Clube do Pai Rico

Estamos numa crise séria, no que devo investir ?

Você já deve ter percebido que as coisas estão muito piores que estavam há pouco tempo. São muitos os sinais: o número de placas de aluga-se/vende-se dos imóveis comerciais explodiu, a quantidade de lojas e restaurantes que fecharam suas portas aumenta a cada dia, o número de pessoas que perdeu o emprego, e que você conhece, só cresce … Até a nossa presidanta disse por estes dias que ouviu falar sobre alguma coisa parecida com uma crise se aproximando.

Nestas horas as pessoas se perguntam: o que devo fazer ? No que devo investir ? Muitos se lembram daquele corolário que diz que “momento de crise pra uns, oportunidade para outros“. Mas quais seriam estas oportunidades ? Onde elas estariam ? Estão disponíveis para todos ? Mas a única pergunta que faço é: você não se instruiu, não buscou informação e conhecimento enquanto as coisas estavam “boas” ? Se fez isso você certamente já saberia onde estão surgindo estas oportunidades …

Sim, cutuquei justamente no calcanhar de Aquiles de muita gente …

A grande maioria não se importa com o estudo enquanto a “real necessidade” daquele conhecimento não aparece. Mais ou menos como quem não tem dinheiro, que diz que quando tiver, vai atrás da informação necessária para aplicá-lo. (como se fosse possível aprender o necessário em apenas poucas horas/dias de estudo)

O meu conselho é: se não sabe onde estão surgindo as oportunidades, se não sabe onde deve investir o seu dinheiro para obter bons rendimentos com a derretida do mercado acionário, ou com a explosão de rendimentos apresentado pelos investimentos em renda fixa, estude. Mas não é estude um pouco. É para estudar com vontade ! Ler alguns (ou vários, de preferência) livros sobre o assunto, é trocar ideias com as pessoas que já possuem mais experiência que você, é participar de seminários, em suma, é partir em atrás do tempo perdido.

Pense comigo: se você tivesse feito isso há alguns meses, há alguns anos, já teria a real noção do que deveria fazer agora. Não é mesmo ? 😉

Indicarei três livros que tinham saído de circulação, que tinham esgotado em todas as livrarias, e que agora estão de volta com edições renovadas e atualizadas. Três livros que considero muito bons e fundamentais em sua formação como investidor. São eles:

Mercado de Ações em 25 Episódios

Nota do Site:
5 Moedas

Mercado de Ações em 25 Episódios
Paulo Portinho

Ano: 2009
Edição: 1
Número de páginas: 248
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

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O investidor inteligente

Nota do Site:
5 Moedas

O investidor inteligente
Benjamin Graham

Ano: 2015
Edição: 1
Número de páginas: 672
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

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Investindo em Ações no Longo Prazo

Nota do Site:
5 Moedas

Investindo em Ações no Longo Prazo
Jeremy J. Siegel

Ano: 2015
Edição: 5
Número de páginas: 448
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

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O colchão de segurança

Outro item muito importante para este momento de crise é o seu colchão de segurança. Se fez a lição de casa, e o montou enquanto as coisas estavam tranquilas, ótimo. Se não conseguiu … 🙁

Sobre o assunto, temos vários textos aqui o site. Aconselho que você leia todos, e caso fique com alguma dúvida, pergunte. O “Pergunte ao Pai Rico” está ai justamente para isso. 😉

Eles são:

Formando o seu colchão de segurança
Colchão de Segurança – Quem precisa de um ?
Devo quitar minhas dívidas ou formar meu colchão de segurança ?
Usar títulos do Tesouro Direto para o colchão de segurança é válido ?

São pequenos detalhes, mas que fazem toda a diferença !

Pode parecer que é pouca coisa, que são apenas detalhes … Mas são justamente estes “pequeno detalhes” que podem estar te separando de um futuro tranquilo e abastado. Pense nisso !

Dedique um pedaço da sua semana (veja que nem estou falando de ser algo diário !!) para os estudos. Uma leitura aqui, uma conversa ali … Verá que em pouco tempo terá apresentado um crescimento impressionante. A principal testemunha disso ? Sua conta bancária !! 😉

E não se esqueça: precisando de alguma ajuda, estamos à sua disposição. 😀

Pergunte ao Pai Rico ||| 380

Pergunta:

Boa noite.

Tenho 12.000 em mãos e a cada mês guardo 2.000. E não sei onde investir. Já verifiquei a poupança e não rende nada, o pior lugar para conseguir retorno.

Gostaria de uma opinião de onde investir essas duas rendas. Se coloco tudo em um lugar ou diversifico.

Obrigado

Resposta:

Bom dia Nelson,

Infelizmente não existe uma reposta pronta à sua questão. Primeiro porque nem todos têm o mesmo perfil de investidor, ou ainda porque talvez a pessoa não tenha o conhecimento necessário para se aventurar em novas modalidades de investimento. 🙁

O mais triste dessa história é saber que a segunda parte é facilmente alterada, porém a grande maioria das pessoas prefere permanecer na inércia e fazer mais do mesmo. Este é um dos motivos para que a poupança seja a modalidade de “investimento“. É tão fácil chegar no banco e pedir para colocar o dinheiro na poupança … Não é preciso pesquisar nada, saber de nada, pensar em nada. Apenas se coloca o dinheiro lá e pronto.

Ok … uma parcela dos investidores usa a poupança porque é a “única” modalidade de investimento que permite que baixos valores seja investido. Na verdade era, as coisas mudaram bastante e com R$100,00 já é possível investirmos em muita coisa melhor que ela.

O problema ? Grande parte da população não consegue juntar nem ao menos R$100,00 para seus investimentos … 🙁

Mas este não é o seu caso ! Você está buscando novas alternativas, quer informações sobre outras possibilidades, quer sair do marasmo e se aventurar em mares nunca antes navegados. 🙂

O que eu te aconselharia ? Partiria para um investimento de renda fixa nesta etapa inicial, o Tesouro Direto ou o CDB de algum banco “menor” que ofereça taxas atrativas para valores menores – algo próximo a 100% do CDI, são boas pedidas. (sim, R$12.000,00 é um valor pequeno no universo dos bancos mais tradicionais)

Este seria o princípio: fugir da poupança, indo para um investimento com nível de segurança parecido e maior rentabilidade. Bem maior na verdade, praticamente o dobro !!

Como você não quer ficar parado, e pretende obter rendimentos superiores aos da renda fixa, partirá para a etapa de estudos. Nesta etapa te indico ler sobre o investimento em bolsa. Quer queira, quer não, uma pitada de risco é necessário para que seu rendimento lá na frente seja mais interessante. 😉

Destaco dois títulos neste momento:

Investindo com Inteligência
O Mercado de Ações em 25 Episódios

Ambos certamente lhe serão muito úteis no início da jornada rumo à Bolsa de Valores. 😀

Espero ter lhe ajudado !

Abraços !

Triste é o país que maltrata suas moedas …

pilha de moedas

Existem algumas coisas que eu sinceramente não consigo entender … A forma com que a população e o Estado brasileiro tratam suas moedas é uma delas. Já falei um pouco sobre esse tema em outra oportunidade (De que forma você cuida de suas moedas ?), expondo um pouco as características das pessoas em relação às moedas e o reflexo disso em sua situação econômica de uma forma geral.

Mas hoje o papo será um pouco diferente …

Me diga: você consegue entender um país que faz questão de impor à população uma política de desvalorização das moedas ? Consegue entender um país que fale para o seu povo “olha, a partir de agora pararemos de fabricar moedas de 1 centavo, pois o custo é alto e vocês não dão bola para elas” … Consegue ?

Será que não passa na cabeça dos nossos dirigentes que essa atitude faz com que a população valorize ainda menos o seu dinheiro ? Sem contar que aumenta os preços, de uma forma geral, pois o comerciante que não pode mais oferecer os produtos com centavos no valor (apenas múltiplos de 5¢) irá fazer o arredondamento para cima ? Claro … você chegou a cogitar que o arredondamento viria para baixo ? 🙁

Mas a culpa não é só da população ou dos comerciantes. É de todos, de uma forma geral. Enquanto as moedas de 1¢ ainda circulavam, você fazia questão de exigir elas no troco ? Ah, você é do “time” que diz que estas moedas não valem nada, não servem para nada … Já teve a oportunidade de viajar para os Estados Unidos ? Já viu o valor que dão para cada moeda de 1¢ ? Experimente não entregar uma … seja na hora de pagar ou na de dar o troco. O outro lado da negociação não gostará nada disso.

Mas aqui não … fazemos questão de deixar de lado. Somos todos ricos, milionários. Que falta me fará 1¢ ? E 5¢ ? Sim … porque muitas vezes as moedas de 5 centavos também estão raras e os comerciantes são impossibilitados de entregar o troco exato.

E isso nos leva ao outro lado da moeda

A culpa é de quem ? População que guarda as moedas em casa e não as põe em circulação ? Governo/casa da moeda/banco central que disponibilizou um lote “pequeno” para a população ? Qual é o motivo para termos tantos problemas de disponibilidade de moedas para o troco ? 🙁

Você provavelmente já deva ter visto algum estabelecimento comercial fazendo alguma promoção do tipo “traga moedas e ganhe um desconto de x%“, ou “traga moedas e ganhe um xyz a cada R$xx trocados” e por ai vai …

Não foi uma, nem duas vezes que vi isso. Quando ainda estava na universidade troquei muita moeda na lanchonete do campus. A troca era “a cada R$10 em moedas você ganha um suco”. Sem precisar consumir nem nada, apenas a troca para ajudar no troco. Ontem vi de novo em um restaurante “pague sua conta (acima de R$20) em moedas e ganhe 10% de desconto”

Um detalhe: estou formado há 12 anos …

Isso significa que em 12 anos o Banco Central não conseguiu estabilizar a oferta de moedas … Legal, não é mesmo ? Será que é tão difícil assim ? Será que não foi tempo suficiente para entender o motivo da falta ? Se é produção, produza mais … Se é educação (para que o povo coloque em circulação), que eduque …

Mas não tem cabimento as coisas continuarem exatamente como eram há tanto tempo …

Combater o consumismo é tarefa da Educação Financeira

 

Esta semana vi um documentário muito interessante (e que me deixou estragado) na Netflix: The true cost.

Explore a ligação entre a pressão dos consumidores por alta-costura de baixo custo e a exploração de trabalhadores nas fábricas.

Infelizmente a produtora não disponibilizou o material no youtube, mas o trailer já passa um pouco da ideia do que é apresentado em 1h32min:

 

É aquele tipo de coisa que “sabemos” que existe. Que “combatemos”. Mas que ao mesmo tempo financiamos … 🙁

Não me refiro somente ao valor pago aos trabalhadores das fábricas, mas sim o sistema como um todo. Muitos dizem que devemos boicotar as empresas que adotam tal sistema de produção, mas se o fizermos, não estaremos tirando (em definitivo) a única fonte de renda destas pessoas ?

Eu não sei qual deve ser a melhor atitude a ser tomada nestes casos, pois existem tantos problemas envolvidos … 🙁

A minha parte

Eu tento fazer a minha parte, que é a de não “patrocinar” esse consumismo maluco. Tudo o que compro, compro com a intenção de usar durante um bom tempo. No documentário eles mostram como muitas roupas acabam se tornando descartáveis após 1 ou 2 usos, justamente pelo baixo preço do produto. E se você conhece as consequências do uso de produtos descartáveis sintéticos, sabe muito bem o que acontece com as toneladas e toneladas de roupas que são jogadas fora anualmente …

Mas este não é o único problema. No Haiti, por exemplo, muitas confecções locais tiveram que fechar a porta. Por quê ? Estas roupas descartáveis, ao invés de serem jogadas fora diretamente, são encaminhadas para doação. Atitude louvável, claro. Porém o volume é tão grande, que as pessoas passaram a adotar somente as pilhas (literalmente) de adoção e deixaram de consumir o produto local.

O consumo é importante para manter a roda da economia girando, porém é preciso que tenhamos um certo nível de responsabilidade quanto a isso. Tudo que é exagerado trás problemas, não importa em que área esse conceito for aplicado.

Se você puder, assista ao documentário. Faça com que o máximo possível de conhecidos o vejam. Se possível, discuta o que foi visto. Se conhece alguém que se enquadre no perfil “compro porque tá baratinho e vou usar só uma vez”, reforce um pouco mais o que foi apresentado e fale sobre as consequências (para o bolso da pessoa) de manter tal atitude.

Comprar mais barato é bom, mas não é por isso que vamos comprar já pensando em jogar fora … 🙁

Um texto MUITO ligado ao tema: Por quê que as coisas que compro duram tão pouco ?

O Tesouro Direto e sua aposentadoria

Já falamos em outras oportunidades, aqui no Clube, sobre a utilidade, ou não, do Tesouro Direto para ser usado no colchão de segurança. Vimos que graças ao seu comportamento de renda variável, para o resgate do título fora da data de vencimento, o instrumento não é o mais indicado para essa finalidade. Existem outras mais interessantes e indicadas em outros posts.

Mas existe uma função para o Tesouro Direto, onde seu desempenho é excepcional: sua aposentadoria. 🙂

Para o colchão de segurança precisamos ter acesso imediato, a qualquer momento, do valor investido. Afinal de contas as emergências surgem do nada, nos pegando de surpresa. Já no caso da aposentadoria, o evento tem “hora e local” marcado. Desta forma podemos nos organizar e programar com antecedência todo o processo de resgate das aplicações.

Você só precisará do $$ na hora que se aposentar !

Sim, você sabe que não precisará usar aquele dinheiro aplicado antes do vencimento. Com isso já sabe de antemão quanto terá direito de receber naquela data, não correndo o risco de receber um valor menor do que o programado.

O interessante é justamente que você se programe para que o vencimento dos títulos ocorra em momentos diferentes, comprando títulos com vencimentos diferentes. Alguns pré-fixados quando as taxas estiverem atrativas, outros atrelados ao IPCA para evitar a perda do poder de compra, outros atrelados diretamente à SELIC  nos momentos onde a taxa apresentar crescimento.

Claro que você não tem como saber como estará se comportando a taxa de juros em 2035 (a data de vencimento de um dos títulos disponíveis, por exemplo), mas consegue observar o comportamento de curto prazo deste título, efetuando a compra do tipo de título mais interessante naquele momento. Neste caso a “diversificação” é interessante e salutar. (por mais que eu não goste dela, hehehe)

Por que o Tesouro Direto ?

Por que não um fundo ou um CDB ? O principal motivo para escolhermos o tesouro direto, neste caso, é que você tem acesso a taxas muito atrativas até mesmo para valores mais baixos. Você consegue um CDB próximo dos 100% do CDI em muitos bancos, mas na imensa maioria deles precisará fazer um aporte inicial muito alto.

No tesouro direto não, seja pouco, ou seja muito, todos têm acesso as mesmas taxas.

Coisa parecida ocorre nos fundos. Os que apresentam taxas administrativas mais baixas, são justamente os que exigem aportes mais parrudos.

Como você excluiu o risco de flutuação no valor do resgate, o uso do tesouro direto se mostra mais eficiente neste caso. Você sabe muito bem o que 1% extra, ao ano, em 10, 15 anos, pode significar. Não é mesmo ? 😉

A pena é que a grande maioria dos bancos ainda dificulta muito o acesso de seus clientes a esta modalidade. É muito mais interessante para eles indicar um fundo que cobre 3%, 4% em taxas de administração, ou então aquele título de capitalização esperto. 🙁

Se você ainda não estiver familiarizado com esta modalidade de investimento, indico a leitura do livro: Títulos Públicos sem Segredos. Infelizmente não é facilmente encontrado … mas vai que você tem sorte ?