Clube do Pai Rico

Suporte compra, Resistência vende. Isso tá certo mesmo Zé ??!!

Pergunta:

Professor, bom dia

Lendo e relendo seu Ebook eu fiquei com uma dúvida, de suportes e resistência… Essa frase abaixo (Pag 29):

“Sim, operava usando só isso e nada mais. “Tá num suporte, deu sinal, compra !” ou “Tá na resistência, deu sinal, vende !”

De início, entendi que a resistência é a linha de cima e suporte a linha de baixo, ok?
Logo, entendo que quando um gráfico se aproxima de uma resistência e quebra essa barreira, quer dizer que o mesmo vai se valorizar, não? O gráfico não vai subir?
E vice versa para um suporte, na linha abaixo, certo?

Me parece que eu to entendendo o contrário do que você explica rsrs

Poderia me sanar essa dúvida por favor?

Att

Kaique Salles

Resposta:

Bom dia Kaique, tudo certo ? 🙂

Existem duas “escolas” de análise em relação a forma como se encarar os suportes e resistências. Uma é a que você citou: se romper, segue a trilha. Mas existe outra, e é essa a que mais me agrada. 😉

Pense comigo: suporte e resistência. O que, exatamente, estas palavras significam ?

Suporte: algo que segura, que ampara, faz força de baixo pra cima.

Resistência: algo que segura, que impede que sigamos em frente, que faz força de cima para baixo.

E é exatamente assim que eu enxergo …

Olhe suportes e resistências como eventos passados, o que ocorreu nas ocasiões em que eles foram formados ?

Um suporte é formado quando uma boa parte do mercado (seja em número de participantes ou força de capital) achou que naquele momento os preços estavam interessantes, que o ativo estava barato, e que a compra era justificada. Um grupo de participantes “decidiu” que dali não poderia passar, não poderia cair mais.

Uma resistência é formada na situação oposta, quando uma boa parte do mercado achou que naquele momento os preços estavam altos, que o ativo estava caro, e que era hora de vender para embolsar os lucros. Um grupo de participantes “decidiu” que dali não poderia passar, não poderia mais subir.

Um suporte e uma resistência nada mais são do que a principal e única força que move os mercados: a decisão de seus participantes de comprar ou vender um ativo naquele momento.

Conhecendo o ser humano, de hábitos e costumes padronizados, o que podemos esperar que ocorra em um momento futuro, quando os preços voltarem à mesma região ? Sim … é esperado que tudo se repita. Se compraram ali por ser barato, comprarão de novo. Se venderam ali por ser caro, venderão de novo.

É a natureza humana !! Somos ratos treinados, com polegares opositores. 😀

Tendemos a repetir e repetir e repetir o que fizemos e sempre fazemos. Fazer o quê … ? 🙄

Com isso, eu te pergunto: num suporte que se aproxima, você tenderá a fazer o quê ? E numa resistência ? Isso, comprar no suporte, pois foi ali que a “maioria” comprou, e vender na resistência, pois foi ali que a “maioria” vendeu.

Mas Zé, e se dessa vez for diferente e a regra for quebrada ?” Simples !!! Ao comprar em um suporte, ou vender em uma resistência, você tem a chance de saber o que fizeram naquela região. Se desta vez acontecer de forma diferente, você sabe que um STOP curtinho será bem-vindo. Sim, comprando num suporte e vendendo numa resistência você atua em uma região “mais fácil de identificar o comportamento”, e se der errado, sai fora com uma pequena perda. 😉

Desta forma, se o mercado resolver seguir adiante, você encerra a operação e aguarda uma nova oportunidade. SIMPLES assim. 🙂

Comprar em um suporte e vender em uma resistência nada mais é do que agir segundo os nossos instintos mais básicos de sobrevivência, seguindo o que os outros fizeram e foram bem-sucedidos ao fazer isso. 😀

Espero ter te ajudado !! 😉

Abraços !!

Comprar PUT para se proteger da queda. Até onde levá-la ?

Texto originalmente publicado em junho/2018, mas tendo em vista o atual momento do mercado, achei importante trazer o debate de volta à tona. 😉

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Pergunta:

Prezado,

Tenho 4000 ações Petr4. Comprei 4000 PetrS14 para proteger as mesmas contra a alta volatilidade negativa.
Pergunta? Devo esperar até o vencimento para vender as opções e com isso proteger as ações até esta data, já que a PetrS14 tem o Striker de 13,96?

Resposta:

Bom dia Olimpio,

A ideia de encontrarmos proteção contra a queda na compra de opções do tipo PUT é algo extremamente reconfortante. Passa tranquilidade ao investidor justamente nos momentos mais conturbados do mercado, como a atual correção que estamos vivenciando.

Mas … será que é isso tudo que falam ? Será que é realmente lucrativo ? Será que realmente nos protege ?

Ok, sim, é algo que nos protege. Mas até onde ? Até quando ?

Vamos ao seu exemplo: você comprou as S14 a quanto ? Quando ? Se foi quando a PETR4 estava perto dos R$17, deve estar rindo à toa. Se foi com ela nos R$15, provavelmente gastou uma bela grana … não ?

Existem dois “problemas” na estratégia de comprarmos PUT para proteger nossa carteira de uma queda:

#1 Qual PUT comprar ?

Na hora de decidirmos qual opção comprar, levantamos dois problemas: qual deve ser o vencimento escolhido ? E o strike ?

Para que a ferramenta tenha real utilidade, para que não paguemos caro demais, para que o fator tempo não destrua nossa operação, precisamos comprar uma PUT que esteja relativamente longe de onde estivermos no momento que fomos comprá-la.

O ideal é comprarmos uma opção que vença somente daqui 2 meses, ou mais. Que tenha como strike um valor distante da cotação atual em 15%, 20% … Neste momento surge mais um problema: existe liquidez para esta opção ? 🙄

Porque comprar em um vencimento “tão longe” ? Para que o theta não detone a opção com cada dia que passar sem que a ação derreta. Porque comprar com um strike “tão distante” ? Para que o custo da opção não pese no nosso bolso.

Quer ver um exemplo ? Hoje a PETR4 está R$14,50 e a S14 R$0,60. Se comprarmos ela agora, precisaremos ver a ação cair abaixo dos R$13,36 para que ela comece a ter validade no dia do vencimento. Se não for naquela direção você simplesmente rasgou 4% do seu patrimônio neste “seguro”. 🙁

Claro, você não precisa esperar o vencimento para vender está opção. A ideia é justamente o oposto disso … É ter a opção para te proteger de uma queda inesperada e rápida. Mas com o vencimento “grudado” é quase como se tivéssemos que pensar desta forma.

Se você comprar hoje a PUT e a PETR4 continuar caindo, a opção irá se valorizar, não precisando ir até os R$13,36 para que você obtenha lucro. Mas … a opção irá se valorizar num ritmo mais lento que o da ação … sempre. (em termos de R$, ok ?)

E isso nos leva à próxima pergunta:

#2 Quando vender a PUT ?

Seguro até o vencimento ? Vendo na primeira arrancada ? Espero encontrar um sinal de fundo ?

Segurar até o vencimento fará com que você precise que a queda seja ainda maior … Pois naquele momento a “gordura da opção” terá atingido seu menor valor. Quanto mais rápida for feita a venda da opção comprada para o seguro, por conta da velocidade da queda, melhor será o seu resultado. (olhando apenas esse ponto …)

O problema (quantos problemas, hein ?) é que neste momento você irá se perguntar: e se cair ainda mais ?

Quer ver um exemplo ? Vi muitos comprando PUTs quando PETR4 estava na região dos R$24, com strikes em R$21, R$22 e já fizeram a venda no primeiro momento de queda, com o papel nos R$19. Te pergunto: como ficou esse investidor ? Ganhou uma bolada naquele momento, protegeu sua compra ao ganhar R$1 ou R$2 naquela opção comprada, mas e agora com a PETR4 nos R$15 … quase R$5 de queda “extra” … sem proteção alguma … ?

Portanto tenho uma má notícia para te dar: você não encontrará proteção perfeita para a sua carteira com a compra de PUTs. Você conseguirá se proteger de parte da queda, mas não há garantia alguma de que conseguirá se proteger de toda a queda. Infelizmente … 🙁

Na minha opinião a venda da PUT que foi comprada como seguro deverá ocorrer na primeira queda mais “exagerada” da ação subjacente. No momento em que o lucro da compra já se mostrar satisfatório para você. Não existe uma técnica que poderá lhe assegurar tirar 100% de proveito da queda que beneficiaria a PUT.

Seria uma proteção extra, seria uma “mordida” no mercado para lhe gerar algum $$$. Mas a proteção completa … infelizmente não existe.

Você pode levar essa PUT até o dia do vencimento para garantir “proteção total” ? Pode. Mas, se você fizer isso todos os meses, as chances de que você só perca dinheiro com este seguro será quase que de 100%. A ideia é comprar uma proteção barata, distante, para aproveitar oscilações rápidas e “inesperadas”. Se for para fazer isso 100% das vezes … não será tão interessante assim.

Como já falei algumas vezes, eu não sou um grande fã da compra de opções … Prefiro fazer esta proteção através da venda de CALLs. É uma lógica diferente, mas que para a minha forma de operar faz total sentido. 😉

Você limita o ganho caso as ações subam ? Limita … Mas se isso ocorrer eu posso fazer uma outra coisa que os alunos do Double PUT Double CALL já sabem o que é. 😀

Espero ter te ajudado. 😉

Abraços !

ps: não conseguiu entender direito o que apresentei neste post ? strike, vencimento, CALL, PUT, lançar opções … tudo parece grego ? Se for o caso, sugiro que você dê uma olhada no curso Double PUT Double CALL, curso criado por mim para permitir que os interessados no investimento em Opções possam dar o seu primeiro passo. Nele falo sobre tudo isso e MUITO mais, além de compartilhar a estratégia que uso em meus próprios investimentos.

Fui exercido em uma opção CALL que vendi, como fica o cálculo do imposto ?

Há algum tempo, recebi uma pergunta relacionada ao exercício de Opções (PUT):

Olá Zé. Tudo bem?

Será que você pode me ajudar com uma dúvida a respeito do imposto de renda em opções?

Minha dúvida é a seguinte, se eu fizer a venda de uma Put e no vencimento ela \”virar pó\” pagarei 15% de imposto (operação não day trade) sobre o valor recebido menos os custos da operação, estou certo?

Caso eu seja exercido na data de vencimento pelo valor do strike da opção como fica o calculo do imposto?

Você poderia me ajudar com esta questão?

Abraços,
Kelson

Essa dúvida foi respondida no post: “Fui exercido em uma opção PUT que vendi, como fica o cálculo do imposto ?“. 🙂

Agora, chegou a “mesma” pergunta, mas sobre um exercício de Opções do tipo CALL. Sim, a resposta é basicamente a mesma, só mudando os nomes e a ordem das coisas. Portanto, não custa nada eu responder “de novo”, mas com as substituições necessárias. Tudo para facilitar a sua compreensão. 😉

A parte referente ao pó, não muda: Se você vender uma opção, seja ela CALL ou PUT, e ela acabar virando pó (não der exercício nela), você deverá pagar 15% de IR sobre o lucro da operação: valor recebido pela venda – custos operacionais. (corretagem, emolumentos …)

O que precisa dos ajustes é a parte referente ao exercício. 🙂

Existem duas possibilidades:

#1 Você ser exercido e vender as ações da carteira

As ações vendidas via exercício das CALLs terão como valor de venda: preço de exercício da opção – custos operacionais + valor do prêmio da opção (o valor obtido com a venda das opções no início da operação)

Portanto, o prêmio recebido no lançamento da CALL deverá ser somado ao ganho obtido entre a diferença do strike e do seu valor de compra da ação. E o mais … inusitado: todo este resultado deverá entrar na sua declaração de Imposto de Renda como sendo um ganho de Opções. 🙂

Não será um ganho ação + um ganho opção … Será apenas um ganho: Opção !

E isso te leva a uma conclusão: venda de ação via exercício de opções não tem o benefício da isenção dos R$20k ! 😉

(afinal de contas, foi uma operação de Opções, e elas não entram nas contas da isenção)

#2 Você ser exercido, vender as ações via exercício e recomprá-las no mesmo dia

(um caso típico de exercício de uma venda descoberta)

Neste caso, o cálculo do ganho líquido será: valor obtido com a venda das ações via exercício + valor do prêmio da opção – preço de compra da ação.

E sim, a mesma conta é válida para o caso de você fazer a venda no mesmo dia com prejuízo. 🙂

Ah !! Não se esqueça: compra as ações exercidas no vencimento de opções CALL não é considerado daytrade.

E só lembrando: quer se aprofundar no estudo sobre o tema Opções ? Conheça o Double PUT Double CALL, meu curso sobre Opções onde apresento a estratégia que uso em meus próprios investimentos em Bolsa. 😉

Espero ter ajudado quem tinha esta dúvida. 🙂

Abraços !

Venda de opções (CALL e PUT) cobertas por ações

O tema “venda coberta de opções” não é uma grande novidade, você já leu bastante coisa sobre o assunto aqui no Clube – e quem sabe fora dele também … Mas já percebeu que só falam na venda coberta da CALL ? Por que nunca falam sobre a venda coberta de PUT ?

Opa … já falamos sobre isso ! Lembra ? Sim, falamos sobre a venda de PUT, mas não a venda coberta delas … Por quê?

Por um simples motivo: não existe venda coberta (literalmente falando) de opções do tipo PUT. Elas têm como característica básica serem operações de venda descobertas em que há a necessidade de depositarmos alguma garantia para levar adiante a operação.

Teoricamente falando não é bem assim … Poderíamos dizer que uma venda de PUT é coberta pelo próprio dinheiro, não? Afinal a contraparte da operação, o que deve ser entregue em caso de exercício, é o dinheiro, o cash, a bufunfa, o faz me rir … ou como você preferir chamá-lo.

Mas isso é uma definição que a própria Bovespa adota: a venda de PUT é descoberta (ou travada) e ponto final.

Tá mas e o título deste post ?

Calma pequeno gafanhoto … 🙂

A operação de venda de CALL quando se tem ações em carteira, que servirão de cobertura, de garantia, de margem, para ela é considerada trivial, não é mesmo ? Você vende a opção, tem suas ações em carteira e pronto: as ações servirão para garantir a operação e no caso de exercício elas irão para o detentor das opções. Simples assim.

E na venda de PUT, o que precisamos colocar na carteira para garantir a operação enquanto ela está “viva” ? Qualquer coisa que a bolsa aceite como garantia: dinheiro, CDB, títulos do Tesouro, ações … Opa, ações ? Opa, venda coberta de opções por ações ? Opa, onde foi que li isso mesmo … 😉

Sim, é possível realizar uma venda “coberta” de opções do tipo PUT com a cobertura sendo feita por ações. O pior é que algumas corretoras consideram esta forma mais “correta” do que a coberta por dinheiro … mas tudo bem.

É um bom negócio ? Olha …

Lembra que quando colocamos uma ação como garantia em uma venda (seja de opções ou de ações alugadas) ela sofre um desconto (tabelado pela bovespa) e seu valor bruto – bem como o líquido … – irá oscilar conforme a ação for oscilando ? Pois bem, pense comigo:

1) Quando você está vendido em uma CALL e o papel sobe, levando para a área de exercício, o valor da chamada de margem também sobe. Se a margem é feita por ações, o valor delas sobe junto e não existe problema algum com isso. Você sempre terá o valor necessário para garantir sua operação, desde que o número de opções vendidas seja limitado ao número de ações – considerando que estamos falando de mãe e filha – em carteira.

2) Quando você está vendido em uma PUT e o papel cai, levando para a área de exercício, o valor da chamada de margem sobe. Se a margem é feita por ações, o valor vai na direção oposta do tamanho da chamada de margem … E agora ?

Sim, poderá chegar um momento onde você tem um valor de chamada de margem (o total) maior do que o valor que suas ações podem oferecer. E não importa se o número de opções vendidas é igual ao de ações na carteira.

Sentiu o drama ? É possível usar ações para cobrir uma venda de PUT ? Sim, é. É o ideal ? Não, longe disso !

Para garantir sua venda de opções do tipo PUT, o ideal é ter $$ em conta. Sim, o CDB e o título do Tesouro são tão bons quanto o dinheiro vivo. Mas quando usamos ações … a coisa complica um pouco.

Mas me diga: você já passou por uma experiência do tipo ? 🙂

Há lógica em se tentar comprar ações com desconto ?!

Pergunta:

Zé, o curso é muito bom, parabéns!!

Aliás, se hoje levo investimentos a sério, estudo o assunto é até compõe uma parte significativa da minha renda mensal, você é um dos responsáveis (acompanho o clube faz alguns anos já, heheh).

Acho que não entendi o ponto de utilizar essa estratégia para montar uma carteira no longo prazo. Utilizando o próprio exemplo do vídeo, onde o strike é R$10 e você vendeu a PUT a R$0,30, em um cenário onde a ação caiu para, por exemplo, R$8, você teve um prejuízo de R$1,70, correto? Porém, além disso, você também adicionou a sua carteira uma ação que já está com prejuízo em relação ao preço de mercado: essa ação teria que subir 21% (ir dos R$8 para R$9,70) para você ficar no zero-zero.

Estou errado? E, com isso, não vi a vantagem de utilizar a venda de PUT para a compra de ações no longo prazo: se o mercado cair (meu exemplo acima), você pagou mais caro para ter a ação. E na alta do mercado, você embolsa o ganho da venda da PUT mas fica sem ação.

Pode me ajudar a entender melhor? Obrigado!

Resposta:

Bom dia Marco,

Muito obrigado !!! Saber que tenho parcela de “culpa” nessa história me deixa muito feliz. De verdade !! 😀

A pergunta acima surgiu em uma das aulas do Double PUT Double CALL, e achei importante compartilhar com todos. Já vi ela sendo feita mais de uma vez e portanto acredito ser mais comum do que imaginamos.

Voltando à questão enviada pelo Marco, ele se refere à estratégia apresentada no post “Quer comprar ações com desconto ?“. Nele eu falo sobre a compra de ações, a partir da venda de opções PUT, para obter um desconto na hora de pagar por elas. 🙂

Usando o exemplo que ele enviou: uma ação que custa R$10 no mercado e que você pode comprá-la por R$9,70. 3% de desconto é uma ótima ideia. Não ? 😀

Como foi dito, isso é ótimo para quem deseja comprar ações para uma carteira de longo prazo. Por quê ? Simples: você comprará as ações que deseja, por um preço menor do que o praticado no mercado. Não conseguiu enxergar a oportunidade ? Vamos lá !!

A ação ABCD4 está sendo comercializada por R$10 na Bovespa neste momento. Ela é uma das ações que você costuma comprar para formar sua carteira de ações que visa garantir sua aposentadoria tranquila e generosa. Você está lá, com o dinheiro na mão para comprar suas 1.000 ABCD4, e gastará R$10 mil para fazer isso. Certo ?

Esse seria o modo tradicional de se comprar uma ação. Ao realizar uma venda de PUT a coisa funciona de uma forma um pouco diferente … a favor do investidor. 🙂

Se ao invés de comprar diretamente as ABCD4 por R$10, você vender 1.000 PUT dessa ação, digamos que seja a ABCDx10 (strike em R$10 e vencimento em dezembro), você receberá R$300 por esta venda. Lembrando que a PUT só é exercida caso a cotação da ação mãe estiver abaixo do strike dela, você só comprará, de fato, se a ação estiver valendo menos de R$10 do dia do vencimento.

Caso isso aconteça, você comprará suas 1.000 ações pelos R$10 mil acertados na hora que vendeu a opção. Só que já terá recebido R$300 antecipadamente !! No final das contas você terá desembolsado um total de R$9.700 pelas 1.000 ABCD4 que queria comprar por R$10 mil.

Lembrando que a compra só será efetivada se a cotação da ABCD4 estiver abaixo dos R$10 estabelecidos no contrato “adquirido” na hora que vendeu as opções ABCDX10. Se estiver acima disso, você simplesmente embolsará os R$300 obtidos na venda da PUT e poderá repetir a operação em uma próxima oportunidade.

Vamos aos cenários apresentados por ti na pergunta:

1) Se a ação cair para R$8, você perderá dinheiro ?

Sim, “perderá”. Mas se a sua intenção era a de pagar R$10 naquela ocasião, e ficaria com a ação em sua carteira por um prazo mais longo, essa mesma perda já não faria parte da sua operação ? A diferença é que ao invés de ter comprado uma ação por R$10 e ver ela valendo R$8, terá comprado por R$9,70 e verá ela valendo os mesmos R$8. Uma perda de 30¢ a menos. 😉

Se a ideia era a de uma carteira de longo prazo, a “perda” naquele momento faria parte das duas situações: tanto a de quem comprou no ato por R$10, quanto a de quem comprou através da venda da PUT, e comprou por R$9,70.

2) Se a ação subir, eu não comprarei a ação ?

Não … Não comprará. Ao menos não naquele momento. Você não terá comprado as suas 1.000 ABCD4 naquele vencimento se o valor da ação for superior ao do strike da opção vendida. Digamos, se estiver valendo R$10,50 no dia do vencimento, você ficará apenas com os R$300 obtidos com a venda das 1.000 ABCDX10 e manterá nos R$10 mil que usaria na compra da ação em seu bolso.

O que isso significa ? Que naquela ocasião o seu dinheiro rendeu 3% ! Você não comprou a ação … Mas rentabilizou o capital em 3% !!!

Não conseguiu comprar naquele exercício … Mas e no próximo ? Você poderá repetir a operação por quantas vezes quiser, até comprar a ação. E para quem está montando uma carteira de ações, visando o longo prazo, um evento específico, um único mês, não é “nada” perto do todo. 😉

Ele deixará de comprar … mas terá 3% a mais de dinheiro para comprar suas ações no mês seguinte. (se quiser tentar realizar a operação no próximo vencimento)

Lembre-se: a comparação de “perda” para o primeiro caso, precisa ser feita em relação ao preço que teria pago pela ação na hora em que vendeu a opção. 😉

A ideia por trás dessa estratégia é ter a visão do longo prazo, e não a do evento específico, do exercício isolado.

Dica: se você se interessou pela estratégia acima, e gostaria de aplicá-la em sua estratégia de investimento, mas ainda não entende como funciona o mercado de ações, ou tampouco o de opções, indico que faça sua matrícula nos meus dois cursos. Inscreva-se no “Minha primeira vez na Bolsa” para entender melhor o funcionamento do mercado acionário, e o “Double PUT Double CALL” para conhecer os detalhes que cercam o (misterioso) mundo das Opções e de quebra ser apresentado ao meu método operacional.

Espero ter lhe ajudado ! 🙂

Abraços !