Clube do Pai Rico

Venda de PUT “com problemas” …

Nas últimas semanas venho recebendo uma mesma pergunta repetidas vezes. Os “atores” e “quantidades” variam um pouco, mas o “problema” é o mesmo: após fazer o lançamento de opções do tipo PUT por algumas vezes, com sucesso, o mesmo já não vem ocorrendo … E o pior, em muitos casos as pessoas estão “presas” em séries muito altas.

Como apresentei no post “Quer comprar ações com desconto ?” a estratégia de lançamento de opções do tipo PUT é ideal para quem visa a criação (e ampliação) de uma carteira de longo prazo (do tipo Buy & Hold), pois possibilita a compra de ações por um preço abaixo do oferecido no mercado e por causa da natureza do investidor B&H, ela já possuiria a “preparação” necessária para ver a cotação de uma ação comprada lá em cima com valores mais baixos.

Além disso, mostrei também, no post ““Renda Fixa” com opções – PUT” que a pessoa poderia ficar rolando a posição vendida nestas opções, de uma série para a outra (sempre para a série do mês seguinte ao da que tem em mãos), fazendo desta forma uma taxa que rentabilizaria a operação, num valor bem interessante. 🙂

Mas as semanas que vieram após a definição da eleição presidencial parecem ter trazido um “pesadelo” para quem adotou esta estratégia … As quedas foram generalizadas e fortes. Se olharmos especificamente para as ações que oferecem os mercados de PUTs mais líquidos então … Sim, estou falando de VALE5 e PETR4 … 😯

A queda nestas duas foi grande, muito grande, e dependendo da série escolhida para a venda o investidor pode estar meio “perdido”, sem saber o que fazer. Por quê ? Lembra que a PUT se valoriza conforme o mercado cai, correto ? Portanto … opções que foram vendidas por R$1 … R$2 … estão valendo R$6 … R$7 … no dia de hoje. Como lidar com um prejuízo desta ordem ?

O que fazer ?

Existem poucas alternativas na verdade … o que – querendo ou não – acaba “facilitando” um pouco a nossa tomada de decisão. Mas quais são elas ?

1) Recomprar a opção vendida

Esta é a mais tradicional de todas … você vai aceitar o prejuízo acumulado até o momento e se preparar para uma nova oportunidade. Provavelmente tome esta decisão se acredita que as quedas ainda estão longe do fim, que a cotação ainda pode cair muito mais do que já caiu, que prefere se “contentar” com a perda que tem até agora do que ver a coisa piorar ainda mais …

Mas, acredite, você pode ser impossibilitado de adotar esta saída. Dependendo da opção que vendeu, da distância do strike dela para a cotação atual, pode não encontrar um vendedor disponível no mercado. Em opções de PETR4 e VALE5 pode ser algo “raro” (e precisaria ser de uma opção MUITO ITM)

2) Rolar a posição para a série seguinte

Essa solução é a base da estratégia “Renda Fixa com opções – PUT“, mas também corre o risco de ser afetado pela ausência de um vendedor na série atual (ou de um comprador na seguinte …), como na proposta anterior.

Se a opção estiver MUITO ITM ainda existe o risco de vermos um valor muito baixo sendo pago pela rolagem ou até mesmo um valor negativo, fazendo, desta forma, que haja um desembolso por parte do investidor.

É a solução ideal caso você acredite que a possibilidade de reversão se aproxima, ou se o valor obtido com as rolagens lhe satisfaz. (até mesmo um pequeno custo de rolagem poderia vir a justificar a adoção dela)

3) Deixar ser exercido

Este seria o “pior” cenário – dependendo do ponto de vista, claro. 🙂

Seria necessário ter o valor integral para a compra das ações subjacentes à opção vendida (no caso de ser exercido em uma PUT o lançador precisa comprar a ação pelo preço do strike dela), mas se você montou a operação com nível de alavancagem zero, ou seja, tendo 100% do valor já reservado, não é “problema” algum.

A 3ª alternativa acabaria sendo a única para o caso de não haver a liquidez necessária para a adoção de uma das 2 anteriores.

Ao adotar esta solução a pessoa ficaria com as ações em sua carteira, passando a operá-las da forma que considerasse mais adequada.

Mas qual é o real “problema” com a estratégia ?

O principal, e real problema dela seria o investidor ter dado início a ela com um pensamento “errado” em cabeça, criando uma expectativa distorcida, onde não fosse incluída a possibilidade de perda/erro. Infelizmente muitos entram desta forma …

Mas, a meu ver, o maior de todos os “problemas” está relacionado com a falta de visão de longo prazo desta estratégia. Se você está incluído neste grupo, precisará repensar seus conceitos antes de voltar a realizar a operação.

Mas me diga, e você, tem alguma outra estratégia para “consertar” o investimento em caso de erro na operação ?

Aprendendo com o erro dos outros

Nesta última segunda, aproveitando a maluquice que se instaurou em nossa bolsa, especialmente em PETR4, fui montar uma trava de venda nas opções que vencem no mês que vem, a série K.

Uma trava normal, tradicional, sem nenhum lado mais exótico: venda de PETRK23 com compra (da mesma quantidade) de PETRK24. Por ser uma trava tradicional, bastava diminuir o strike da mais alta do da mais baixa para saber qual o risco máximo (e valor a ser depositado na forma de margem) da operação. O strike da K23 é R$23,16 e o da K24 é R$24,16, portanto risco máximo de R$1,00. Ok.

Para montar esta operação, em um determinado momento do dia, consegui obter R$0,27 (que se transformarão em lucro, caso a PETR4 esteja abaixo de R$23,16 no dia 17/11/2014. Um ótimo negócio – a meu ver – dadas as condições. Claro … mais tarde a mesma operação chegou a dar R$0,31 centavos … mas não foi esse o meu erro.

Onde errei ?

A trava já estava no meu “telescópio” desde sexta-feira, quando quase montei por R$0,15 de ganho. Portanto o valor que obtive foi 80% superior ao que obteria no pregão imediatamente anterior. Ganhei mais, com a mesma operação … onde está o erro ?

Ordem dada, operação executada e a curiosidade bate. Uma pergunta surge ao pé do ouvido: (provavelmente coisa do grilo falante)

– “Mas, e se ao invés de ter feito K23 com K24, você tivesse feito K24 com K25 … quanto daria ?”

Pronto … este foi o meu erro. 🙁

A trava K23 com K24 gera “lucro total” com a PETR4 abaixo dos R$23,16 no dia 17/11. A trava K24 com K25 gera “lucro total” com PETR4 abaixo dos R$24,16 no dia 17/11. Sim, R$1,00 acima da minha operação. A trava K24 com K25 me possibilitaria obter “lucro total” com a ação cotada quase 4% acima do preço da operação que montei. (tendo também o risco máximo de perda de R$1,00)

Qual foi o erro ? A K23 com K24 me gerou R$0,27, correto ? A K24 com K25 me geraria R$0,24 naquele mesmo instante. Sim, apenas 3 centavos a menos. 😯

Quem opera opções sabe que essa é a diferença entre uma vitória e uma derrota no dia do vencimento … A chance de obter êxito total na operação K24 com K25 é muito superior a da K23 com K24. E eu por … “comodismo” (ou por já ter uma ideia formada e não tentar reformular com a mudança no mercado …) montei a operação ganhando pouco – literalmente – a mais por um risco maior de não dar certo.

Portanto …

Simule ! Simule !! Simule !!! Antes de montar uma operação, faça todas as simulações necessárias. Vai que você está diante de uma situação similar a minha e adquire mais risco por uns trocados a mais? 🙁

“Não publicou nada novo, de novo !?”

Venho recebendo alguns e-mails, comentários e mensagens (no twitter por exemplo) de visitantes incomodados com a “falta de atualização” do Clube. Dizem que “só” publicar o post do Fluxo de Capital Externo e o Aluguel de Ações não é o suficiente, mostra que não estou comprometido com quem acessa o site, que não dou mais a mesma atenção que dava ao assunto até pouco tempo.

Será mesmo ?

Será que os que reclamam não percebem que estes dois posts são simplesmente a coisa mais valiosa que tenho a dividir com todos ? Será que não percebem que para a confecção do Aluguel de Ações compartilho todo o meu conhecimento, todas as fontes de informação que acesso, todos os “segredos” que adoto em minha estratégia ?

Sim, porque não faço apenas uma análise compre a x e venda por y, falo quais os fatores que me levam a acreditar em determinado movimento, cito as ferramentas que me levaram a chegar em determinada conclusão, indico a leitura de livros, textos e afins, para que o leitor entenda como cheguei aquela conclusão, e para que no futuro vá entendendo e concluindo “junto comigo”. (não, não quero que pensem da mesma forma que eu … mas entender o que está sendo dito é muito importante)

Entendo perfeitamente o que estes visitantes, e amigos, disseram. Sei que a intenção deles é de somente me ajudar a fazer com que a coisa aqui no Clube melhore, sempre e sempre. Mas às vezes fico pensando … “Será que as pessoas entendem o motivo de certas coisas serem abordadas aqui no site ? Será que aceitam a forma com que apresento o conteúdo ?”

Afinal apresento tudo o que aprendo, tudo o que encontro, tudo o que testo, tudo o que erro, tudo e mais um pouco, aqui no Clube. Compartilho com vocês da forma mais clara e simples possível (ao menos tento, hehehe), sem enrolação e blá blá blá … Mas acima de tudo: sem segundas intenções.

Neste espaço eu divido com vocês aquilo que vejo, e considero, ser importante. Levando sempre para o lado mais realista da coisa, tentando deixar o “mistério” – que muitos insistem em manter vivo – que cerca o assunto.

Peço desculpas a todos por não conseguir mais manter o mesmo ritmo de antes, mas afirmo que a pedra fundamental do Clube contínua firme e forte, mantendo de pé a ideia que me levou a criá-lo: compartilhar com os amigos aquilo que é de meu conhecimento, aquilo que considero importante para sua formação financeira.

Obrigado a todos, em especial aos que me motivaram a escrever este post, por permitirem que a chama da esperança e da real verdade se mantenha acesa. 😀

“Renda Fixa” com opções – PUT

Há alguns anos falei sobre uma estratégia que adotava na época, envolvendo uma carteira de ações e a venda de opções de compra (CALL). O funcionamento básico dela era: ter ações em carteira, que tivesse um mercado “aceitável” de opções de compra (CALL), vender opções e ficar rolando a posição enquanto me sentisse confortável. A integra poderá ser lida aqui: “Renda Fixa” com opções – CALL

O mercado mudou um pouco desta época pra cá, as taxas de juro caíram e o rendimento médio da estratégia também cedeu um pouco. Hoje ele fica em torno de 1,5% ao mês. (a taxa de juros tem papel crucial na formação do prêmio da opção)

Mas hoje estou aqui para falar da operação “complemento” dela. Se aquela precisava que você tivesse ações em carteira, um mercado de CALL com certa liquidez, a que irei apresentar precisa que você tenha dinheiro e um mercado de PUT decente.

O básico

Está lembrado que na semana passada publiquei um artigo intitulado “Quer comprar ações com desconto ?“, onde falava sobre o uso de opções de venda (PUT) para – literalmente – abaixar o preço de compra das ações de nosso interesse ?

Pois bem, o conceito básico, que você irá precisar entender para seguir para “este nível” de operação é aquele. Precisa entender o que é a PUT, como vender, que precisa ter o dinheiro na conta, que terá (ou poderá ter …) chamada de margem, etc etc etc. Leia o texto indicado e compreenda seu conteúdo antes de seguir adiante. É simples e caso reste alguma dúvida, fique a vontade para perguntar. 😉

Continue lendo …

Quer conhecer um dos motivos para eu ficar só na venda da Petro ?

Sim, outro post da série. (o último foi esse).

Não importa o que digam, não importa o que indiquem, a única coisa que importa é: as ações da empresa vêm caindo há anos. Quem comprou, e esqueceu, para o longo prazo, está perdendo. Quem comprou, e aumenta a posição com frequência, para o longo prazo, está aproveitando as oportunidades para aumentar a carteira por um preço mais em conta. Quem comprou, e aproveita as oscilações no preço da ação para obter algum retorno, e assim aumentar ainda mais a posição, “está rindo à toa”. 🙂

Eu acredito que chegará um momento em que as coisas se estabilizarão, a empresa voltará a crescer, a produção aumentará, deixará de importar combustível (ao menos diminuirá a necessidade, diminuindo – ou zerando – o deficit), diminuirá o valor de suas dívidas, diminuindo desta forma a alavancagem existente hoje. Em suma, para o futuro eu boto fé na empresa. 😉

Mas hoje … hoje não é bem assim. Hoje a oportunidade de ganho está mais do lado vendedor do que do comprador. A qualquer momento pode mudar este cenário ? Pode … mas hoje é assim que ele é.

E com a notícia que li hoje na Folha a sensação de que é realmente assim que as coisas são foi reforçada:

(em especial com as informações do infográfico)

Petrobras terá ano perdido, dizem analistas

Desacelerar investimentos seria a melhor saída para que a Petrobras evite um desastre ainda maior em 2014, dizem analistas do setor.

Eles temem que o aumento do endividamento da companhia leve ao rebaixamento da empresa por agências de risco, o que aumentaria o custo dos inevitáveis futuros empréstimos.

Mas, em ano eleitoral, dificilmente haverá redução dos 947 projetos em andamento, reconhecem analistas que acompanham a empresa, e que, em maior ou menor grau, já consideram 2014 um ano perdido.

O Plano de Negócios para o período 2013-2017, que está sendo revisado para o período 2014-2018, prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões, ou US$ 47,3 bilhões por ano.

A companhia deve fechar 2013 com a produção em queda e lucro menor em relação ao ano passado.

Mesmo que a produção de petróleo aumente 7% em 2014, como é esperado, a queda deste ano, de até 3%, limitará o aumento de produção ao nível de 2010.

Ou seja, a empresa voltará três anos na história, observa Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

“Ficou muito complicada a situação da empresa, não sei como ela vai sobreviver até as eleições. Vai ter que torcer para não ser rebaixada (pelas agências de risco), para o dólar cair, para o petróleo não subir.”

Marcelo Torto, da Ativa Corretora, lembra que no próximo plano a empresa terá que incorporar os investimentos no campo de Libra, que vão consumir, nos próximos 10 anos, até R$ 100 bilhões.

“O futuro é incerto para a empresa; 2014 é mais para negativo”, diz Torto.

Gustavo Gattass, do BTG Pactual, continua com indicação neutra para as ações da empresa e não vê muita disposição para a desaceleração dos investimentos. “Vai aumentar a dívida se continuar gastando. Deveria gastar menos, é o que toda família faz quando não tem caixa.”

Sem nenhuma expectativa de novos aumentos de combustíveis para recompor o caixa da companhia no ano que vem, limitados pelo impacto que poderiam ter na inflação em ano eleitoral, a Petrobras não terá outra saída a não ser aumentar a dívida, diz Pedro Galdi, economista-chefe da SLW Corretora.

“A Petrobras continua nas mãos do governo e até as eleições continuará a ser prejudicada”, afirma.

E então ? Estou … “tão errado” assim ? 😯