Clube do Pai Rico

Pergunte ao Pai Rico ||| 375

Pergunta:

Venho estudando algum tempo a possibilidade de quando sobrasse algum dinheiro colocar no tesouro direto. Mas nunca encontro uma resposta para a seguinte pergunta, qual dos títulos é a melhor opção para o famoso colchão. A minha ideia é iniciar com um valor de R$3k, e depois aportes mensais de R$500.

Hoje não tenho mais colchão e herdei uma divida com a morte do meu pai, usei o colchão para diminuir, mas ainda resta um valor muito alto. 🙁

E não consigo negociar com o banco um valor justo para pagar esse valor, principalmente com o cenário atual.

Resumindo: a ideia é montar um colchão no TD, caso consiga negociar uma valor mais justo da divida, usar ele. Eu sei que isso não é o correto, mas no atual momento da minha vida não tenho muita escolha. 🙁

Forte abraço, e parabéns pelo ótimo conteúdo.

Resposta:

Bom dia José,

Realmente, momento complicado, onde, além do problema financeiro, você precisa lidar com a perda de seu pai. Tentarei lhe ajudar no que me for possível, ok ?

Inicialmente, sobre usar o Tesouro Direto como colchão de segurança … Eu não gosto desta ideia, pois a liquidez do investimento não é plena. Sem contar que você poderá precisar se desfazer do investimento com perda de capital. Leia o post onde falei justamente sobre isso:

Usar títulos do Tesouro Direto para o colchão de segurança é válido ?

Acredito que seja mais interessante você deixar seu colchão protegido em um fundo de renda fixa ou CDB, pois nessas modalidades a liquidez é total. 😉

Claro, um fundo de renda fixa que tenha uma taxa de administração inferior a 1% ao ano, ou um CDB que ofereça algo próximo a 100% do CDI. (9x% …) No caso do CDB, fuja dos que impõe tempo mínimo para resgate, pois você acabaria encarando um problema parecido com o que fez eu não indicar o Tesouro Direto.

Até mesmo a poupança acaba sendo uma “boa opção” em alguns casos. Se a quantia é pequena, impossibilitando o uso de um fundo de renda fixa de baixo custo, ou um CDB de maior rendimento, manter a grana na poupança acaba sendo a “melhor” estratégia. Ao menos até que o volume acumulado atinja o valor necessário para adotar estas outras modalidades. Indico a leitura deste post que aborda esse tema:

– Estão usando a poupança do jeito errado …

Bem, já falamos sobre qual a melhor forma de aplicar a grana do colchão de segurança, agora vamos falar sobre a situação que você enfrenta. Como falei para a Maíza, no último “Pergunte ao Pai Rico“, na imensa maioria das vezes o melhor a ser feito é quitar as dívidas, ao invés de investir o dinheiro. A correção da dívida tem uma velocidade mais alta do que o rendimento da maioria das aplicações.

Escrevi um post falando sobre isso há algum tempo:

Devo quitar minhas dívidas ou formar meu colchão de segurança ?

Não sei se justifica deixar a grana aplicada enquanto você tenta negociar um valor mais em conta para a quitação da dívida … 🙁

Sobre não ter mais o seu colchão formado, não fique triste com isso. A função dele é justamente te proteger em momentos inesperados como o que você passa atualmente. Quando tudo estiver resolvido, você vai lá e começa a recriá-lo. 😉

Abraços e boa sorte !

Investimentos PRÉ ou PÓS fixados ?

Venho reparando, nas conversas que tenho com amigos, que uma dúvida frequentemente surge quando o assunto abordado gira em torno dos investimentos em renda fixa: “O que vale mais a pena, pré ou pós fixado?

Para muitos, algo simples e trivial. Mas para a grande maioria uma dúvida que os impede de obter retornos um pouco mais interessantes e que provavelmente acaba direcionando-os à poupança. Sim, você acha que a poupança “atrai tanta gente” por causa do belo rendimento que apresenta ?

Claro que não ! A poupança continua sendo a queridinha de muita gente, apenas pela facilidade que apresenta na hora da aplicação. Não existem opções diferentes, a poupança é a poupança com seus 0,5% + TR ao mês e ponto final.

Qual seria a diferença entre pré e pós fixados ?

Como o próprio nome já indica, os investimentos diferem apenas pela forma que a aplicação irá render. Nos pré-fixados, o rendimento é conhecido desde o início da aplicação. Nos pós-fixados, o rendimento é atrelado a um índice/indicador (normalmente o CDI), e um percentual (deste índice/indicador) é determinado no momento da aplicação.

Nos pré-fixados você sabe que receberá 1% ao mês, durante o tempo em que o investimento estiver lá. (apenas um exemplo …) Não importa como se comporte a taxa básica de juros, por exemplo, o valor “contratado” será respeitado e seu patrimônio crescerá baseado naquela taxa.

Nos pós-fixados você sabe apenas qual percentual do CDI (por exemplo) o seu capital será rentabilizado. Você sentirá as variações na taxa básica de juros, seja para cima ou par baixo.

Mas qual devo escolher, pré ou pós ?

Isso depende muito da tendência da taxa de juros. Enquanto as taxas estão subindo, o mais interessante é que adotemos um investimento do tipo pós-fixado, pois nossa rentabilidade crescerá a cada novo aumento na SELIC. Quando a tendência passa a ser de queda, o pré-fixado passa a ser a melhor opção. Você garantirá uma rentabilidade “mais alta”, mesmo quando a taxa for menor.

Os momentos de estabilidade é que podem trazer um pouco de dúvida para o investidor. Mas nada impede que mantenhamos a escolha da tendência anterior até que surja um sinal de reversão nela, mudando neste momento o tipo de aplicação.

Por exemplo, hoje estamos com a SELIC nos 14,25%, após sairmos dos 7,25% no início de 2013. Quase 100% de alta de lá pra cá, e o COPOM começa a sinalizar que chegamos no topo, ou perto dele. De 2013 até hoje, o ideal seria você ter aplicado em algum investimento pós-fixado, pois desta forma teria surfado a onda de alta na taxa.

Mas se já existe uma sinalização que chegamos no topo, ou próximo disso, não seria a hora de migrarmos para um investimento pré-fixado, para  garantirmos a taxa de 14,25% ao ano e seus quase 1% ao mês ? Sim, a meu ver (e para uma grande parcela do mercado) o momento atual se mostra mais vantajoso para os pré.

A apresentação dos pré e pós fixados é clara ?

Na maioria dos casos, sim. Eles lhe serão oferecidos ou com um percentual do CDI, ou diretamente com a taxa de correção. Nos CDBs vemos isso de forma bem clara, por exemplo. Já nos fundos de renda fixa a coisa é um pouco mais discreta.

Nos fundos temos (normalmente) os do tipo DI e os de Renda Fixa. Os DI seriam o equivalente ao nosso pós-fixado e os de Renda Fixa aos pré-fixados. Perguntar ao seu gerente qual deles é mais “parecido” com o pós-fixado e com o pré-fixado não fará mal algum. 😉

Viu, simples e fácil ! Não tem como errar e seu bolso só lhe agradecerá. 😀

Previdência: Você ainda acha que tem jeito ?

idosa pq

A minha opinião já é conhecida por muitos de vocês: sou totalmente contra a ideia de que temos que deixar a tarefa de administrar nosso dinheiro com o governo. A previdência (pública e privada) é uma furada e cada um devia cuidar do seu próprio dinheiro. E ponto final.

São tantos os motivos para eu pensar desta forma que fica “um pouco” complicado listá-los aqui …

Mas um deles (provavelmente um dos principais) está fortemente relacionado a esse caso do Postalis:

FUNCIONÁRIOS PAGAM ROMBO DE FUNDO DE PENSÃO DOS CORREIOS

Brasília, 23/03/2015 – Funcionários dos Correios tentam evitar por meio de uma batalha judicial e de greves que os participantes do Postalis, fundo de pensão da estatal, tenham redução de um quarto nos seus salários a partir de abril de 2015 pelo período de 15 anos e meio.

A conta é resultado de um déficit atuarial de R$ 5,6 bilhões no Postalis, controlado pelo PT e PMDB, provocado por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento repassado ao fundo. Também sob influência dos dois partidos políticos, o Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal (CEF), e a Petros, da Petrobras, contabilizam prejuízos bilionários.

Partiu do conselho deliberativo do Postalis a decisão de impor aos funcionários a contribuição extra que terá forte impacto sobre os salários. No primeiro momento, ficou definido um corte de 25,98% nos contracheques. O déficit será reavaliado a cada ano a partir do retorno dos investimentos e da expectativa de vida dos participantes.

Um funcionário que tem salário de R$ 10 mil, por exemplo, receberá R$ 2.598,00 a menos no final do mês apenas para cobrir o déficit, além o valor da contribuição definida. Vão pagar o porcentual extra os funcionários mais antigos, aqueles que entraram nos Correios até 2008. Isso equivale a 75% do pessoal da empresa.

Integrantes do fundo argumentam que o déficit bilionário é resultado da má administração dos investimentos dos últimos anos. Também acusam os Correios de não terem pago a dívida que têm com o Postalis. Por isso, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) entrará nesta segunda-feira com duas ações na Justiça Federal. A primeira contra a ECT para que a empresa reconheça que deve R$ 1,150 bilhão ao fundo e abata esse valor do cálculo do déficit que precisa ser equacionado. No outro processo, a federação quer que a estatal assuma o pagamento do déficit integralmente por entender que a responsabilidade pela má gestão dos ativos do fundo é da patrocinadora.

“Esse novo reajuste repassa para nós a culpa da má administração do fundo”, afirmou José Rodrigues dos Santos Neto, presidente da Fentect. Ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), a federação diz reunir 30 sindicatos, que representam 74 mil trabalhadores dos 120 mil dos Correios.

Na semana passada, carteiros de ao menos dez Estados brasileiros fizeram paralisação para protestar contra a contribuição extra definida pelo conselho deliberativo do Postalis.

A Adcap (Associação Nacional dos Profissionais dos Correios) também irá ingressar com medida judicial. “Entendemos que os Correios deixaram de pagar essa dívida com o Postalis para maquiar o balanço e apresentar resultado positivo no ano passado”, afirmou Luiz Alberto Menezes Barreto, presidente da entidade, que representa os profissionais de nível médio, técnico e superior.

Extras

Os funcionários dos Correios e a empresa já fazem contribuições extras ao plano desde 2013 para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão dos dois anos anteriores. Nesse período, foi descontado mensalmente do contracheque 3,94% do valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício – no caso dos servidores da ativa.

As contribuições extras, que subiram de 3,94% para 25,98%, são para equacionar o plano de benefício definido do Postalis, sob o risco de o banco e os dirigentes do fundo serem punidos pelo órgão regulador. Na conta foi incluída uma dívida dos Correios com o Postalis de 2008, da época em que o plano de benefício definido foi saldado.

Os Correios fizeram o pagamento dessa dívida, em parcelas, de 2001 até março de 2014, mas interrompeu o pagamento por determinação do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional. Os órgãos de controle concluíram que a estatal saldou integralmente sua parte com o término do plano definido. O R$ 1,150 bilhão restante, segundo o governo, constitui déficit atuarial e deve ser dividido a patrocinadora (Correios) e os funcionários.

Ação

O Postalis tem um entendimento diferente. O fundo entrou com ação com pedido de tutela antecipada (liminar) contra os Correios para cobrança desse montante relativo às obrigações sobre o tempo de trabalho dos participantes antes da criação do plano.

Os Correios informaram, por meio de nota, que contrataram consultoria especializada para avaliar se o Postalis ou o governo tem razão.

Esse tipo de coisa não é uma exclusividade dos fundos de pensão das estatais como você pode estar pensando … Acontece, sim, em situações similares em instituições privadas. O conflito de interesses e os altos volumes envolvidos “atrapalham” um pouco …

“Mas nem todos sabem cuidar do seu próprio dinheiro …”

Isso mesmo … Continue colocando a culpa dos seus problemas nos outros

É muito mais fácil do que assumir a responsabilidade, do que partir em busca do conhecimento necessário, do que e educar … Não é mesmo ? 🙁

Pergunte ao Pai Rico ||| 365

Pergunta:

Zé, Tenho 21 anos, sou empresário de uma micro empresa no período da tarde e funcionário de outra empresa de manhã. Em Ambas eu faço os mesmos serviços. Estou apenas esperando meu negócio crescer “um pouco mais” para abrir mão do meu atual “emprego”. Hoje eu faço investimentos mensais em títulos publicos, mas gostaria de Operar no mercado de açoes. Sei que a necessidade de aprender sobre este mercado é grande. Então, por onde eu devo começar? Softwares de simulação do mercado real? Livros? Investindo pouco para acompanhar?

Agradeço a atenção.

Continue lendo …

Dicas para o … desafio ! #3

Tenho certeza que você já está participando do desafio e já começou a movimentação necessária para garantir os 3% do mês de março (e possivelmente até mais). Acertei ? :)

Mas … como nada que seja difícil não possa ficar um pouco mais …

Num passado não muito distante, fomos agraciados por uma bela notícia: a tarifa de energia elétrica seria abaixada. Parecia um sonho ! Num país onde os preços somente sobem, ouvir a presidente da república nos informando sobre a vinda de uma diminuição no custo de uma das tarifas que mais pesam nos bolsos de grande parte da população (e que tem um peso enorme no custo das fábricas), parecia mentira …

E era.

Sim, houve o desconto … Mas foi um “desconto”. Forçaram a barra junto às geradoras para um corte nas tarifas em troca da renovação do contrato. Algumas aceitaram, outras não. Mas houve um desconto.

Houve. Passado. Em seguida o reajuste veio, seguidos reajustes na verdade. Hoje ? Hoje temos uma tarifa muito mais cara do que a tínhamos antes do anúncio do desconto. Detalhe: mais cara do que seria se tivéssemos os aumentos normais do final de 2012 pra cá …

Mas o que isso tem a ver com a dica #3 ? Que tal relacionarmos atitudes que tragam economia no consumo de energia elétrica ? 😀

Troque lâmpadas incandescentes por modelos que consomem menos

Esta é uma dica que você não terá como seguir, por um simples motivo: as incandescentes (as lâmpadas tradicionais) estão saindo de linha. No seu lugar restarão inúmeras outras alternativas, que em sua maioria consomem menos.

Mas não é preciso sair arrancando as lâmpadas antigas para colocar as novas. Primeiro: você estará jogando fora um produto que ainda funciona. Segundo: o custo das lâmpadas novas (especialmente as LED) é um pouco mais alto do que as tradicionais …

O interessante é que a troca ocorra conforme as lâmpadas forem queimando.

Agora … Se a troca já será obrigatória, por que estou dizendo para você fazer isso ? Simples: muita gente ainda tenta fazer a troca das lâmpadas queimadas por modelos similares. Sim, ainda encontramos no mercado alguns modelos de lâmpadas incandescentes e a maioria das pessoas continua fazendo a troca “elas por elas”.

Portanto, sua lâmpada queimou ? Tente trocar por uma com um consumo mais baixo. Gastará um pouco na hora da compra, mas no médio/longo prazo recuperará o investimento. 😉

Resista à tentação dos fogões elétricos (cooktop)

Sim, eu sei que é a coisa mais linda e legal deste mundo você ter um fogão que funciona apenas com energia elétrica. Muitos modelos não oferecem nem correr o risco de se queimar ! (os de indução) Mas … e o consumo deles ? 😯

Acredite: o consumo de um fogão, e do forno também, elétrico, quando comparado com um convencional (a gás), é muito maior. O custo do uso de um equipamento deste tipo é muito mais elevado. Se puder, dê preferência para o equipamento que usa gás.

Por que “dê preferência” ? Algumas construtoras vêm oferecendo apenas esta alternativa em seus imóveis. Sim … eles não apresentam mais um ponto de gás dentro do apartamento. Consideram que o proprietário usará fogão e forno elétrico e usará um chuveiro elétrico ou um sistema central de aquecimento d’água.

O que nos leva à próxima “dica” …

A eterna briga entre chuveiro a gás e o elétrico

Uns dizem que o elétrico gasta menos, outros que é o com aquecimento a gás. Eu digo que é o gás. 🙂

A impressão que passa é que o chuveiro com aquecimento a gás gasta mais por um simples motivo: a pessoa costuma ficar mais tempo no banho devido ao conforto que ele proporciona. No chuveiro elétrico o banho costuma ser corrido, especialmente no inverno. 😉

Instale um equipamento elétrico que proporcione o mesmo nível de conforto que o a gás te traz e me diga: qual custará mais $$ para gerar o mesmo banho ?

Agora é com vocês ! Qual a sua dica exclusiva para trazer economia na conta de energia elétrica ?