Clube do Pai Rico

Colunistas ||| A Deficiência da Matemática – Voto de Legenda

Por que não votar em Branco e Nulo
2ª parte – Voto de Legenda

Deixei a eleição passar para novamente comprovar que os votos em Branco e nulo têm forte influência na sua decisão eleitoral. Novamente venho lembrar que a Matemática eleitoral favorece os candidatos votados.

Quanto mais votos em branco e nulos mais favorecimento aos partidos, conhecidos como “partidos de legenda”.

Para quem não sabe o que é “voto de legenda”, conhecido como voto distrital, vale a pena ler esse artigo.

Peço desculpas aos cálculos, pois eles são complicados mesmo. Mas espero pelo menos com esse texto, conscientizar cada vez mais a população como é importante dominar a Matemática. Seja a Matemática financeira como a Matemática eleitoral.

As pessoas acreditam fielmente que os candidatos mais votados serão eleitos e ponto final. Esquece que o fato de anular voto ou em branco deixa de ser considerado “votos válidos” pela justiça eleitoral.

Como funciona o voto de legenda ?

Passa-se 4 anos e as pessoas não procuram saber como funciona seu voto. Depois encontra um candidato (que não valia nada!) legislando e reclama. Saiba que se você votou nulo ou em branco você ajudou a esse candidato a se eleger. Mesmo que ele não seja o mais votado. Ele nem apareceu na lista dos mais votados e entrou. Como pode isso?

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Colunistas ||| Agressivo, moderado ou conservador? Qual o seu perfil de investidor?

A primeira coisa que um gerente de banco pergunta a alguém que pretende investir é: “Você é agressivo, moderado ou conservador?” Segundo o manualzinho que eles seguem, você deve investir em ações apenas se tiver um perfil moderado ou agressivo; se você é conservador, invista apenas em renda fixa.

A ideia básica é a seguinte: “se você é cuidadoso, não invista em ações; se você é aventureiro e não se importa em falir, invista nelas!” “Você fica tranquilo se perde dinheiro? Invista em ações!” Se você é psicótico maluco e gosta de se arriscar, deve investir em ativos mais arriscados, e se é um medroso, deve fugir deles.

Besteira. O perfil do investidor é algo extremamente difícil de se definir, e depende de muito mais do que os gostos pessoais. Depende de uma combinação bastante complexa de circunstâncias objetivas.

Vamos ver a situação de duas pessoas, José e Joana. Digamos que José seja alguém que tem um emprego muito instável. Ele é um prestador de serviços em um setor cuja demanda varia sazonalmente. Ele trabalha 15 horas por dia durante 2 meses, e mal consegue trabalho por 1 mês inteiro. Joana, por sua vez, tem um emprego fixo e é estável nele porque seu sindicato tinha força e conseguiu empurrar uma cláusula no contrato de trabalho dos empregados que lhes garantia estabilidade depois de cinco anos de trabalho. Ela tem uma renda bastante satisfatória.

Mas digamos que José seja identificado pelo gerente de banco como um sujeito agressivo, que não se importa em perder dinheiro. Então, o gerente, especialista no assunto, o manda investir em ações. Tem alguma coisa errada nessa recomendação, não tem? Afinal, José pode passar um tempão sem trabalho terá que vender suas ações na cotação em que estiverem, para poder se sustentar. Se for em um período de alta, maravilha! Os bons lucros o permitirão viver algum tempo dignamente até conseguir trabalho. Mas, se os preços despencarem, José ficará em apuros!

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Colunistas ||| Quando vender uma ação?

Uma resposta possível para esta pergunta é “NUNCA”! Digamos que você tenha comprado ações de uma empresa excelente, recebeu bons dividendos durante o período em que ela esteve em sua carteira e os reinveste para adquirir novas ações. Além disso, já tem a ação em sua carteira de investimentos por um bom tempo e lucros fantásticos com a valorização da ação. É natural que você comece a pensar em vendê-las. Um pensamento de “acho que ela já deu o que tinha que dar” pode passar pela sua cabeça.

Vejamos a questão por outro lado: a empresa continua lucrativa, seus lucros continuam a crescer constantemente e não há nada que indique uma mudança nessa situação. Examine se as taxas de crescimento do lucro por ação (LPA) dos últimos 10 anos mantém-se nos últimos 5 anos. Às vezes pode acontecer de, após um período fantástico de crescimento ao longo dos últimos 10 anos, essa taxa estar ainda melhor nos últimos 5 anos! Se isso ocorrer e os preços das ações não estão excessivamente sobrevalorizados, não há razão para vendê-la.

Mas é verdade que existem algumas situações em que vender uma ação pode ser interessante. Uma delas é um índice Preço por Lucro (P/L) muito alto sem razões aparentes. Uma empresa que nos últimos 10 anos teve um índice P/L médio de 10 e está sendo negociada a um índice P/L médio de 50 indica que os preços podem estar inflados. Mas não utilize apenas esse indicador para avaliar a situação: verifique se não há outros motivos para isso ter acontecido. A empresa pode ter passado por uma crise pontual e seus lucros despencaram em um determinado ano, desvirtuando a equação, mas não há nada que indique que isso acontecerá no futuro. Isso aconteceu com algumas empresas durante a crise de 2008. Quando os lucros retornarem ao normal novamente, é possível que esse índice retorne a um padrão mais baixo.

Mas o investidor deve observar se ocorreu valorização extrema do ativo, sem razão aparente. Isso ocorre em períodos de euforia no mercado, quando os preços sobem sem qualquer motivo. Sobem porque sobem. Preços muito altos sem justificativa só têm um destino certo: a queda brusca. Nesse caso, é melhor vender as ações, mesmo que seja para recomprá-las em um momento posterior, quando o mercado recobrar o juízo.

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Colunistas ||| Lucro por ação ou dividendos ?

Qual empresa você preferiria ter em sua carteira de ações? Uma empresa que pagasse dividendos polpudos ou uma outra, que distribuísse apenas o mínimo exigido pela lei (25% do lucro, no caso do Brasil)? De minha parte, eu preferiria investir em empresas que não distribuíssem tanto de seu lucro na forma de dividendos (ou juros sobre o capital), mas que reaplicasse a maior parte dos seus lucros na própria atividade da empresa.

“Fábio, você tá maluco? O dinheiro dos dividendos pelo menos já me asseguraria um lucro, ao menos pequeno, sobre o investimento que eu fiz! Por que abrir mão de um dinheiro já ganho em prol de um lucro hipotético no futuro?”

O problema é que, ao pagar dividendo para os acionistas, a empresa deixa de utilizar aquele dinheiro de forma produtiva – investindo em máquinas, contratando funcionários, construindo novas lojas – isto é, investindo com o em sua atividade com o objetivo de obter lucros maiores no futuro.

Se você é um investidor de longo prazo, que tem por objetivo conquistar com o investimento em ações sua independência financeira, deve ter por objetivo comprar ações de empresas bem administradas e lucrativas. No curto prazo, boas empresas podem dar prejuízo para quem investiu nelas e empresas péssimas podem dar um bom lucro. Portanto, escrevo pensando em quem compra uma ação e pretende ficar com ela por anos a fio. E digo, sem medo de errar: não tem como ter prejuízo, no longo prazo, com uma empresa lucrativa e bem administrada. Se seus lucros são constantemente crescentes por um período considerável, isso significa que ela provavelmente sabe como investir o seu lucro.

Daí, eu pergunto: quem administra melhor o dinheiro? Você ou a empresa? Se você decidiu investir na companhia, é porque acredita em sua administração e em sua capacidade de gerar mais e mais lucros. Se é assim, por que você quer ganhar dividendos? Não é melhor deixar a empresa trabalhar com aquele dinheiro?

“Fábio, você só pode ser esquizofrênico. No último artigo, você disse que era melhor ganhar dividendos do que aplicar na renda fixa. Agora, você está dizendo que ganhar dividendos não é tão bom assim? Você está se contradizendo!”

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Colunistas ||| Porque preferir dividendos aos juros da renda fixa

Existem duas maneiras de lucrar com um investimento. A primeira delas é a apreciação do ativo. Você compra uma casa e ela se valoriza; você compra ações e os preços delas sobrem. Você compra um boi e ele tem determinadas características que o levam a se valorizar. Boa parte dos investidores, ao adquirir um ativo, acreditam que esta é a melhor maneira de ganhar dinheiro com um investimento. O problema é que, tecnicamente, não existe nenhuma maneira de prever a valorização de um investimento. As ações podem passar por um período de baixa, pode ocorrer uma crise no mercado imobiliário, o boi pode ficar doente e passar a não valer mais nada. Mas existe outra maneira de lucrar com os investimentos: os frutos que ele produz. Um imóvel gera aluguel; ações pagam dividendos; o boi gera bezerros (se você também tiver uma vaca, evidentemente!); e títulos públicos (ou fundos de renda fixa) pagam juros.

Nesse artigo, vou me concentrar em dois destes ativos: a renda fixa e as ações. Normalmente, investidores mais conservadores preferem os juros pagos pela renda fixa aos dividendos, por uma série de razões. A primeira delas diz respeito à volatilidade do mercado de ações. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: na renda fixa, as coisas são bem estáveis. Em regra, o capital investido não se desvaloriza e gera juros periodicamente. Já no mercado de ações, tudo é mais volátil. O capital investido pode se desvalorizar abruptamente e os dividendos são bem inconstantes. Algumas empresas pagam dividendos todo mês, outras os pagam uma vez por ano (e algumas nem pagam, já que têm prejuízo). Além disso, a maioria das empresas paga muito menos dividendos do que a renda fixa paga em juros. Há títulos do tesouro direto pagando mais de 11% ao ano, e a maioria das empresas não devolve nem 5% do valor investido em dividendos.

Do ponto de vista dos rendimentos produzidos pelos dois ativos, portanto, parece que as ações perdem feio da renda fixa. Mas será mesmo?

Quando olhamos a questão pensando apenas no curto prazo, de fato é verdade que os rendimentos das ações é, em média, inferior à renda fixa. Digo “em média” porque há ações que pagam, consistentemente, mais do que 11%, 12% em dividendos e em juros sobre o capital. É o caso de empresas do setor energético, como a AES Tietê, a Coelce e a Eletropaulo, por exemplo. Mas, em média, o dividend yield (a relação entre os dividendos e o valor da ação) é bem inferior aos juros da renda fixa. Às vezes, perde até para a poupança.

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