0,8% de rendimento real mensal é uma meta factível ?
Ontem, com o post “Aposentadoria, como planejar sua renda vitalícia” um ponto pareceu incomodar muita gente: a taxa de juros usada no exemplo dos cálculos a serem feitos para sabermos o montante a ser acumulado para proporcionar determinada renda. Viu um detalhe bem interessante ? Era somente um exemplo … 🙂
Mas … será que o número apresentado, 0,8% ao mês de rendimentos reais (descontando-se o Imposto de Renda e a inflação), é algo tão impossível assim ? É um número tão fora da realidade que tornaria impossível que qualquer pessoa fizesse exatamente o que foi apresentado no exemplo, com exatamente os mesmos números ? Na minha mais sincera opinião, não. Pode até ser número acima do que a média da população obtém em seus investimentos “tradicionais”, mas longe de ser um número obsceno …
Afinal de contas, quanto é 0,8% de juro real ?
Para início de conversa precisamos identificar o real valor do número que gerou tanta discussão, quanto é 0,8% – nos dias de hoje – de juro real de verdade. Como dito essa taxa já tem descontados imposto de renda e inflação, portanto é um número menor do que o que deverá ser obtido em seus investimentos.
Como primeiro passo devemos determinar qual será a tributação desse capital ganho nos investimentos, qual será o IR abatido dos rendimentos. Por se tratar de um investimento de longo prazo, afinal estamos fazendo cálculos que têm como destino formação de patrimônio para a aposentadoria, usarei a taxa de 15%. Coincidentemente esta será a taxa para investimentos de renda fixa e em bolsa. Partiremos do princípio que essa taxa não será alterada, afinal de contas ninguém tem bola de cristal para precisar quando o governo dará a próxima mordida …
Alguns poderão argumentar que operações daytrade, em bolsa, têm tributação de 20%, e que operações de curto prazo em renda fixa podem chegar a mais do que isso, 22,5% para ser mais exato. Como disse partiremos do princípio de que é um investimento voltado ao longo prazo, portanto a tributação não será a de curto prazo. Ok ?
Sabedores de que a mordida do leão será de 15% do que obtivemos de rendimento, temos o primeiro número que nos interessa: o rendimento que as operações (seja em bolsa ou em renda fixa) deverão gerar mensalmente. Como “perderemos” 15% do que ganharmos precisamos obter um rendimento próximo de 1% ao mês. (sim, arredondei para facilitar as contas, hehehe)