Clube do Pai Rico

Operar em bolsa, nossa eterna batalha

Não importa qual seja a escola que você use – fundamentalista ou gráfica – em todos os casos o cotidiano de um investidor se assemelha a um campo de batalha. Em alguns períodos mais calmos, noutros mais turbulentos. Mas sempre pensando no dia de amanhã.

Para quem opera/investe em bolsa existem 3 prioridades:

Não perder dinheiro;

Ganhar dinheiro;

Proteger o ganho enquanto estiver no meio de uma operação.

Sinceramente ? Os três são difíceis e têm suas particularidades, por mais “garantida” que seja a sua forma de análise, o risco está presente e somente um melhoramento contínuo para lhe ajudar a diminuí-lo.

Os dois primeiros, não ganhar e ganhar, são quase como as polaridades de um imã, ou é um ou é outro. Se você se protegeu da perda, virá o ganho. Se marcou bobeira e não ganhou na operação, é porque está perdendo … simples e direto.

Mas é o terceiro item que atrapalha a vida de muita gente: a defesa do que já está ganho em uma operação. Quem nunca viu uma operação que está dando certo, que apresenta resultado positivo, e “do nada” começa a apresentar um vazamento e você vai vendo seu lucro ir embora ? Pode ser que você consiga estancá-lo, evitando o esvaziamento completo do seu “bolso”, pode ser que não, pode ser que você fique congelado e só encerre a posição na hora que o vermelho aparece em sua tela.

Lembra do meu caso com a E20 no ano passado ? É +- sobre isso que estou falando. Aquele caso ilustra perfeitamente o exemplo que quero dar, de uma operação lucrativa que começa a dar errado. Erro único e exclusivo de quem está operando …

No mercado temos 2 formas de stop, o de proteção contra perdas (que encerra a operação caso ela dê errado desde o início) e o stop gain (que serve justamente para proteção do ganho já auferido). Qual dos dois é mais difícil de ser utilizado ? Na minha opinião o que mais “afeta” o psicológico é o de proteção do que já ganhou. Por quê ? Simples …

Pense: você está no meio de uma operação, traçou pontos de entrada, objetivos e afins. Tudo vai dando certo até um momento em que a maré vira e você começa a ver que está entrando água no seu barco. O vazamento vai esvaziando o seu bolso, seu lucro começa a diminuir, e é justamente neste ponto em que o psicológico lhe fala: “bom … a operação estava dando certo até aqui, fiz tudo correto, acertei o ponto de entrada, esta correção logo logo deve terminar e a trajetória inicial, a minha, será retomada e o lucro voltará para mim !”

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Venda de opções (CALL e PUT) cobertas por ações

O tema “venda coberta de opções” não é uma grande novidade, você já leu bastante coisa sobre o assunto aqui no Clube – e quem sabe fora dele também … Mas já percebeu que só falam na venda coberta da CALL ? Por que nunca falam sobre a venda coberta de PUT ?

Opa … já falamos sobre isso ! Lembra ? Sim, falamos sobre a venda de PUT, mas não a venda coberta delas … Por quê?

Por um simples motivo: não existe venda coberta (literalmente falando) de opções do tipo PUT. Elas têm como característica básica serem operações de venda descobertas em que há a necessidade de depositarmos alguma garantia para levar adiante a operação.

Teoricamente falando não é bem assim … Poderíamos dizer que uma venda de PUT é coberta pelo próprio dinheiro, não? Afinal a contraparte da operação, o que deve ser entregue em caso de exercício, é o dinheiro, o cash, a bufunfa, o faz me rir … ou como você preferir chamá-lo.

Mas isso é uma definição que a própria Bovespa adota: a venda de PUT é descoberta (ou travada) e ponto final.

Tá mas e o título deste post ?

Calma pequeno gafanhoto … 🙂

A operação de venda de CALL quando se tem ações em carteira, que servirão de cobertura, de garantia, de margem, para ela é considerada trivial, não é mesmo ? Você vende a opção, tem suas ações em carteira e pronto: as ações servirão para garantir a operação e no caso de exercício elas irão para o detentor das opções. Simples assim.

E na venda de PUT, o que precisamos colocar na carteira para garantir a operação enquanto ela está “viva” ? Qualquer coisa que a bolsa aceite como garantia: dinheiro, CDB, títulos do Tesouro, ações … Opa, ações ? Opa, venda coberta de opções por ações ? Opa, onde foi que li isso mesmo … 😉

Sim, é possível realizar uma venda “coberta” de opções do tipo PUT com a cobertura sendo feita por ações. O pior é que algumas corretoras consideram esta forma mais “correta” do que a coberta por dinheiro … mas tudo bem.

É um bom negócio ? Olha …

Lembra que quando colocamos uma ação como garantia em uma venda (seja de opções ou de ações alugadas) ela sofre um desconto (tabelado pela bovespa) e seu valor bruto – bem como o líquido … – irá oscilar conforme a ação for oscilando ? Pois bem, pense comigo:

1) Quando você está vendido em uma CALL e o papel sobe, levando para a área de exercício, o valor da chamada de margem também sobe. Se a margem é feita por ações, o valor delas sobe junto e não existe problema algum com isso. Você sempre terá o valor necessário para garantir sua operação, desde que o número de opções vendidas seja limitado ao número de ações – considerando que estamos falando de mãe e filha – em carteira.

2) Quando você está vendido em uma PUT e o papel cai, levando para a área de exercício, o valor da chamada de margem sobe. Se a margem é feita por ações, o valor vai na direção oposta do tamanho da chamada de margem … E agora ?

Sim, poderá chegar um momento onde você tem um valor de chamada de margem (o total) maior do que o valor que suas ações podem oferecer. E não importa se o número de opções vendidas é igual ao de ações na carteira.

Sentiu o drama ? É possível usar ações para cobrir uma venda de PUT ? Sim, é. É o ideal ? Não, longe disso !

Para garantir sua venda de opções do tipo PUT, o ideal é ter $$ em conta. Sim, o CDB e o título do Tesouro são tão bons quanto o dinheiro vivo. Mas quando usamos ações … a coisa complica um pouco.

Mas me diga: você já passou por uma experiência do tipo ? 🙂

Venda coberta é muito mais do que vender e ser exercido

Muita gente ao ouvir sobre as tentações da venda coberta (afinal de contas, quem não quer uma fonte de fluxo de capital “infinito” e de alta rentabilidade ?) acaba achando que o negócio é fácil, simples e sem segredos. E é ai que acaba se decepcionando …

Ela pode ser fácil, simples e sem segredos ? Pode. Isso dá a garantia de que basta vender uma opção, coberta pela carteira, embolsar o lucro e sair para o abraço ? Olha … acho que não. 🙂

A venda pura e simples, na expectativa de ser exercido (isso é, você embolsa o valor da venda da opção, entrega a sua ação e recebe o valor acordado no momento da venda da opção), pode parecer ser um ótimo negócio, ainda mais se for uma venda ATM, a mais “gorda” de todas. Mas acredite, nem tudo são flores quando se trata de opções …

Numa passada de olho rápida é “óbvio” que a venda coberta ATM, torcendo pelo exercício, com recompra das ações após exercido, é o melhor dos mundos: risco zero e lucro alto (é possível de se obter até 5% ao mês desta forma …), mas o negócio não é bem assim …

Em um estudo muito interessante, Paulo Portinho – autor do livro “O Mercado de Ações em 25 Episódios(LEIA !!!) -, fez uma simulação sobre o comportamento de uma carteira formada por PETR4 ou VALE5 (as ações que possuem maior liquidez em bolsa, portanto ideais para estratégias envolvendo opções) adotando estas premissas: venda ATM, nos primeiros momentos do exercício, por um alto prêmio, torcendo pelo exercício, para recomprar as ações, para realizar nova venda e recomeçar o processo. O resultado ? Uma bela surpresa … a estratégia que em teoria é fantástica, e líquida e certa, se mostra uma estratégia “perdedora”.

Não, a venda coberta nestas condições apresentadas não te trará prejuízo, mas pelo estudo foi possível se notar que se você tivesse mantido as ações em carteira, pura e simplesmente, teria obtido um resultado mais interessante … 😯

É … a estratégia que tanto defendo, a venda coberta, se mostrou não sendo o “sonho” que “vendo” para vocês. E acreditem, MUITOS vieram “esfregar” o estudo na minha cara, usando como defesa para atacar o que falo que faço, e que me dá lucro. Conversando com o Paulo, apontei o que acredito ser o Calcanhar de Aquiles da simulação feita por ele: o estudo não leva em consideração uma peça fundamental … o investidor. Não leva em consideração se o investidor adota alguma estratégia diferente da compra no começo, a qualquer preço, em qualquer situação, ou se ele aguarda o momento “certo” para realizar esta venda.

Pense comigo: se você lança a qualquer momento, terá uma probabilidade “x” de ser exercido. Correto ? Mas e se você fica aguardando por alguma sinalização do mercado, daquelas que tanto espero, que me apresentam chances “um pouco maiores” de estar certo ? O número de vendas exercidas é muito menor ! (e isso influencia, e muito, no resultado final)

Pois bem, saibam que a venda coberta é muito mais do que vender e ser exercido. A venda coberta exige do investidor um “pouco” de estudo, uma preparação extra para que consiga ter uma leve vantagem sobre a média do mercado. Afinal de contas, 100% de acerto não existe em lugar nenhum …

Um outro problema para quem entra no mundo do lançamento de opções, o lado psicológico da coisa. Você determina que comprará a ação, lançará a opção dela, embolsará o lucro e comprará as mesmas ações logo após exercido. Certo ? Ok … Mas você estará preparado para vender uma opção de R$20,00, quando o seu preço médio de compra é de R$25,00 ? Acredite, esse ponto, esse minúsculo ponto, impede que muitos investidores levem o plano adiante. São os investidores que enquanto conseguem vender uma opção mais cara do que o seu valor médio de compra, dizem (e fazem) que a estratégia é perfeita. Mas quando a cotação começa a cair e o preço da ação começa a se distanciar do preço da ação em carteira … acabam “deixando de lado”.

Existem muitas formas de se ganhar dinheiro com a venda coberta, até mesmo a “vender a opção, deixar ser exercido e recomprar as ações”, fiz um post onde aponto 3 dessas formas, mas são apenas algumas delas …

Acredite: para se ganhar dinheiro de verdade com a venda coberta de opções, por um longo período, obtendo uma certa vantagem em relação ao mercado – e em especial ao Buy & Hold -, é preciso dedicação e estudo. É preciso estar preparado para um ou outro “acidente de percurso” durante a longa jornada, além de possíveis ajustes de estratégia … Mas, garanto, o resultado é maravilhoso. Justifica cada gota de suor que você precisou exalar durante o processo. 😉

Estude o funcionamento do mercado de opções – o meu curso, o Double PUT Double CALL, é uma ótima alternativa ! -, dedique-se ao estudo da análise técnica – é ela que lhe trará aquela leve vantagem que falei – e mantenha-se nos trilhos. 😀

Boa sorte !

Zé, você não entende quem tem pouco dinheiro para investir …

Um site de Educação Financeira tem, em teoria, o propósito principal de levar informação e conhecimento ao maior número de pessoas possível. Sem priorizar grupo social ou nível de renda. Desde dos que tenham milhões disponíveis para investir, até aqueles que não conseguem poupar um único centavo …

E não podia ser diferente. Para que as finanças de uma nação mudem, de verdade, uma série de fatores são necessários. Dentre eles (para não dizer o principal), a Educação Financeira. Mas uma Educação Financeira amplamente difundida. Que entregue aos envolvidos o conhecimento necessário para lhes ajudar a pensar por conta própria, que possam tirar todas as conclusões necessárias assim que as dúvidas surgirem. Nada de fórmulas prontas ou mágicas que permitam o sucesso com 100% de garantia.

Você conhece o Clube, não é assim que a coisa funciona por aqui. 😉

Sim, durante MUITO tempo foquei (talvez até mesmo exageradamente, minha culpa …) no tema Bolsa de Valores. Falei tanto sobre ela por ser minha área de atuação no mundo dos investimentos, por ser o ramo que mais intimidade tenho, por ser a modalidade que (acredito) tenho mais conhecimento acumulado. Em uma reflexão mais profunda, cheguei à conclusão que realmente estava deixando um pouco de lado o básico da Educação Financeira, e vi que isso fazia falta aos leitores do Clube. Reflexão feita, correção de rota efetuada. 🙂

Hoje cá estamos falando MUITO sobre EF 101 e o resultado disso vem sendo fantástico ! Vejo que realmente errei ao não oferecer – no volume adequado – este tipo de conteúdo aqui no Clube. Erro corrigido e em tentativa de redenção.

Mas você continua sem entender quem tem pouco dinheiro Zé …

Quem me chamou a atenção para esse fato foi o Paulo, em um comentário no post de ontem (Com R$30 é possível atingirmos R$1 milhão ?). Mas será que eu realmente deixo de lado quem tem pouco capital disponível para seus investimentos ? 🙁

Pensei … Pensei … Pensei … E cheguei a conclusão de que não, e que além de não deixar de lado, sou um dos poucos que realmente tenta dar a orientação necessária para este grupo (tão grande, infelizmente) de pessoas que precisam mudar suas vidas financeiras. E mudar para melhor. 😀

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Contratar um corretor para me auxiliar, ou para dizer o que fazer ?

Pergunta:

Boa Tarde,

Gostaria de indicação de corretores(as) bons que eu possa contratar para iniciar meus investimentos.

Moro em Belo Horizonte e depois de ler o livro pai rico e pai pobre e ler seus artigos, estou vem interessada em iniciar meus investimentos em ações e/ou tesouro direto, porém ainda tenho bastante dificuldade em entender em qual é melhor investir, então gostaria de um auxilio, e para isto peço sua indicação.

Obrigada!

Resposta:

Bom dia Thatiany

Infelizmente eu não sei se terei uma resposta que vai lhe agradar … 🙁

Muitas pessoas, ao iniciarem os seus investimentos, partem do princípio que precisarão contratar os serviços de alguém mais experiente, profissional do ramo, para lhes auxiliar em suas tomadas de decisão. Especialmente nas primeiras …

Alegam não ter conhecimento sobre o assunto, que estão em busca de alguém que os oriente, indicando as possibilidades de investimento mais adequadas a cada situação. Dizem não querer alguém que literalmente os diga o que fazer, para evitar conflitos de interesse nas indicações.

Mas … lhe pergunto: se ao começar, sem entender o que de fato está acontecendo, como a pessoa poderá diferenciar o certo do errado, o seguro do arriscado, a boa indicação daquela venda disfarçada … ?

Vamos tomar como o exemplo a situação mais simples e básica possível para esta situação. Vamos nos dirigir ao banco e solicitar ao nosso gerente a indicação de um bom investimento. É muito provável que ao pedir por esta “ajuda” o gerente pense: “oba, encontrei alguém para me ajudar a atingir a meta do mês”. Neste momento ele já lhe empurra um título de capitalização ou uma previdência privada … Ótimos “investimentos”, diz ele.

Se você ainda não sabe nada sobre investimentos, é bem provável que aceite a oferta de bom grado. Achando que acabou de fazer um ótimo negócio … O que já sabemos não ser uma verdade completa.

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