Clube do Pai Rico

Zé, você usa Black-Scholes ?

Pergunta:

Zé, tudo bom?! Perguntinha complementar ao que gosta e nos brinda com conhecimento: Além das ferramentas que utiliza para avaliar as oportunidades de mercado e fazer venda coberta, vc utiliza a calculadora de Black-Sholes? Se sim, em qual momento?

Grato!

Resposta:

Bom dia Amauri,

Não, eu não uso BlackScholes … 🙂

Durante algum tempo eu cheguei a usar uma ferramenta que me apresentava a cotação “oficial” de uma opção, e que adotava Black-Scholes, apenas como curiosidade. (para ver como o negócio funcionava, hehehe)

Mas foi um período curto. Ainda mais comparando com os meus quase 20 anos de mercado. 😉

Não uso por que não funciona ?

Não, não foi por isso que deixei de olhar e abandonei a ferramenta. Deixei de olhar porque a forma que opero com opções não me exige saber o valor “exato e justo” de uma opção. 😀

Para quem tiver curiosidade, um link da nossa querida Barsa Wikipédia onde o assunto é abordado de um ponto de vista mais (bem mais) teórico e técnico.

Mas, resumindo: Black-Scholes é um modelo matemático de precificação de ativos. Ele forneceria ao usuário o preço teórico, exato e justo de um determinado ativo naquele determinado momento. Muita gente usa a ferramenta para operar opções para tentar encontrar distorções entre o preço praticado pelo mercado e o valor teórico. Se estiver mais em conta no mercado, se compra. Se estiver mais caro, se vende.

Seria fácil se o mercado fosse sempre teórico e lógico, hehehe. 😉

Infelizmente não é bem assim que a banda toca. O mercado é formado pelos participantes e suas expectativas. Então as distorções surgem na mesma velocidade que vão embora. 😀

Como disse, não uso porque não atende à minha necessidade operacional. Não vendo uma opção simplesmente por achar que ela está cara. Vendo-a porque considero um momento interessante para uma queda na cotação no “papel mãe”. Não olho para a árvore (opção), mas sim para a floresta (ação).

Claro … acompanhar as distorções na cotação da opção ajudam, e muito. Mas não é só isso que me leva a tomar uma decisão de compra/venda. Quem acompanha o Clube, especialmente no twitter, sabe como gosto de acompanhar o IMC das opções.

Sim, fico atento à dieta das opções e como estão em relação à balança. 😀

No último dia 5 publiquei lá:

Logo depois, veio aquela bela liquidação que você deve se lembrar …

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O rendimento do Tesouro IPCA não para de cair … Para onde ir ?

Pergunta:

Boa tarde!!

Meu nome é Diogo,tenho 35 anos e ainda sou um iniciante no mundo dos investimentos. Tenho lido bastante sobre tesouro direto e acoes e resolvi começar a investir no tesouro direto e posteriormente, após muito estudo e maior volume financeiro, iniciarei os investimentos nas ações devido a complexidade do assunto. Pois bem, comecei a investir no inicio deste ano, mensalmente R$ 300,00 no Tesouro IPCA + 2024 (NTB principal) com vencimento em 15/08/2024 e tenho percebido que a taxa de rendimento % a.a na compra vem caindo e caindo mensalmente. A pergunta é: Devo continuar investindo mensalmente nesse titulo, mesmo que continue caindo ou devo parar imediatamente e procurar outro investimento? Sei que TD não é sua área Zé, mas de gráfico você entende,talvez possa me ajudar. Abraços!!

Obs: os gráficos estão neste site; http://tdcharts.info/titulos NTN-B 150824

Resposta:

Bom dia Diogo,

Olha … se tem uma coisa que não lembro de ter feito foi analisar um gráfico de título. 🙂

A queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro vem sendo percebida há alguns meses. Depois que o furacão passou, as coisas foram melhorando aos poucos. Junto à melhora, veio a despressurização que possibilitou a queda nas taxas. Os Tesouro IPCA estavam pagando mais de 7% + IPCA há algum tempo … 🙄

Hoje a taxa oferecida beira os 5% + IPCA ao ano … uma bela diferença. Mas será que esta queda por si só justificaria a mudança de estratégia ? Se formos pensar apenas em termos de Tesouro Direto … talvez não.

Olhando as ofertas disponíveis, vemos que o Tesouro Prefixado para 2023 está oferecendo 10,12% ao ano. Enquanto o seu entrega, hoje, aproximadamente 9,7% (5,17%+IPCA dos últimos 12 meses) … Pouca diferença, não ?

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A controversa estratégia que envolve o uso de opções para se proteger das quedas

Pergunta:

Uma certa consultoria independente tem recomendado o uso de compra de puts como hedge para a carteira de investimentos e fiquei curioso sobre o assunto.

A ideia é comprar opções de venda bem fora do dinheiro, com vencimento para mais de 4 meses, que vão estar com um valor de negociação baixo, na casa de centavos e caso ocorra algum evento negativo inesperado estas opções valorizariam muito, compensando um possível prejuízo em sua carteira. Conhece este tipo de operação? Ela é realmente viável? Mesmo aqui no Brasil em que há pouca negociação de opções?

Resposta:

Bom dia Israel,

Sim, a sua descrição em relação ao funcionamento da estratégia está correta e é exatamente este: você tem uma carteira de ações, que visa obter lucro no longo prazo ao pressupor que estejamos navegando em uma tendência de alta e que já conta com um desempenho bem interessante nos últimos tempos. Você vem surfando a onda até então disponível, mas começa a aventar a possibilidade de que ela, talvez, esteja perto do fim.

O que fazer ? Vender a carteira e embolsar o lucro até então auferido, na expectativa de que a correção realmente ocorra e que você possa vir a recomprar suas ações por um preço mais baixo ? Mas e se a correção “esperada” não ocorrer …?

A ideia por detrás da estratégia apresentada pela Empiricus foi justamente a de oferecer uma alternativa que possa proteger sua carteira contra uma possível queda mais acentuada das cotações, mas sem afastá-lo do mercado e permitindo aproveitar a maré enquanto ela ai estiver.

Claro … tudo tem um custo. Tudo tem seus prós … Tudo tem seus contras …

Antes de mais nada, a estratégia sugerida por eles nada mais é do que um exemplo de uso da estratégia Barbell sugerida por Nassim Taleb (autor de A lógica do Cisne Negro e Antifrágil). Indico que você leia o post “O que seria o barbell de Taleb ?” onde tendo detalhar, simplificadamente, a lógica, o funcionamento dela.

Mas o resumo resumido seria: a estratégia tira proveito de eventos raros e de maior proporção.

No caso da estratégia sugerida pela Empiricus, você deveria destinar parte do ganho obtido nos últimos meses para a compra de opções de venda (PUT). Elas se beneficiam (se valorizam) com movimentos baixistas e quanto maior for a queda, maior será o lucro obtido nesta compra.

Detalhe importante: P-A-R-T-E do lucro obtido até então. Foi sugerido que a alocação máxima na estratégia fosse equivalente a 2% ou 3% da carteira. Sim, apenas 2% ou 3% de todo o seu patrimônio alocado em seus investimentos. Sim, 3 ou 4 meses de rendimento de sua aplicação básica na renda fixa … 🙂

A ideia, como você nos apresentou, é comprar opções do tipo PUT de determinadas ações (em sua maioria foram sugeridas das ações mais líquidas da Bovespa) de um vencimento futuro, 4 ou 5 meses seria um bom alvo, com um strike (alvo, valor de exercício ou como preferir chamar …) relativamente distante da cotação atual, visando obter um belo lucro no caso de um evento mais profundo do mercado. A única “correção” que faço da sua descrição é em relação ao preço de compra. Em alguns casos foram sugeridas opções de poucos centavos. Em outros, de poucos reais … Tudo depende de uma série de fatores. 😉

O fator principal era o tempo e o strike.

E no que deu … ?

Muita gente olhou atravessado para a sugestão dada por eles. Afinal de contas, o investidor precisaria abrir mão de uma parte do lucro e “apostar” na ideia. Mas a pior parte … precisaria comprar opções. Opções … ? Coisa do DEMOOOOOO …

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Tá, mas e o Colchão de Segurança ? Posso colocar essa grana nos bancos “pequenos” ?

Pergunta:

Boa tarde Zé.

Chegando agora ao clube…

O que acha de manter boa parte desse colchao em um CDB com liquidez diária de um banco médio que paga acima de 100% do CDI ?

Abs

Resposta:

Bom dia Michel,

Aproveitando o gancho do post de ontem, vou responder a um questionamento que já está há alguns dias na minha caixa de entrada. Como eu ainda não tinha falado sobre os bancos que pagam mais de 100% do CDI, não tinha como responder a essa parte mais específica. 😉

Mais uma dúvida importante em relação ao tão necessário Colchão de Segurança. 😀

Como vimos, existe sim um fator de risco nos investimentos feitos em bancos que costumam oferecer rendimentos acima de 100% do CDI. Um risco “seguro” (por causa do FGC) e que pode ser facilmente contornado administrado. (fica melhor, hehehe)

Indico que você faça a leitura do post “Vale a pena investir em bancos menores que pagam mais de 100% do CDI ?” antes de prosseguir. Ok ?

Pronto ? Continuando … 🙂

Há o risco de perda. Há o seguro do FGC. Tudo certo … Mas no Colchão de Segurança temos a necessidade do que mesmo ? Sim, segurança. Justamente por isso que costumo indicar, sempre, que você faça uso de investimentos que tenham boa liquidez, que não tenham limitação de tempo para o resgate, que não apresentem características de renda variável (como é o caso do Tesouro IPCA e do Tesouro Prefixado), em suma: que sejam seguros e estejam na mão.

E sabedores disso, a pergunta é completamente pertinente. Se não podemos nos dar ao luxo de não termos liquidez do valor aplicado … podemos correr o risco de investir em um banco menor, mesmo com o risco de vê-lo quebrar ?

Olha … eu acho que sim. 😯

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Vale a pena investir em bancos menores que pagam mais de 100% do CDI ?

Pergunta:

Primeiramente, muito obrigado pelo post, ajudou muito em minhas dúvidas.

Sobre o CDB-DI, gostaria de saber se é mais aconselhado fazer investimento em bancos menores que garantem mais de 100% do CDI do que em bancos maiores com taxas menores?

Resposta:

Bom dia Adriano,

Excelente pergunta !! Algo que eu já deveria ter abordado aqui no Clube de forma um pouco mais profunda e que (sabe-se lá o motivo …) deixei passar batido. 🙄

Até já falei sobre o tema em diversas ocasiões no twitter, quando algum seguidor fazia uma pergunta específica sobre o assunto. Mas aqui no site, de forma mais direta, clara e objetiva … Acho que não. Sorry guys !! 😳

Indo direto ao assunto: Vale a pena investir nas ofertas tentadoras, com retornos acima de 100% do CDI, dos bancos “menores” ? SIM ! Sim … mas com alguns cuidados. 😉

Rendimentos mais do que agradáveis !

Este é o principal motivo que nos leva a cogitar o investimento em bancos “menores“. Ofertas tentadoras, muitas vezes superiores aos tão desejados 100% do CDI. Ofertas que deixam as alternativas oferecidas pelos bancos “maiores” para trás … distantes …

Mas você sabe o motivo para que isso aconteça. Não é mesmo ?

Você está lembrado daquela boa e velha regra de investimento: “o retorno é proporcional ao risco” ? Pois então … Se um banco costuma oferecer um retorno acima da média, um valor mais alto do que o praticado pelos outros bancos (especialmente os maiores), é porque existe um nível de risco um pouco mais alto nos “pequenos”. Por mais que este risco possa ser apenas psicológico. 🙂

O mercado encara os grandes como sendo 100% sólidos, sem riscos, etc etc etc, e acaba aceitando os valores por eles praticados. Já para que os de menor porte possam concorrer, precisam recorrer ao retorno oferecido em suas aplicações.

E é assim que a coisa funciona desde sempre …

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