Colunistas ||| O fenômeno Plascar
Entre os inúmeros rallyes que se desenvolveram ao longo dos meses de Março e Abril deste ano, no mercado à vista da Bovespa, um se destaca pela surpreendente valorização: mais de 250%, uma cifra incomum para o mercado à vista, de curto prazo.
O ativo em questão é a ação ON da Plascar (PLAS3), uma indústria de autopeças (componentes plásticos, especificamente) com unidades produtivas em Jundiaí, Varginha e Betim. Fundada em 1963, a empresa tem 43% de seu faturamento concentrado na produção de parachoques para automóveis, 17% em painéis, 9% em laterais para portas, 8% em lanternas e 23% em outros produtos (segundo relatório divulgado pela própria empresa).
Sob impacto da crise econômica, que reduziu a venda de veículos no decorrer do segundo semestre de 2008 e nos primeiros meses de 2009, a Plascar teve forte desvalorização no preço de seus ativos, atingindo um fundo próximo de R$ 0,80 por ação em Fevereiro/2009. Ao longo do primeiro trimestre deste ano, o gráfico de preços do papel desenvolveu uma formação que chamamos de fundo dormente (um mercado apático, com baixo volume e pouca variação nas cotações). O resultado do balancete do primeiro trimestre de 2009 confirma tal apatia, ao registrar resultados inferiores ao mesmo período de 2007 e 2008, com redução de 216,5% no resultado líquido, queda de 64,7% no indicador EBITDA e de 17,7% na Receita Líquida (segundo relatório divulgado pela empresa).