termos os números de identificação iguais ao strike. Até mesmo porque até pouco tempo atrás, usávamos apenas 2 dígitos para isso. Somente mais recentemente é que a B3 incluiu um 3 dígito, que serviria para ajudar na identificação dos strikes “quebrados”. (mas um R$26,65, por exemplo, ainda não seria possível …)

Então não existe um critério. Vai da “cabeça” de quem cria uma determinada Opção de um determinado strike. Mas sim, eles tentam criar com os números parecidos com os strikes. 😉

O ideal é você sempre se basear na lista de strikes disponíveis, apresentada no site da B3: Séries autorizadas | B3

Agora, a dúvida do Italo. Este é um dos conceitos mais importantes que envolve o tema Opções. 😀

De forma bem simples: assumindo que o X foi o “primeiro” lançador da Opção, e que o Y detém a mesma no dia do exercício, quem é responsável (quem tem a obrigação de alguma coisa) é o X. Você apenas “foi um elo de ligação” entre os dois. 😉

Se estivermos falando de uma CALL, e o Y solicitar o exercício, o X precisará entregar as ações “mãe” daquela Opção ao Y.

Se estivermos falando de uma PUT, e o Y solicitar o exercício, o X precisará comprar as ações “mãe” daquela Opção do Y.

Você não terá participação alguma neste procedimento, pois você não lançou uma Opção. (que é o que traz a obrigação) Você apenas vendeu uma Opção que tinha em carteira, zerando uma operação de compra e venda normal. 🙂

Como disse, você foi apenas um elo de ligação entre X e Y.

Espero ter ajudado ! 😀

Abraços !

Livros ||| Investindo em Ações no Longo Prazo

Os que acompanham o site, em especial a série de posts “Como o Zé ganha na Bolsa ?“, já sabem qual é a minha forma preferida de operar: o curto prazo. Mas os que realmente me acompanham (através do site, do fórum e do twitter) já sabem como venho tentando migrar um pedaço do meu capital para o investimento visando o longo prazo. O problema é que por mais que eu queira, o curto prazo me chama de volta. 🙂

Para tentar mudar isso fui atrás de um dos livros mais indicados por 10 entre 10 investidores de longo prazo: Investindo em Ações no Longo Prazo, de Jeremy Siegel. E posso dizer que muitas das minhas dúvidas foram sanadas – mas, também, muitas das minhas convicções foram reforçadas. Já explico. 😉

No longo prazo as ações sempre vencem !

Sim, uma das afirmações mais declaradas por todos que adotam o investimento em ações, visando o longo prazo, é confirmada nesse livro. O autor mostra, através de dados dos últimos 200 anos, que quem investiu em ações ganhou em média 6,8% ao ano. Enquanto quem escolheu o investimento em renda fixa (títulos do tesouro) recebeu … 2,8% ao ano. Você imagina a diferença que estes 4 p.p. fazem em 200 anos ? Não ? Então veja.

Se tivéssemos investido $1 no início do século XIX, teríamos $ 755.163 no começo do XXI ! Sim, em duzentos anos 1 dólar se transformaria em Setecentos e cinquenta e cinco mil, cento e sessenta e três dólares ! 😯

Enquanto isso, se ao invés de ações a pessoa tivesse escolhido investir em títulos do tesouro dos EUA, teria acumulado … $ 1.083 com títulos de longo prazo e $ 301 nos de curto !!! O investimento em ações foi, respectivamente, 700 vezes superior aos em títulos de longo prazo e 2.000 vezes superior aos em títulos de curto prazo !

Bom … mas 200 é muito tempo … e imagino que ninguém esteja querendo esperar tanto tempo, hehehe. Mas esses dados nos mostram a força que o mercado de ações tem para multiplicar o nosso dinheiro.

Vamos aos “poréns”: Para obter esse resulta a pessoa teria comprado o índice de ações, e não somente uma ação ou um pequeno número delas …

E é justamente essa uma das convicções que foram reforçadas pelo livro: para ganhar no longo prazo, com tranquilidade, não podemos comprar apenas uma (ou poucas) ação, precisamos comprar o índice.

O risco individual

Quando compramos ações de uma única empresa corremos o risco de que a empresa venha a dar problemas, que venha a falir … para você ter ideia, das empresas que formaram o primeiro índice Dow Jones, somente uma sobrevive até hoje … a GE, então o risco de falência existe e é real.

Já quando compramos o índice propriamente dito, esse risco é “excluído”, pois novas empresas serão incluídas e as que vão deixando de existir vão saindo. Por isso que no longo prazo o índice vai sempre subindo … 😉

Claro, você pode ter a sorte de comprar a ação daquela empresa que durará “para sempre”, que terá uma diretoria perfeita que sempre fará a empresa crescer … mas acho que você não gostaria de correr este risco, não é mesmo ?

Aqui no Brasil a melhor opção para investir diretamente no índice é através da compra do PIBB11. Mas … por que não investir em fundos que seguem o índice ?

Os fundos custam caro !

Sim, investir em fundos de investimento em ações, que seguem de perto o comportamento (e a formação) do índice acaba custando mais caro, por causa da taxa de administração. Existem fundos que cobram 1%, 2% ou mais ao ano,  e como vimos no início deste texto, a diferença de alguns pontos percentuais no longo prazo fazem miséria.

O PIBB segue o ibrx-50 (O índice IBrX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da BOVESPA) e tem uma taxa de administração de apenas 0,059% ao ano ! Já decidiu se vai comprar PIBB11 ou aplicar em fundo de ações ? 🙂

Claro, para comprar o PIBB11 você precisará de uma corretora, pagará corretagem … mas de qualquer forma sai mais barato que aplicar no fundo. Basta pesquisar as opções de corretoras disponíveis.

Mas é só comprar e esquecer ?

Pode ser … existem tantas formas de se operar … a que apresenta o resultado lá de cima é justamente essa, comprar e esquecer … não se faz nenhuma tentativa de maximização do retorno. Se você escolher por comprar as ações diretamente não se esqueça de reinvestir os dividendos, ok ?

Mas no mesmo livro somos apresentados a algumas outras formas de maximização deste retorno. Uma delas apresentei num dos posts da série “Como o Zé ganha na Bolsa ?“, uma técnica adotando médias móveis. Essa estratégia mostrou um resultado superior ao Buy & Hold (comprar e esquecer), ganhou 0,53% ao ano. 🙂

Além desta técnica ele nos apresenta algumas outras, mas não estragarei a surpresa e deixarei para que você veja quando for ler o livro. 😉

Um apanhadão de outras coisas

Só para atiçar ainda mais sua curiosidade, ok ?

– Como você acha que o mercado se comporta perante as guerras ?

– Como você acha que o mercado se comporta em países com grande crescimento PIB ? E os que têm um menor crescimento ?

– O calendário pode nos ajudar no investimento ? Existem meses mais propícios ? E dias da semana ?

O livro é fantástico ! Um verdadeiro estudo dos dados acumulados em mais de 200 anos. Não são apenas afirmações feitas pelo autor, são afirmações baseadas em dados históricos. São estratégias sendo comparadas, é uma verdadeira aula. 🙂

Se você está pensando em investir – visando o longo prazo – é leitura obrigatória !

Investindo em Ações no Longo Prazo

Nota do Site:
5 Moedas

Investindo em Ações no Longo Prazo
Jeremy J. Siegel

Ano: 2015
Edição: 5
Número de páginas: 448
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

O fim de uma era …

É com pesar que eu informo a todos …

Não !! Que pesar o quê !? 😀

Na verdade, é com muita alegria que hoje eu falo: estamos vivenciando o último vencimento de Opções a ocorrer numa segunda-feira !! 🙂

Sim, o vencimento de abril é o último vencimento em uma 3ª segunda-feira do mês. A partir do vencimento de maio, eles ocorrerão na 3ª sexta-feira do mês !! 😉

Ponto positivo: tira do caminho a incerteza do final de semana !! 😀

Além disso, o horário do exercício também mudará. Ao invés de ser às 13h, como é hoje (literalmente), ele passará a ocorrer no final do pregão. Sim, e não para por aí … Ele ocorrerá de forma automática para as posições ITM e usará como base a cotação de fechamento dos ativos. 🙂

Então acaba aquele problema do “mas e se eu esquecer de solicitar o exercício de uma Opção comprada em minha carteira, que está em região que justifica o exercício ?“. (sim, algumas corretoras já faziam isso de forma automática para os seus clientes, mas o padrão da B3 era o não automático)

As mudanças não param por aí … Além da mudança do dia do exercício, a regra relativa à negociação das Opções no dia do vencimento também mudou ! Voltou a ser como era até 2013, quando podíamos comprar/vender uma Opção para encerar uma operação que tínhamos em carteira. Acabou a história de só poder encerrar um pregão antes. 😉

A partir do vencimento de maio, poderemos negociar com elas, normalmente, no próprio dia do vencimento ! A única restrição é que só poderemos fazer isso até o limite de 1h antes do final do pregão … Então, como ele vai até às 17h, só poderemos comprar/vender uma Opção do vencimento atual, até às 16h do próprio dia do vencimento. 🙂

Zé, e como poderei ajustar uma posição que fui exercido, sendo que eu estava descoberto … ?

Você poderá comprar/vender o ativo mãe daquela Opção durante o after-market ! Eu só estou curioso para ver como será a questão de liquidez … (especialmente por conta da regra que impede uma oscilação superior a 2% – para baixo e para cima – dos ativos negociados no after)

Então, só para resumir:

A partir do vencimento de maio/2021 (que já é o próximo …), eles ocorrerão na 3ª sexta-feira do mês (se for feriado, no pregão anterior), no final do pregão. Além disso, poderemos negociar com as Opções que estão vencendo naquele dia, até 1h antes do fim do pregão.

Como já falei antes, acredito que as mudanças só trarão benefícios aos participantes do mercado. 🙂

Ok … Quem sabe um pouco mais de volatilidade para o dia do vencimento. Mas, acredito que foi uma excelente mudança ! 😉

Leituras relacionadas e sugeridas:

Como funciona o exercício de opções ?
O que acontece no dia do exercício das Opções ?