Clube do Pai Rico

Um conceito desconhecido por muitos: quem investe (também) gasta dinheiro !

O Clube já tem mais de 14 anos, e grande parte deste período foi marcado (ao menos para mim) por um questionamento constante em relação ao rendimento obtido em meus investimentos. Sempre que alguém me perguntava sobre o quanto eu conseguia obter, em média, em minhas operações em Bolsa, um comentário (muitas vezes) surgia logo em seguida: “Mas se ganha isso tudo já deveria ter praticamente todo o dinheiro do mundo !!” …

A “alfinetada” surgia por conta do rendimento médio das minhas operações: 5% ao mês. Sim, 5% …

A conta é imediata: se faz 5% ao mês … faz 80% ao ano ! E se faz isso, ano após ano, hoje já deveria ser trilhardário !!

Uma lógica correta. Afinal de contas o poder dos juros compostos é fascinante, e com o passar dos anos um capital, mesmo que pequeno, passa a apresentar enormes proporções com um crescimento anual desta ordem.

O problema é que a grande maioria dos que falam isso se esquecem de um “pequeno“, mas importante, detalhe: o dinheiro ganho pode estar sendo usado ! Simples e direto. 😉

Sim … Eu sei que o choque é enorme, o conceito é desconhecido … mas as pessoas gastam o dinheiro que gastam. Elas precisam pagar contas, se divertir, viajar, mobiliar suas casas, etc etc etc … Se o mercado é a principal (ou em alguns casos, única) fonte de renda da pessoa, os ganhos, por mais altos que sejam, podem ser usados integralmente para deixar o orçamento doméstico em dia.

Mesmo que não seja a principal fonte de renda … Lembra daquele post “Objetivo atingido, prêmio conquistado” ? Pois então … 😉

O problema é que muitos enxergam a “conta dos investimentos” como sendo algo fechado, lacrado, que serve somente para os investimentos e nada mais. Não … muita gente usa parte do rendimento obtido como complementação de renda. Outros, acredite, como principal fonte de renda. Outros vão ainda mais longe: única fonte de renda.

É … a realidade é diferente da teoria que vemos nos livros. Eu sempre insisto nisso, lembra ? 🙄

Agora enxergue uma outra possibilidade ainda mais … impactante. A pessoa tem duas fontes de renda: Bolsa e Trabalho (emprego, empresa própria, não importa). Como a pessoa não tem um salário do tipo que permita não precisar olhar o extrato bancário (como vimos um funcionário das castas superiores do poder público anunciar há pouco tempo), o rendimento obtido na Bolsa pode sim servir como um complemento de renda. Ainda mais quando o fluxo de capital originado deste investimento é constante …

As duas fontes de renda se complementam, e logicamente boa parte pode ser economizada. Mas … não mais do que de repente … a segunda fonte “seca”. A pessoa passa a viver apenas dos rendimentos da Bolsa. O problema é que o nível de gastos dela era “proporcional” ao conjunto da renda … E agora ?

Como você deve imaginar, e sentir na pele, o orçamento doméstico não é algo que possa ser mudado radicalmente de uma hora para outra. Como falei no post “Custos fixos e variáveis: aqui começa a batalha !“, os gastos são divididos em uma série de “tipos”, uns que podem ser interrompidos a qualquer momento, enquanto outros são mais (bem mais) complicados …

A pessoa passa a ter um orçamento “amplo”, mas com rendimentos mais … “enxutos”. E sim, muitos que passam a viver exclusivamente da Bolsa enfrentam este … problema.

No mundo ideal …

No mundo ideal, aquele dos livros, dos exemplos bem claros e que nos fazem sonhar alto, as pessoas têm seus investimentos isolados, pensando somente na aposentadoria, ou na compra de uma bem/patrimônio mais caro.

Já no mundo real … a coisa é um pouquinho diferente. 😉

Resolvi falar sobre este assunto após ler o comentário do Juliano, publicado ontem em um post aqui do Clube:

Ola! Sou daytrader e tenho obtido na media 30% a.m. Sabemos que os juros não são compostos, então não adianta vir um engraçadinho e dizer que daqui a pouco terei todo $ do mundo. O capital é fixo, o dinheiro ganho é gasto. Quanto maior o capital, mais difícil é obter ganhos altos. Pela minha experiencia, ate 400k é possível fazer 30%.

E é a mais pura verdade ! Em poucas palavras ele conseguiu traduzir o que eu tentava falar nestes últimos (muitos) anos. 🙂

Infelizmente os juros compostos, que poderiam fazer um verdadeiro milagre em uma situação dessas, não podem ser aproveitados na íntegra …

Ah Zé, mas você não poderia considerar dinheiro ganho de investimento como renda …

Poder não podia” … mas e se essa é a sua fonte de renda. Como faz ? 😉

Como eu disse, a realidade é um pouco diferente (para não dizer completamente …) da teoria. E você precisa encarar as coisas como elas realmente o são. 😀

 

Gostaria de saber como obtenho esse resultado ? Conheça o …

Definindo prioridades ! Diversão VS Investimento !!

A vida é uma sucessiva troca de prioridades. A cada momento vamos substituindo o que é “mais importante” em nossas vidas, priorizando o que nos parece mais certo em cada momento.

Quando crianças, queremos gastar “nosso dinheiro” com brinquedos. Conforme crescemos, passamos a dar preferência por roupas e acessórios (eletrônicos incluídos). Na juventude as festas ganham espaço em nosso orçamento. Um pouco mais à frente, restaurantes e viagens nos motivam a seguir em frente. Conforme a terceira idade se aproxima a preocupação com uma velhice tranquila assume a liderança.

Cada coisa na sua hora, no seu momento. Cada idade apresenta necessidades diferentes, podendo até mesmo variar entre homens e mulheres. Mas cada um tem suas prioridades e ponto final.

Em teoria, não importando a idade, alguma parte do seu dinheiro deveria ser destinado aos seus investimentos. Seja para a criação de um colchão de segurança, seja para a criação de um fundo voltado à aposentadoria.

Em teoria … pois infelizmente não é a realidade que vemos nas ruas. 🙁

O que mais vemos são pessoas passando por problemas relacionados à falta de grana. Alguns recorrem às instituições financeiras e seus empréstimos de “pai para filho”. Outros vão diretamente no bolso dos familiares. Fazer o dever de casa? Pra quê ? …

Uns dizem que isso acontece por pura falta de Educação Financeira na cultura do brasileiro. Outros dizem que o motivo de grande parte da população não guardar nada se deve ao período da hiperinflação, onde não gastar o que se recebia era sinônimo de perda do poder aquisitivo. Outros ainda usarão como argumento justamente o que falei no começo deste post: prioridades …

Dizem que preferem “aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã, afinal de contas ele pode nem mesmo acontecer …”. O pior que esta nem é uma justificativa isolada. Muitas pessoas a usam e realmente acreditam que tem algum fundamento.

Alguns pensam desta forma por terem garantias de que não precisam pensar no dinheiro de amanhã. (seja por conta de uma herança, seja por terem um aposentadoria reforçada “garantida” pelo estado)

Mas será que existe justificativa para pensarem assim ?

Só “eles” pensam assim ?

Muitas vezes apontamos o dedo para os outros sem olharmos para o nosso próprio umbigo. Concorda ?

Por conta disso, eu estava pensando … “Nós que temos interesse na Educação Financeira, que estamos em busca de informação que nos ajude a ir um pouco além da média da população, agimos de uma forma diferente dos que não se preocupam ? Será ?

E confesso que pensei um bocado sobre isso …

Pensei tanto que resolvi perguntar para você, na tentativa de enxergar um pouco além do meu horizonte: Comparando os seus gastos com diversão (restaurantes, bares, festas, viagens, compras, etc), como estão seus investimentos ?

Olhando o seu orçamento, quanto dele é destinado à diversão ? Quanto é destinado aos seus investimentos ?

Nesta “briga”, quem ganha ?

No meu caso, tento fazer com que meus gastos em diversão sejam menos da metade do valor destinado aos meus investimentos. Quando a coisa “aperta”, corto os gastos com restaurantes (que confesso ser um dos únicos gargalos do meu orçamento, hehehe).

Pelo menos uma proporção 1:2 … 1 para diversão, 2 para investimentos. Poderia ser mais ? Poderia … Poderia ser menos ? Poderia … Mas isso foi o que eu considerei como “ideal” para balancear a equação. Para não ser exigente demais e acabar tirando qualquer tipo de estímulo de seguir em frente.

Juntar dinheiro apenas por juntar … não, não é assim que a coisa funciona. Um pouco de retribuição a você mesmo é mais do que necessária. 😉

Mas como eu disse, gostaria de saber como você se comporta em relação a este aspecto. Como você distribui seus gastos entre diversão e investimentos. Ou você nem para para pensar nisso ? (viu por que não deveriam ter tirado o acento do verbo parar ?)

Ao conhecer esta proporção você poderá definir quem está sendo priorizado … o você de hoje, ou o seu futuro eu. 😉

Quem é mais importante para você ?

Economizando com o transporte

Volta e meia o tema “transporte” aparece aqui no Clube. 🙂

Você, provavelmente, já viu alguma coisa referente a ele, seja num convite de reflexão sobre a necessidade de um 2º carro, ou numa direta sobre a real capacidade de alguém em comprar o seu possante.

Costumamos subestimar os custos de um automóvel, enquanto superestimamos sua necessidade. Num país como o Brasil, onde o custo de um carro foge do racional (especialmente quando comparado com os preços praticados lá fora), pensar nisso pode ser a diferença entre ter uma vida econômica saudável, ou ainda uma aposentadoria tranquila.

Muitos simplesmente ignoram isso e dão preferência pela compra de um carro. Seja ele o primeiro, o segundo, o terceiro …

Mas … será que além do lado “realização” da compra, o lado mobilidade/tranquilidade/comodidade/economia não poderia ajudar na tomada de decisão ? Será que mesmo nós, que vivemos no futuro, não podemos parar de pensar na necessidade de termos um cavalo pronto, à nossa espera, na estrebaria … mesmo quando não vamos precisar dele ? :rool:

Ok … Ok … Ok … Eu sei que não posso servir de exemplo. Moro a 5 minutos de 99% dos lugares que preciso ir no meu dia a dia (a pé !), e graças a isso o automóvel tem cada vez menos “serventia” para mim. Mas não sou tolo e sei que um carro faz diferença …

Justamente por isso eu sempre tento trazer o tema “segundo carro” ao debate. Não custa nada bater na mesma tecla de vez em quando, né ? 😉

Mesmo não servindo de exemplo, me usarei de exemplo. 😀

Quantas vezes precisei de um segundo carro em 2017 ? (por qualquer que seja o motivo)

1 única vez.

Sim … em apenas uma única ocasião tive a real necessidade de um segundo carro. Minha esposa estava viajando (com o carro) e eu precisava ir em um curso que ficava relativamente longe de casa. 12km para ser mais exato. 🙂

Infelizmente o local não é bem atendido pelo serviço público de transporte de Florianópolis … Se fosse eu ia de ônibus sem pensar 2x. 😉

1 única vez no ano …

Podia ir de táxi. Podia. Mas o serviço aqui em Floripa é caro e muitas vezes só com reza braba para encontrar um carro livre … Se estiver chovendo então … 🙄

Podia … mas com um serviço como o Uber sendo oferecido, onde o preço é competitivo, o atendimento, a condição do carro, a limpeza, etc etc etc … como pensar em um táxi ? (não precisa pensar muito no motivo que faz com que os taxistas sejam tão contrários ao serviço)

Pronto: Uber chamado, 4 minutos e ele estava na minha porta. Em aproximadamente 10 eu estava no curso. Por apenas R$18,36 eu pude me deslocar sem me preocupar com trânsito, estacionamento, etc etc etc. Se fosse de táxi, gastaria – no mínimo – R$30 …

Como eu disse … Estamos vivendo no futuro. Só não temos os carros que voam automaticamente. Ainda. Mas com muitas comodidades que só podíamos imaginar. 🙂

Me diga: existe alguma justificativa para que a pessoa tenha um segundo carro (a não ser que ela trabalhe com ele, que marido e mulher trabalhem em lugares muito distantes um do outro, que o sistema de transporte não atenda o roteiro, etc), sendo que você praticamente não tem a necessidade real de ter um ?

Na maioria das vezes as “justificativas” são mais uma tentativa de … nos justificarmos. Pelo “luxo”. Pela “comodidade”. Pela “realização de um sonho”. Etc … Justificativas, puras e simples. 🙁

Eu gostaria de te ouvir, gostaria de saber o que você pensa sobre esse assunto. Me diga: você aposentou o seu carro ? Se rendeu ao charme do Uber ? Se ainda não, clique neste link para ganhar R$5 de desconto em suas duas primeiras corridas. 😉

O que te levou a aderir ao time dos que “não precisam” de carro ? Se não, porque precisa mantê-lo ?

Conversar sobre este assunto é importante e as cidades agradecem. 😀

12 de junho, o dia mais comercial e sem sentido do ano …

Sério … não é papo somente de quem presa pelo lado financeiro da coisa, mas sim de quem tenta observar tudo da maior quantidade possível de pontos de vista.

Você já parou para pensar que o dia dos namorados não tem lógica alguma ? 😯

Por exemplo … sabia que a data foi criada pelo pai do prefeito de São Paulo (e próximo presidente do Brasil) em 1949 ? Inspirado pelo Valentine´s Day (dia de São Valentim), que é comemorado no hemisfério norte no dia 14 de fevereiro, para marcar o início da primavera, com uma festa que celebrava a fecundidade e … é, você entendeu. 🙂

Já aqui no Brasil não … a data é puramente comercial. Usava o slogan: “não é só com beijos que se prova o amor“, o que pode ser diretamente traduzido como: vender, vender, VENDER !!

Mas a sociedade pressiona para que todos participem, todos se presenteiem … E quem não for a favor é por pura falta de romantismo. 🙁

Adendo: existe algo tão ruim em relação ao custo VS benefício do que um buquê de flores ? Dura poucos dias, custa uma verdadeira fortuna nos dias de hoje e rapidamente vai para o lixo … 

Mas … a sociedade pressiona.

Que tal trazer algum sentido à data ?

Pensando em uma forma de trazer algum sentido à data “comemorativa”, pensei em lhe fazer a seguinte proposta: que tal transformarmos o dia 12 de junho no dia dos namorados que pensam no futuro ? 🙂

Que tal determinarmos que a partir de hoje, 12 de junho de 2017, o dia dos namorados será um dia em que o casal ficará a sós, curtindo um ao outro, após uma bela refeição (ou não), após a troca de presentes (ou não)que sejam duráveis !!! – para pensar no futuro. Hein ?

O dia dos namorados seria uma espécie de dia do planejamento a dois. Um dia em que o casal traçaria seus planos de longo prazo. Um dia onde o casal refletiria sobre o presente, sobre como as coisas estão, o que poderia ser alterado, o que deveria ser mantido. Um dia onde o casal planejaria seu futuro, com definição de metas a serem cumpridas e objetivos a serem conquistados.

Um dia onde o casal realmente demonstraria o quanto se ama, o quanto deseja ficar junto, o quanto deseja que tudo aquilo seja para todo o sempre. Que não seja como aquelas flores que morreram 3 dias depois de serem compradas …

Não seria muito mais … romântico ? Um dia em que o casal realmente demonstraria o quanto realmente quer ficar junto, “até que a morte os separe(se é que ainda usam esta frase na cerimônia de casamento) !!

Ou para você o romantismo está no presente, material, que é dado neste dia ? 🙄

Você já parou para pensar nisso ?

“Seu pão duro !!”

Não, não é isso. É apenas uma discussão sadia entre adultos que tentam pensar no futuro. 😉

Veja que nem estou usando aquela carta especial do “estamos passando pela maior crise econômica da história do país“. É apenas uma reflexão geral, de longo prazo, realista …

Afinal de contas, já não existem outras datas para comemorarmos o relacionamento ? Aniversário de casamento (ou de namoro), por exemplo …

O que você acha ? Será que emplaca ? Ou será que eu apanho ? 🙂

 
 

ps: Amor, te amo !!!! :**

O que fazer para não perder a esperança ?

É … o post de hoje é um pouco mais … pessimista.

A overdose de más notícias é a culpada. Não importa para onde olhemos, só vemos falcatruas sendo reveladas. Não que não imaginássemos que existissem. Mas neste nível ? Desta forma descarada de ser ? 🙄

Nem mesmo quando uma das maiores ações contra a corrupção de todos os tempos está em ação vemos o apetite dos envolvidos diminuir. Quem sabe um ou outro se retire de cena, mas a maioria continua agindo, e aparece de cara lavada em nossas telas dando declarações de apoio incondicional à investigação. Até o dia em que é pega com a boca na botija. 🙁

A impressão que passa é que não tem vivalma no ambiente político que possa dizer não ter envolvimento algum com nada do tipo. Sabemos que eles existem. Mas a quantidade de envolvidos, os valores negociados, é tudo tão grande, tão exagerado … que não temos como não pensar desta forma.

– “Ah, mas contra o político xyz não existe prova alguma de envolvimento. Mostre-me uma escritura, um documento legal que prove que é dele, que ele ganhou por isso !!! …

São propriedades, joias, carros de luxo, mesadas milionárias, tudo dado de coração, por amigos que não ligam para o dinheiro e que presenteiam muitos dos suspeitos de corrupção.

É generalizado. E está podre …

Contaminação total. Por todos os lados. Por todos os cantos. Uma operação abafa aqui, outra acolá … E tudo parece continuar acontecendo normalmente.

E justamente isso me leva a perguntar: O que fazer para não perder a esperança ?

Se nem mesmo quando uma MEGA operação, com pleno apoio popular, tenta investigar o que de fato existe, a coisa diminui … O que precisa acontecer para que este cenário mude de verdade ?

Mas o mais importante: o que você está fazendo neste momento para não perder a esperança de que isso vai mudar ? Sim, sei que muitos já perderam … Muitos já se planejam mudar para o exterior … Muitos desistiram e resolveram aceitar as coisas como elas são … Mas você, que ainda fica indignado, que ainda se revolta com esse tipo de coisa: o que você está fazendo para manter a chama da esperança viva ?

Eu confesso que estou no limite de sair daqui, sumir, ir para algum lugar (teoricamente) mais decente, onde quem faz o que esta corja vem fazendo é penalizada e condenada de verdade. Mas, por ser um mudança radical, é algo que acaba sendo adiado e postergado …

Estou errado ? Devo aceitar e ser “feliz” com o que tenho ? Devo simplesmente ignorar tudo o que acontece ao meu redor por não poder fazer nada para mudar ?

Sério … o que podemos fazer ? 🙁