Clube do Pai Rico

Colunistas ||| A arte de negociar

Muitas pessoas entendem da arte de negociar, outras já nem tanto.
Por anos, atuando em uma multinacional de Telecom e atendendo a uma carteira pessoa jurídica, pude observar como se comportam os clientes negociando, quando eles estavam lá na cadeira de clientes, os consumidores.

Fazendo análises específicas comportamentais e até comparando algumas leituras mais técnicas baseadas em estudos fui percebendo características que os negociadores detêm ou não. E aprendendo com os anos como aprimorar o poder de negociar, persuadir e contemplar.
Meu intuito nesta matéria é voltada a mostrar como negociar.

Agora, como negociar no âmbito pessoal?

Muitas pessoas contratam ou compram sem negociar. Eis aí o maior erro de todos.
Para se ter uma ideia, há algum tempo fui a uma loja de shopping trocar de operadora e pareceu tudo muito simples, porém a atendente solícita não imaginava que eu era negociadora.
E que ainda mais, a maior interessada nos meus direitos e deveres.
Pedi uma série de contratos, sim, eu pedi a ela todas as paginas escondidas. Fiz algumas ressalvas nos mesmos, pois sei que de um termo que eu assino, ele cita um segundo contrato (a famosa parte integrante), que geralmente não está junto e tem as famosas pegadinhas. E eu não aceito pegadinhas. Não aceite você também!
Inclusive, tudo que eu assinei, o responsável pela loja assinou também, e eu levei uma das vias. Agora adivinhem: estou com problemas no meu contrato, mais precisamente na minha fatura é obvio, e estou tendo alguns contratempos, como perder meu tempo explicando e argumentando com a operadora.
Oras, é muito simples, se um fornecedor não me agrada, pisco os olhos e vejo outros muitos à minha frente! E se esse fornecedor não consertar logo o que fez de errado e não me bonificar em tudo o que é meu direito eu caio fora. Mas é isso, minha gente, eu só sei o que é meu direito se estiver com os contratos em mãos. E se agora não estivesse, estaria em apuros. E sem ter como argumentar no caso de qualquer acionamento jurídico.

Se eu sei que, como consumidora, eu tenho de assinar um contrato, também sei que tenho antes disso de ler todo ele, pra não dar tiro no pé. E nem me importo de fazer um vendedor esperar 30 minutos enquanto eu leio, porque EU estou pagando, então eu demoro quanto tempo eu quiser. As vezes até levo pra casa e depois levo assinado.

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Colunistas ||| Troca Solidária

Inicio de ano é sempre cheio de novidades e gratificantes experiências. Quando pensamos que já não há o que ser dito sobre finanças pessoais sempre nos deparamos com novos fatos até então não descritos por autores, estudiosos, pesquisadores e economistas que se debruçam sobre o tema.

Este janeiro, estava eu prestes a iniciar o artigo de finanças pessoais, que iria abordar as questões dos tributos (IPVA, IPTU e as diversas taxas) que desembolsamos no início do ano. Pensando também, em abordar o tema de volta as aulas com as dificuldades na compra do material escolar, matrículas em cursos de línguas e atividades extracurriculares, quando fui informado de uma nova experiência da família Miranda.

Após as festividades de final de ano e com as drásticas notícias de chuvas e enchentes advindas principalmente do Sul de Minas Gerais. A família Miranda resolver fazer uma economia solidaria e criar uma nova forma de consumo e de ajuda solidária ao próximo.

As mulheres da Família Miranda, sim, sempre elas, mulheres, solidárias e econômicas desde a origem do termo. Pois a palavra economia vem do grego oikos (casa) e némein (administrar). Desta forma podemos entender, que a origem do estudo da economia vem da administração do lar, pois os antigos gregos não tinham tempo para administrar o próprio lar, dedicavam-se a Ágora, ou seja, a política e a democracia.

A descrição do dia da troca a seguir é o depoimento da idealizadora do evento, carinhosamente chamada pela família Miranda de Lu:

“ – E na quinta, lá estávamos. Minha irmã improvisou duas araras ( feitas com cadeiras e cabos de vassoura) em uma ela dispôs os objetos dela, bem arrumadinhos. Só a organização já foi divertida e deixou o ambiente descontraído. Minha irmã também preparou um lanche e ficamos beliscando enquanto aguardávamos. Uma das sobrinhas (11 anos) levou revistinhas para trocar por uma bota da minha mãe, que a deixou alucinada, mas a minha mãe acabou esquecendo a bota, mas ela achou vestidos que cabiam nela, brincos, maquiagem e uma bolsa que ela já queria esconder antes da troca. Cada uma das participantes espalhou suas coisas por um espaço da sala. Logo as peças foram encontrando novas donas, algumas ainda com etiqueta.

O melhor, é que todo mundo queria ser escolhido, experimenta meu vestido, esta blusa… foi uma confusão organizada, com direito a desfiles curtos, quando algo ficava muito bom em alguém. Não tinha nada feio, o espírito era este mesmo, todas as coisas levadas foram compradas por que eram bonitas, mas por algum motivo, elas foram ficando no armário, sem uso. Trocá-las por algo que você sabe que vai usar é libertador. Uma das irmãs comentou:

– Nossa parece que acabo de sair de uma loja e comprei um monte de roupas novas!”

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Colunistas ||| 2012: O fim do mundo está próximo – e isso é bom

A não ser que você tenha passado o último ano morando em uma caverna, deve ter escutado ao menos uma vez sobre como o fim do mundo estava próximo.

Primeiro, ouvimos algum blábláblá sobre calendários maias e profetas do apocalipse. Depois, veio o fim do domínio americano sobre a economia mundial. Os problemas de crescimento da China, a crise na Europa. Agora ouvimos sobre uma estacionada do PIB brasileiro enquanto alguns analistas já falam seriamente sobre o fim do EURO como moeda comum a toda Europa.

Em uma ocasião que entrou para a história do mundo dos investimentos, Warren Buffett, tido como um dos melhores investidores que já passou pelo mundo, resolveu contar seu segredo a alguns alunos que assistiam a uma palestra sua: “Tenha medo quando os outros forem gananciosos, seja ganancioso quando os outros tiverem medo”.

Ao escrever para um site voltado à independência financeira, lhe pergunto, caro leitor, que ocasião melhor para seguir esse conselho do que um ano que inclui até receitas para o fim do mundo e tudo que conhecemos?

Deixando de lado o julgamento final, cabe lembrar que do ponto de vista de boa parte das empresas, as coisas estão andando bem. As pessoas continuam indo aos mercados para fazer suas compras, pagando suas contas de água, luz e telefone e seguindo com suas vidas.

Apesar de algumas atitudes do nosso governo terem complicado a confiança dos investidores globais (principalmente as intervenções mais diretas na Petrobras e Vale, que ainda são as duas maiores empresas em nossa bolsa de valores), hoje é possível encontrar boas empresas a preços historicamente baixos. Com o banco central abaixando os juros e tomando outras medidas para aquecer nossa economia, não só algumas empresas aumentarão seus lucros, como muitas boas pagadoras de dividendos devem se tornar tão ou mais atrativas que a renda fixa, tradicional refúgio dos investimentos do brasileiro.

No exterior, o foco da crise passou da iniciativa privada para a política. O passo das decisões políticas costuma ser mais demorado que no mundo empresarial, mas eventualmente a coisa toda será resolvida, e as empresas voltarão a investir.

Longe de mim querer soar otimista em meio a tantos profetas do apocalipse. Pelo contrário, quanto mais aterrorizadas as pessoas ficarem, mais baixos os preços dos ativos ficarão e mais oportunidades aparecerão para quem tiver tempo e paciência para, aos poucos, ir comprando e garimpando boas oportunidades.

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Colunistas ||| À Espera de 2012

Caro amigo, mais um ano chega ao seu fim e para que tenhamos um novo ano, repleto de vida e novas esperanças, deixo para os amigos leitores as últimas dicas de finanças do ano de 2011 e também as primeiras dicas do ano de 2012.

Caro leitor arrume as gavetas, armários e cômodos. Jogue fora o que não tem utilidade, doe as coisas que não lhe são mais úteis e não deixe as pendências de 2011 invadirem 2012. Comece sua limpeza espiritual, emocional e econômica. Tome para si, as seguintes atitudes para um feliz 2012:

– Quite as dívidas referentes aos cartões de crédito, pois elas têm os juros elevados. Sempre pague o valor total da fatura. Os juros dos cartões e o IOF se aproximam da casa dos 197% ao ano, ou seja, o dobro do valor histórico.

– Livre-se do cheque especial, faça o possível e o impossível para não entrar no cheque especial, os juros do cheque especial variam de 6,75% a 13% ao mês.

– Troque as dívidas caras por outra de menor custo. Grandes empresas usam esta estratégia para diminuir seu índice de endividamento. Tome um empréstimo consignado no banco onde os juros estão na casa dos 3%, devido ao menor risco de inadimplência e pague os cartões de crédito ou quite o cheque especial, mas logo em seguida cancele os cartões e o cheque especial para não cair novamente em tentações.

– Dívidas em lojas comercias, inferiores a 5 anos, procure o CDL para intermediar junto a loja credora uma negociação amigável.

– Tente um empréstimo familiar, mas lembre-se que este deve ser o seu compromisso número um de quitação. Afinal este familiar é um batalhador como você.

Para o amigo leitor, que seguiu os artigos durante o ano de 2011, e já está com as contas equilibradas, seguem algumas dicas de como utilizar o 13º salário, a comissão de vendas ou a caixinha de Natal:

– Lembre-se que o governo é o seu maior sócio, e logo no início do ano, ele virá apropriar-se de parte de sua receita e o pior antecipadamente. Então guarde parte de seu suado “din-din” para este sócio esbanjador. Gosto sempre de ter em mente para que servem os tributos e para onde deveriam ser aplicados, por exemplo: O Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU). O IPTU é tipicamente fiscal, ou seja sua finalidade principal é a obtenção de recursos financeiros para os municípios. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é um tributo devido anualmente pelos proprietários de automóveis. O valor a pagar é calculado com base no valor venal do veículo, que pode variar de 1% a 4 %. O valor arrecadado deverá ser aplicado na prestação de serviços públicos como saúde, educação e segurança. Junto ao IPVA é cobrada também a Taxa de Licenciamento e ainda temos o Seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), que cobre vidas no trânsito, como o próprio nome diz. A lei determina que o DPVAT deva ser pago todos os anos, juntamente com a cota única ou primeira parcela do IPVA.

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Colunistas ||| As Peneiras das Finanças

O pai da Filosofia grega, o grande Sócrates, que viveu nos anos de 469 a 399 A.C, homem de grande sabedoria e enorme simplicidade. Era um filosofo prático, pois o mesmo filosofava durante os seus passeios na Ágora e nas feiras populares da Grécia.

Em um desses passeios filosóficos, foi abordado por um mercador, que tinha algo a falar-lhe sobre um amigo em comum. Sócrates pediu um momento e questionou-o: – você passou a informação no crivo das 3 (três) peneiras? As três peneiras socráticas são a Verdade, a Bondade e a Utilidade. Continuou o sábio dizendo: – O que tens a dizer-me é verdade? Com certeza, deve ter passado a informação pela peneira da bondade, ou não? Pensaste bem, se é útil? Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, bom e nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti. O homem retirou-se em silêncio e envergonhado da presença do filósofo.

A história acima se passou há mais de dois mil anos, más é extremamente moderna e útil para os nossos dias, pois quando falamos de Educação financeira, podemos facilmente adapta-lá para o nosso cotidiano.

Consideremos o texto citado na seguinte cena do dia-a-dia. Uma família passeando pelo shopping, que podemos considerar o mercado moderno, o centro de consumo e de desequilíbrio financeiro, para muitas pessoas de nossa convivência diária.

Durante este passeio várias falsas necessidades são criadas. O Marketing e suas diversas ferramentas de vendas nos remetem as necessidades irreais, pois ao adquirirmos um bem, não necessariamente, tem que ser da etiqueta X ou Y. A etiqueta por si só, não agregam nada ao bem em si, mas com certeza acrescentaram alguns zeros ao valor do bem. Existem certas aquisições que fazemos em que o plano básico ou o simples já nos atenderiam perfeitamente, mas não, somos impelidos a adquirir um “Plus-Mega-Power”. Entretanto não sabemos utilizá-lo ou necessitamos somente do básico.

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