Tenho um dilema que acredito que vc já tenha lidado com ele, 1000 vezes com seus seguidores.
Quero me casar daqui a 1 ano. Logo quem se casa quer casa.
Preciso acumular o máximo possivel de grana nesse tempo para dar a maior entrada possivel no AP. Sempre pesquiso muito sobre formas de investimentos, já li varios blogs de ‘especialistas’ e cada um defende uma tese ou teoria. Da maneira como falam, cada teoria parece ser a melhor do mundo.
Já li sobre Renda Fixa, Tesouro, Ouro, Fundo Investimentos, …
Como posso me decidir?
Trabalho, dedicação e planejamento não me faltam. Estou disposto a poupar de r$1500,00 a r$2000,00 por mês. Hoje tenho aprox. r$ 20.000. Como transformar isso em resultados satisfatórios?
Mais uma ótima opinião foi deixada, na forma de comentário – pelo Aroldo, no post “A bolha imobiliária estoura em 3 meses“. E como tudo o que é bom merece ser mostrado … 😉
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“Muito interessante o tema em discussão, o estouro da bolha imobiliária, e, apesar disso, podemos observar certo exagero no texto de Elvis Pfutzenreuter e equívocos no contraponto apresentado por Alan Moraes.
Antes de tudo, gostaria de esclarecer que não sou nenhum especialista em imóveis, apenas mais um que acompanha esse mercado com bastante interesse, que tem a pretensão de, na hora certa, comprar o seu e, para completar, tenho toda a paciência de Jó.
É exagero afirmar que a bolha imobiliária estoure em três meses, mas é fato a sua existência, no entanto é possível que a partir disso possa haver certa estabilização de preços, permanecer inalterados por muitos anos ou experimentar uma desvalorização constante até encontrar um patamar de preços reais.
Os preços são ditados pelas leis da oferta e da procura e neste momento observamos as duas, muita oferta de imóveis resultantes principalmente de incentivos fiscais do governo e do outro lado grande procura também fruto de políticas públicas como o expressivo aumento da oferta de crédito. Veja que em São Paulo, onde surgem, segundo reportagem do Jornal Nacional desta semana, cem novas moradias por dia há vários anos, já podemos verificar imóveis de alto padrão encalhados.
Essa oferta está suprindo o déficit habitacional brasileiro, mas isso tem prazo para acabar. Quem compra imóvel hoje em sua grande maioria (pessoas da faixa etária média de 30 anos) é de uma geração em que os pais tinham em média 4 filhos, hoje segundo últimos dados do IBGE a média é de filhos 2 por mulher, isso significa que a população brasileira tende a se estabilizar ou até mesmo diminuir. Em consequência, no futuro não precisaremos de muitos lançamentos para suprir a demanda de novos compradores porque eles ocupariam os imóveis deixados por seus avós, como ocorre na Europa.
Também observamos hoje um movimento de ascensão social espetacular, 30 milhões de pessoas ascenderam à Classe C outros milhões às Classes B e A, isso também explica o porque de diante de tanta oferta de imóveis os preços dos aluguéis continuarem inalterados e, às vezes, até valorizados. Podemos afirmar que quem está saindo do aluguel para a casa própria deixa sua antiga moradia para os que ascenderam economicamente que em regra moravam em situação precária ou junto com os pais. No mesmo sentido há reportagem que indica que o número de pessoas por moradia tem diminuído nos últimos anos e mais de dez milhões de pessoas deixaram a favela nos últimos dez anos, o que comprova essa teoria [ link ].
O aluguel agora está barato e tende a baratear mais ainda, por isso que os mais precavidos não se aventuraram a entrar em financiamentos ad eternum. Podem viver (temporariamente) no aluguel e incrementar suas economias, coisa que seria mais difícil com um financiamento imobiliário. Observe que logo poderemos abater o valor do aluguel do imposto de renda [ link ], aí ficará mais vantajoso ainda permanecer em um imóvel alugado.
Como tudo na vida, as coisas sempre têm dois pontos de vista.
No texto publicado na semana passada, de autoria de Elvis Pfutzenreuter – A bolha imobiliária estoura em 3 meses, o ponto de vista de uma bolha imobiliária foi apresentado e defendido. Não escondo de ninguém que concordo plenamente com ela, mas adoro conhecer a opinião de outras pessoas, especialmente as “do outro lado da moeda/espelho”. Ou seja, uma opinião contrária a minha.
Dessa forma aprendo e por muitas vezes enxergo pontos que estava deixando para trás.
Em um dos comentários do post, o visitante Alan Moraes deixou sua opinião contrária a ideia da existência da bolha. Preferi dar destaque a mesma, para que possamos debater sobre o ponto de vista por ele apresentado. O título do post de hoje foi por minha conta, hehehe.
Vamos lá. Leia, e responda: você concorda com ele ? Afinal, a bolha existe ou não ?
Antes de iniciar meus comentários, é importante esclarecer que meu raciocínio está baseado na perspectiva de quem compra o imóvel para residir. Ter um único imóvel, que é utilizado para sua residência, não é investimento, é consumo. Não falarei da perspectiva do investidor neste mercado. Para muitos serei rude, grosseiro e pretencioso, pois será uma tapa na cara para muitos – e a verdade dói… Disto isto, vamos aos comentários.
É tão difícil entender que o preço dos imóveis está apenas se corrigindo após muitos anos (duas décadas?) de estagnação? Certamente um pouco acima do que deva realmente, mas nem tanto. Daqui a pouco o valor chegará ao teto, se não já chegou. Como em qualquer mercado, haverá mercadorias caras, outras baratas e muitas no preço correto.
Para quem quer o imóvel para moradia, está uma maravilha! Por quê? Porque há crédito na praça e o valor da prestação do financiamento hoje está muito próximo ao valor do aluguel praticado ontem no mercado. Financiamentos para imóveis populares estão com taxa de 5% a.a. + TR. Taxa mais barata que a inflação! Quem já pagava aluguel tem condições de pagar, tranquilamente, a prestação do imóvel. Antes este pessoal nem cogitava comprar o imóvel por causa da falta de crédito, por isto os preços estavam praticamente estancados, uma vez que a demanda estava reprimida.
Houve um comentário sobre o uso do FGTS que gostaria de frisar:
– Bom… concordo com o que o Elvis falou, do que adianta usar o FGTS por usar? Só porque ele rende pouco vou usar “2x” em algo que vale “x” e me promete um rendimento maior? Acho que não…
Mas quem disse que custa X de verdade? Por que o custo real não é 2X? Ou, em outras palavras, por que não pensar que imóveis residenciais estavam verdadeiras pechinchas, na nossa cara o tempo todo? CUSTAVA X, hoje não mais, desculpe-me.
A variável que mudou radicalmente os preços praticados no mercado foi o crédito abundante. Resmungar repetidamente aos quatro cantos que os preços dos imóveis estão supostamente caros hoje é uma forma eufêmica de denunciar a perda pessoal de uma grande oportunidade de compra de imóvel num passado recente, quando os preços estavam realmente bons. Percebam que quase todos que falam em bolha hoje em dia citam, de memória, o valor de certo imóvel que quase comprou recentemente, como quem choraminga:
– Buá! Buá! Há dois anos quase comprei um imóvel por X e hoje custa 2X! Por que não comprei naquele tempo? Buá! Buá!
Sou uma pessoa que nunca se preocupou com a educação financeira, mas tenho me empenhado a me familiarizar com o tema.
Este post da bolha imobiliária me fez refletir profundamente sobre a minha situação atual…
Moro num apto na região da Paulista que estou financiando em 180 meses…comprei na planta e na época o valor da compra era de R$105k, valor de avaliação R$120k.
Conversando com um corretor da administradora do prédio fico sabendo que hoje está valendo em torno de R$350k!!!
Se não estou fazendo as contas erradas…291% de valorização em 5 anos! 58,2%/ano!
Definitivamente…tem algo de estranho…
Ai iniciou-se um grande pensamento…”Por que não aproveitar o momento e vender o apto?”
Acalmando um pouco a euforia repentina…
350k (valor do apto) – 21k (o absurdo dos 6% de comissão corretora) – 60k (o que falta do financiamento)…
Ainda fico com 269k (bruto).
Agora o raciocínio inverso…Se eu for vender..onde irei morar? Boa pergunta…
Para viabilizar a venda, tenho que tornar o apto o mais desejável possível…pintura, faxina, manutenção…
E mais…permanecer no apto durante o processo de venda? Receber visitação no meu cantinho? Expor minha privacidade?
Se eu conseguir vender…compro outro? Compro um menor para investimento e outro financiado para morar?
Ou será que alugo e começo a investir em ações?
O post causou um tsunami de pensamentos…
E a certa ganância de querer aproveitar esta bolha antes que estoure e o medo de que certamente estoure me faz pensar…”tenho a sensação de que moro dentro de uma bomba relógio”. rs
Essa euforia de consumo da massa, facilidade de crédito, aumento do salário mínimo para R$560, retorno do CPMF, movimentação estranha da bolsa me fazem sentir náuseas estomacais…
Sinal de alta de inflação? Bolha imobiliária estourando em 3 meses?
É muito interessante ver os comentários de todos aqui…
Vou pensar um pouco mais nas possibilidades…
Quem sabe ainda pego a bolha intacta! hihihi
Com a frase acima Elvis Pfutzenreuter, autor de Ganhando Dinheiro com Opções e Investindo no Mercado de Opções, dá um ultimato para o oba oba que tomou conta do mercado de imóveis. A minha posição vocês já conhecem, levanto a bandeira da existência da bolha já faz um bom tempo, mas quando vai estourar ? Mistério. 🙂
A frase “A bolha imobiliária estoura em 3 meses” foi título de um post direto e objetivo, onde as únicas palavras postadas foram: “Quem avisa, amigo é.”
Na semana seguinte ele publica outro post com as “explicações”, e que agora será publicado aqui no Clube para sua leitura. Concordo com tudo o que ele disse, e você ?
O estouro da bolha imobiliária, explicado
Como bem disse um dos que comentaram no post anterior: bolha se chama bolha porque ninguém sabe quando vai estourar. Então, concordo com quem acha minha “previsão” um tanto arrogante, furada, ou as duas coisas.
Devo também esclarecer aos neolulistas de plantão, que se ofendem com a menor sugestão de que há algo de errado no Brasil: o “estouro” que estou “prevendo” não será uma hecatombe, não será nada parecido com 1991, ou com 1998 onde estivemos perto de ter um novo calote na dívida interna, no estilo Plano Collor (ééé, faltou pouco pra acontecer, o boato na época correu forte). Será simplesmente um ajuste, deprimente para alguns mas bem-vindo e necessário no geral.
Nem tampouco é medo da Dilma, ou do Serra (porque há motivos para temer um e outro). O ajuste virá, e a minha curiosidade é saber a) quem estará no leme; e b) como reagirá.
Devo ainda declarar, para ser honesto, que odeio imóveis. Eu e o Robert Kiyosaki (autor do livro “Pai Rico, Pai Pobre”) somos simetricamente suspeitos quando emitimos opiniões sobre imóveis…
Dito isto, devo dar minhas razões pelas quais acredito que um forte ajuste, no mercado imobiliário e talvez em outros, se avizinha:
1. A coisa óbvia: os imóveis no Brasil estão muito caros
Quando um imóvel custa mais caro no Brasil que nos EUA, há definitivamente alguma coisa errada.
Por mais que os neolulistas argumentem da pujança brasileira e crise estadunidense, convenhamos em termos absolutos eles ainda constituem uma economia muito mais forte, com muito mais poder de compra. E pra completar, vamos enxergar o óbvio ululante, eles têm quase o dobro de população com um território do mesmo tamanho!
Não confundam isso com “síndrome de vira-lata”, é perfeitamente possível ao Brasil chegar a estar melhor que os EUA. Basta continuarmos a crescer e eles continuarem a decair. É como disse um amigo meu que meteu-se a técnico de futebol society: “um pega um, outro pega o outro e o outro faz o gol”.
Parece fácil, mas enquanto nós temos Petrobras e Vale, eles têm Google e Apple. Vai demorar um pouco (na minha opinião, vai demorar praticamente pra sempre 🙂 e no ínterim diversas bolhas hão de formar-se e estourar. Não é este processo que vai salvar-nos do estouro da bolha presente.