Pergunta:

Bom dia, Zé!!

Com toda esse cenário de instabilidade política, impeachment e futuro governamental incerto, ainda é seguro investir no tesouro direto? Ou existem riscos de perda de investimentos feitos em caso de mudança de governo?

Pergunto isso, porque aqui em casa conseguimos esse mês quitar dívidas e agora esse valor poderá ser investido mensalmente… Nossa ideia inicial era de investir no tesouro direto, por ser um sistema mais simples para entrarmos no mundo de investimentos, mas confesso que agora tenho dúvidas sobre a confiabilidade do tesouro devido ao caos atual…

O tesouro ainda é uma boa opção, mesmo nesse momento, ou você aconselharia aguardar ou fazer investimentos de outro tipo?

Desde já muito obrigada pela ajuda…

Resposta:

Bom dia Suéllen,

Antes de mais nada: parabéns por esta conquista ! Conseguir sair de um cenário de dívidas, para um de investimentos, é (infelizmente) coisa rara em nosso país. A maioria das pessoas acaba conseguindo apenas “empurrar” as dívidas cada vez mais para frente, levando-a com a barriga, no máximo chegando perto de zerá-la. Conseguir mudar dessa pressão, para o universo de oportunidades que o mundo dos investimentos tem a nos oferecer … Parabéns !! 😀

Só uma observação: com a saída das dívidas, o próximo passo para vocês será montar o seu colchão de segurança.  Será ele que poderá proteger vocês de enfrentar situação semelhante em no futuro. Aconselho que leia este artigo, onde falo sobre a formação do seu colchão. Ferramenta fundamental para quem deseja ter uma saúde financeira plena. 😉

Mais uma observação: infelizmente não creio que o Tesouro Direto seja a melhor alternativa para criação do seu colchão. Existem alguns aspectos destes títulos que podem atrapalhar nos momentos mais críticos, justamente na hora em que a grana viesse a ser utilizada. Leia este texto onde falo sobre isso:
– Usar títulos do Tesouro Direto para o colchão de segurança é válido ?

E agora, vamos à resposta do seu questionamento. Finalmente ! 🙂

Na minha opinião, será justamente a troca de governo a responsável por aliviar um pouco da tensão que pairava sobre o risco atrelado aos títulos. Como você deve ter visto, o descontrole das contas do governo federal é total. E isto poderia atrapalhar o pagamento das dívidas do governo em algum momento futuro. Um risco relativamente pequeno … mas existente.

Com a mudança, a expectativa agora é a de vermos uma “limpa” nas contas. Quem sabe veremos um melhor uso dos recursos governamentais, com a redução do uso da máquina. Ao menos a nossa esperança é a de vermos isso … 🙁

Esse cenário, onde as contas começam a ficar mais redondas, passando por um processo parecido com o que vocês enfrentaram para quitar as dívidas, fazendo melhor uso do dinheiro do orçamento, trará mais tranquilidade ao mercado e isso provavelmente se refletirá no valor dos títulos. Mais especificamente nas taxas de juros aplicada a eles. 😉

Em suma: o maior risco que vejo é o de melhora do nosso risco. E acho que esse é um daqueles tipos bons de risco, hehehe. 😀

Espero ter lhe ajudado !

Abraços !

Temos acompanhado e falado já há algum tempo sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff e agora essa possibilidade está mais próxima do que nunca. O que isso afeta no mercado de capitais, na Bovespa e em nossos investimentos?

Vamos ver abaixo algumas questões relevantes deste cenário.

Como fica a Bovespa se Dilma sair da presidência?

Cada notícia politicamente negativa para o governo tem sido respondida pelo mercado com diversas altas. Isso quer dizer que a Bovespa irá subir no caso de impeachment?

Não necessariamente!

A Bolsa precifica tudo, quase que instantaneamente. Porém o cenário ainda é de muitas incertezas e isso exige cautela. É possível que o mercado ainda não tenha sido totalmente precificado e que haja espaço para uma alta antes da concretização dos fatos.

Algo que podemos dizer sobre este momento é que a bolsa normalmente sobe nos boatos e cai nos fatos. Ou seja, neste momento onde as notícias circulam entre boatos, é comum ver a bolsa apresentar altas.

Quando o cenário se concretizar e tivermos uma posição oficial sobre o impeachment, a situação pode se inverter e provocar quedas na Bovespa se o mercado houver subido muito na expectativa da mudança de governo em um movimento exagerado.

Ambas as situações oferecem inúmeras oportunidades que devemos ficar atentos.

E o cenário econômico de forma geral?

Uma recuperação no curto prazo seria possível? E o aumento de confiança dos agentes econômicos?

Se for confirmado que Michel Temer assumirá a presidência, com o apoio do PSDB o país voltaria a ter governabilidade e várias questões pendentes poderiam finalmente ser resolvidas.

O destravamento imediado de pautas importantes como reforma fiscal e da previdência, CPMF e outras medidas para que o Brasil volte a crescer, seriam vistos com bons olhos pelos investidores estrangeiros. Isso poderia melhorar o nível de confiabilidade do país e animar os agentes econômicos a voltar a investir no Brasil.

Forte alta na Bovespa: Quais as melhores ações para investir?

Como estamos debatendo, este momento pode ser o caso de uma forte alta na Bovespa. Se este cenário se concretizar, algumas ações podem se destacar e gerar grandes oportunidades.

A indústria bancária, por exemplo, pode sofrer reflexos imediatos e afetar ações como BBAS3 (Banco do Brasil) e ITUB4 (Itaú Unibanco).

A médio prazo poderemos observar reflexos nas companhias do setor de consumo, afetando ações como LREN3 (Lojas Renner) e LAME4 (Lojas Americanas).

Já em um longo prazo, o setor de construção civil pode sofrer os reflexos dessa mudança de cenário, afetando ações como EZTC3 (EZTEC) e EVEN3 (Even).

Petrobras: O que pode mudar com o impeachment?

A atual crise do petróleo, com quedas na cotação do barril, não favorece o momento. Este cenário, aliado à crise política e ao escândalo da Petrobras com as investigações da Operação Lava Jato, contribuem para expectativas negativas das ações da empresa.

A companhia continua reportando péssimos resultados e se o preço do petróleo no mercado internacional não melhorar, o custo de sua produção fica inviável.

Dessa forma, para um investimento a longo prazo ainda não seriam uma boa opção as ações da Petrobras (PETR4), a menos que você queira realizar uma especulação de alto risco.

Ainda assim, para o curto e médio prazo podem surgir inúmeras oportunidades valendo-se da grande volatilidade do ativo. Utilizando a Análise Técnica de Ações é possível identificar oportunidades em operações mais curtas com estratégias de alta precisão como o Day-Trade, Operações contra-tendência e Venda a descoberto.

Renda fixa: quais as melhores opções neste cenário?

No cenário de Impeachment o que muda?

Um dos pensamentos neste momento é que para segurar a inflação o governo pode alterar a taxa Selic, retomando a tendência de alta, o que favorece os investimentos atrelados a ela. Porém essa pode não ser a vertente correta, uma vez que a tendência dos juros no momento é de queda.

Devido a isso, as taxas prefixadas podem despertar a atenção dos investidores. Neste caso podem ser boas opções de renda fixa os investimentos em CDB’s com taxas prefixadas e papéis do governo com prazos mais longos.

Como reagir ao Impeachment?

Em linhas gerais observamos para o cenário econômico e para o mercado financeiro um momento de cautela. Entendendo melhor o cenário de impeachment você pode perceber que é possível proteger e aumentar o seu patrimônio neste momento.

O cenário pode proporcionar grandes oportunidades, como após o impeachment do presidente Collor, onde a bolsa subiu impressionantes 2750% em 6 anos. Ou após a última grande queda da bolsa em 2008, quando a mesma subiu 220% em pouco mais de um ano.

A diferença neste momento entre os que saberão aproveitar essas oportunidades ou não é ter uma boa estratégia, orientação correta e resiliência. E assim é possível não só proteger o seu capital no caso de um impeachment como também escolher os investimentos mais rentáveis em tempos de crise.

Márcio Placedino
Márcio Placedino atua no mercado de ações há 8 anos e é membro da equipe do Toro Radar desde 2010, onde atua como instrutor de cursos e palestras sobre diversos temas na área de investimentos e como analista. É Administrador de empresas no IBMEC de Minas Gerais e Advogado formado na Universidade Federal de Minas Gerais. Possui a certificação de Planejador Financeiro CFP® – Certified Financial Planner, é Consultor de Valores Mobiliários registrado na CVM e Analista CNPI-T registrado na APIMEC.

Pergunta:

Bom dia Zé,

Antes de mais nada deixe-me contextualizar o que aconteceu.

Minha tia faleceu recentemente e deixou minha mãe como única herdeira. Todo o valor em dinheiro que minha mãe recebeu, foi aplicado de forma conservadora (cdbs, di e Titulos do tesouro), não insisto por conta da idade dela (e por que ela tem um certo trauma, que ela e o irmão perderam dinheiro na bolsa quando eram mais novos).

No entanto, minha tia possuía uma afilhada de 4 anos de idade, e minha mãe quer usar parte desse dinheiro para criar um investimento pra pirralha. Aqui entra o problema, que tipo de investimento é possível de fazer para ela com essa idade?

Meu pensamento inicial foi criar uma carteira de ações e comprar títulos do tesouro, mas acredito que ambos não são possíveis para uma criança tão pequena.

Não queremos deixar esse dinheiro numa poupança ou previdência privada e a garota só sair perdendo quando puder finalmente usar o dinheiro.

Tem alguma sugestão?

Muito obrigado

Resposta:

Bom dia Thiago,

Uma boa notícia: sim, é possível que uma criança, de qualquer idade, possua uma conta em corretora para investir em ações e no tesouro direto. 🙂

Para abrir a conta, basta levar alguns documentos da criança (certidão de nascimento e CPF), e do pai, ou responsável. Até atingir a maioridade, será o adulto que fará as negociações e que será o responsável pelas movimentações financeiras. Infelizmente são poucas as crianças que têm esse cadastro, aproximadamente 2.000 …

Então não será esse o problema para investir este capital destinado à menina. 😉

Já o lado “receio”, por causa das experiências passadas, pode atrapalhar um pouco (para não dizer bastante). Mas nem por isso o destino final do dinheiro deverá ser a poupança. Como visaremos o longo prazo, a perda real (levando-se em conta a inflação) pode ser grande … O ideal, neste caso, é fugir dela.

O que eu faria ?

Escolheria como destino da grana um título do Tesouro Direto. De preferência, escolheria um Tesouro IPCA, para garantir uma rentabilidade superior à inflação do período, e miraria, como data de vencimento, um ano próximo ao que ela completasse a maioridade. Temos dois títulos interessantes vencendo em 2035 (daqui 19 anos, quando ela terá 23 anos): um tradicional, com retirada no vencimento do título, e outro com juros semestrais. Ambos apresentam (hoje) a rentabilidade de IPCA + 6,37% ao ano. Algo bem interessante. 😀

Qual dos dois escolher ?

Se a ideia é de proporcionar a garantia de acesso ($$$) a um bom curso universitário, o com resgate apenas no vencimento poderia “complicar” um pouco as coisas, pois seria preciso vender alguns títulos antes do vencimento, precisando se adequar às ofertas disponíveis no mercado. Isso traz o lado variável do Tesouro Direto (como falei neste post). Do outro lado, o com juros semestrais, exigiria um maior envolvimento, pois seria preciso um reinvestimento de tudo o que fosse gerado pela aplicação, para não haver perdas na rentabilidade, até o vencimento. É um título que precisaria mais participação dos envolvidos.

Portanto, mesmo com o “problema” de precisarmos da venda antecipada de alguns títulos da NTNB Principal, esta seria a escolha que traria mais conforto e tranquilidade para ela. 😉

Veja que se adotássemos o título com juros semestrais, além do “trabalho” necessário para reinvestirmos semestralmente o dinheiro, teríamos também o lado “controle” financeiro (e emocional) com o dinheiro liberado constantemente. Seria preciso ter um maior controle sobre este dinheiro, para não cair na vontade de gastá-lo. 🙂

Espero ter lhe ajudado. 😀

Abraços !

Pergunta:

Oi, eu gostaria de saber qual é o lucro máximo que eu posso conseguir ao investir na construção de uma casa? 100% de lucro é algo realmente fora da normalidade?

Resposta:

Bom dia Rafael,

Antes de mais nada, precisamos deixar uma coisa bem clara: possível e provável. São duas coisas diferentes, mas que muita gente acredita se tratar da mesma coisa. Escrevi um artigo, há algum tempo, onde tentei diferenciar, da forma mais simples e clara possível, o que cada uma das duas palavras significa. Indico a leitura.

Sobre a tua dúvida, “qual seria o lucro máximo a ser obtido com a construção de uma casa”, a resposta que te dou é que ele não existe. Não existe porque qualquer valor é possível, tudo dependerá de uma série de fatores: valor de compra do terreno, custo dos projetos de engenharia, tipo dos produtos utilizados, qualidade da execução da obra, localização do imóvel, infraestrutura que atende à região, benfeitorias existentes no imóvel, vizinhança, etc etc etc. São muitos mais, me lembrei destes. Tudo influencia.

E claro, a temperatura do mercado imobiliário também é um dos itens (um dos mais importantes) a serem levados em consideração.

Por exemplo: você conhece Jurerê Internacional, aqui em Floripa ? Muitos imóveis que hoje são vendidos por milhões de reais, construídos em terrenos com a mesma proporção de valor, podem ter com origem terrenos comprados por R$20 mil (sim, vinte mil reais) há aproximadamente 20 anos. Já pensou ? 🙂

O lucro, só com a parcela “terreno” do empreendimento já é gigantesco, ao se acrescentar o imóvel a coisa fica ainda maior. Claro, neste caso a situação é mais específica … Mas isso ocorre neste tipo de investimento.

Se obter 100% de lucro sobre a construção é algo fora do normal ? Depende … De todos aqueles fatores que listei acima.

Acredito que você já tenha visto algum programa de televisão, onde a pessoa compra um imóvel, faz uma bela reforma (gastando “pouco”, ao menos em relação ao valor da compra), e com isso consegue obter um belíssimo lucro. Com a construção do zero isso pode ser até mais simples de se obter, afinal você pode planejar tudo desde o início.

Se é algo “normal” de se obter ? Acredito que não, especialmente pelo fator terreno. Na maioria das grandes e médias cidades brasileiras, vimos um BOOM no valor dos terrenos mais bem localizados. Conseguir dobrar o valor do terreno, mais os custos da obra em si, nestas condições pode ser um pouco mais difícil. Mas em regiões “normais”, onde os terrenos têm um valor mais próximo do “real”, a coisa talvez seja mais simples.

Nesta situação um dos principais fatores do sucesso na venda do imóvel, e consequentemente do valor a ser obtido na forma de lucro, reside na atração que aquele imóvel exerce sobre os interessados. Se a qualidade da construção, bem como a sua beleza, salta aos olhos, pode ter certeza que a margem de lucro será bem maior do que aquele construtor que entrega o arroz com feijão. Sabe ?

Outra coisa que precisa ser levada em consideração: você usará capital próprio ou de terceiros ? Usará dinheiro, por exemplo, do banco para construir e depois revender, ou usará dinheiro próprio ? Ao se usar capital externo a margem de lucro é consideravelmente maior … 😉

Muitos são os fatores que devemos levar em consideração. Mas se o seu produto tem qualidade, pode ter certeza que as chances de se obter um lucro acima do “padrão” acabam sendo maiores. 😀

Espero ter lhe ajudado.

Abraços !

Uma coisa que normalmente falta ao investidor comum, é a “capacidade” de levantar as informações disponíveis e com elas criar um possível cenário de como as coisas poderão se comportar no decorrer de um determinado período. Quais são os atuais eventos que poderão influenciar, positivamente e negativamente, a economia ? O que está ocorrendo que poderá desencadear uma série de outros eventos ? No Brasil ? Nos EUA ? Na Europa ? Na China ?

Esse é o tipo de coisa que as pessoas que se dedicam aos seus investimentos buscam incansavelmente. Estar por dentro de “tudo” o que acontece globalmente (afinal de contas tudo está interligado) é fundamental para quem deseja um diferencial em suas aplicações. Não importa se o seu perfil é de renda fixa ou mais pro lado da Bolsa. Você precisará se inteirar para ter a capacidade de tomar a melhor decisão possível. (ao menos aquilo que parece ser a melhor, naquele momento)

Mas onde encontrar esse tipo de informação ? Se a pessoa for se aprofundar no mar de dados que são divulgados diariamente, se perderá facilmente. O que filtrar ? O que realmente importa ? Será que existe alguma forma resumida que facilite tanto o acesso quanto a leitura ?

Sim, existe. 🙂

Você já deve ter percebido que aos sábados, pela manhã, temos publicado uma série de vídeos em que os principais eventos da semana são apresentados e discutidos. Um material criado pelo pessoal da Órama e que vem me agrandando bastante por conta da qualidade do conteúdo ali disponível. Se ainda não conhece, deixo o convite para que conheça. Amanhã tem. 😉

Todo início de ano eles disponibilizam um excelente e-book, onde tudo isso que falei (além de uma recapitulação do que ocorreu no ano anterior) é apresentado. De maneira clara e objetiva, em apenas 21 páginas, você fica sabendo quais devem ser os seus “alvos de preocupação” para 2016.

Além disso, o material também apresenta alguns comentários sobre as principais modalidades de investimentos (Bolsa, renda fixa, imóveis, etc) e quais a expectativas para eles em 2016.

Portanto, convido-o a conhecer o e-book Cenários e Investimentos para 2016, da Órama, parceira do Clube. 😀