Clube do Pai Rico

Zé, como você faz para usar o seu dinheiro do CDB em época de vacas magras ?

Pergunta:

Olá boa noite!!! Adoro o site de vocês e sempre busco estar ligado nas dicas todos os dias. Estou precisando de um conselho e gostaria muito da opinião de vocês como consultores financeiros. Sou funcionário do ramo offshore e com essa queda nas atividades estou sofrendo o mesmo que muitos brasileiros. Estou desempregado no momento e tendo bastante dificuldade de retornar minhas atividades pois as atividades desse rama ando de piorando a cada dia. Eu possuo 200k um investimento em CDB que está me rendendo 100% do CDI com liquidez diária. Estou nesse investimento a quase dois anos, e estava pensando em começar a realizar saques mensais referentes ao valor do rendimento. Penso nisso pois as contas continuam chegando e preciso de mais tranquilidade para realizar esses pagamentos. Estava pensando em usar esse dinheiro do rendimento mensal para realizar esses pagamentos.

Já passou por essa necessidade? Gostaria de saber qual seria a melhor forma de realizar esses saques todo mês.

Obrigado!!

Sucesso..

Resposta:

Bom dia Gabriel,

Muito obrigado ! O que compartilho aqui no Clube é uma forma de retribuir por tudo o que tenho, de contribuir para que outros possam chegar lá também. Uso como exemplo as coisas que faço, que uso, que conheço. São poucos os textos que publiquei após pesquisar exclusivamente para a criação de um post. Portanto, priorizo o lado prático da coisa. Deixo a “teoria” para os livros. 😉

E isso me chama a atenção para um trecho do seu questionamento: a minha opinião não é a de um consultor financeiro. A minha opinião é a de quem se envolveu bastante no mundo das finanças por necessidade, por gostar do assunto, para tentar encontrar a melhor maneira de fazer com que as minhas próprias economias tenham um rendimento mais interessante. Se possível, um pouco acima da média.

A sua pergunta me dá a oportunidade de falar sobre o que faço. Exatamente o que faço. 😀

Se eu já passei pela necessidade de usar a grana que está aplicada em meus CDBs ? Claro ! Lembra que no final do ano passado publiquei um texto falando sobre como fico de tocaia, aguardando pela melhor oportunidade de entrar em uma operação ? Falei sobre isso no post “Em busca da próxima oportunidade de investimento“. Nele falo sobre como procedo em minhas operações, esperando pelo momento mais oportuno de iniciar um trade.

Muitas vezes fico semanas sem ficar posicionado, seja na compra ou na venda, por não ter nenhum sinal mais claro de como operar. Existem momentos do mercado onde tudo parece muito indefinido. Por que entrar em uma operação somente por entrar ? Sem ter nenhuma sinalização que nos dê um pouco mais de “certeza” sobre a direção das cotações? Entrar por entrar, para fazer dinheiro, é muito perigoso …

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Um plano de aposentadoria com o Tesouro Direto

Pergunta:

Olá Zé tudo bem?

Gostaria da sua ajuda para validar minha estratégia de aposentadoria. Bom, minha estratégia é a seguinte:

Pretendo comprar 10k de títulos públicos (NTNB Principal) para o vencimento para daqui 20 anos. E mensalmente comprar títulos com esse mesmo vencimento durante esse prazo. No vencimento, com o valor creditado na minha conta, pretendo comprar mais títulos com o vencimento de 10 anos. Dessa forma, terei um acumulado de 30 anos de investimento.

Tenho dúvida se posso usar essa calculadora de juros compostos normais para simular esse cenário, ou você disponibiliza alguma? Gostaria qual seria o valor acumulado (médio) que terei se fizer essa estratégia.

Um abraço, Obrigado.

Resposta:

Bom dia Marcos,

A estratégia é bem interessante. 🙂

Você estaria garantindo uma rentabilidade real, ao usar o Tesouro Direto IPCA (antiga NTNB Principal), proporcionando uma receita para o futuro. A única coisa que eu mudaria, talvez, seria o que fazer com os aportes mensais … Talvez eles possam ser destinados a outros vencimentos, futuros, permitindo desta forma que você crie uma “escada” de resgates. Sabe ?

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Investimento atrelado à inflação, sem volatilidade e de alta liquidez. Isso existe ?

Pergunta:

Olá !

Estou gostando muito dos artigos do site.

Comecei a aprender sobre investimento e estou pensando numa situação ideal para meu caso. Queria te pedir então um conselho como educador financeiro para resolver um problema que ainda não descobri alternativas ou que não consegui identificar a mais adequada.

Quando você tem um determinado valor (R$ 23.000) parado no banco e quer investir para se proteger da inflação, só que não pode realizar depósitos mensais em uma determinada aplicação (por motivo maior;desempregado), mas ainda pretende ter uma alta liquidez para resgatar, qual seria a melhor opção ?

Obrigado

Resposta:

Bom dia Lucas,

A resposta que tenho para lhe dar pode não ser das melhores … 🙁

Infelizmente não existe um investimento que apresente todas as características desejadas. Não existe nada no mercado que atenda a tríade: “atrelado à inflação, sem volatilidade e de alta liquidez”. Seria perfeito se existisse, mas não é a realidade … Você precisaria abrir mão de algum destes pontos. Todos juntos, nada feito.

Por exemplo: temos os títulos do Tesouro Direto IPCA, que são corrigidos pela inflação + uma determinada taxa de juros (oferecida na hora da compra) e com liquidez diária. Porém estes títulos apresentam volatilidade no seu valor no momento do resgate, caso ele ocorra antes do vencimento. A volatilidade funciona para os dois lados. Você pode ter a sorte de ver seu título valendo mais do que na hora da compra, ganhando dinheiro com isso (além da rentabilidade obtida até aquele dia), mas também poderá perder dinheiro, caso ele esteja sendo ofertado por um preço mais baixo do que o pago.

Outro exemplo: CDB IPCA, são aplicações em CDB, oferecidos pelos bancos, que funcionam de forma parecida com o Tesouro Direto IPCA. Oferecem rendimento real (IPCA + juros), mas só podem ser resgatados no dia do vencimento dele. Você escolhe o “prazo de validade” do CDB na hora da compra, 2, 3, 4 anos. Ganhará a rentabilidade prometida até o dia do vencimento. Mas por outro lado, só poderá resgatar o dinheiro nesta mesma data. Portanto, sem liquidez.

Esta é a batalha de quem entra no mercado: encontrar uma aplicação que atenda ao máximo de nossas necessidades, pesando quais são os pontos mais importantes e quais podemos abrir mão. Tudo ao mesmo tempo ? Isso não existe …

No seu caso, acredito que devamos priorizar o fator liquidez. Portanto, investimentos que tenham esta limitação estarão descartados. Você não pode correr o risco de precisar da grana e ela ficar presa na aplicação. Concorda ? Este dinheiro estará lá para ser usado em caso de emergências. No caso será usado até que você encontre uma nova posição no mercado de trabalho. Precisamos que o dinheiro fique 100% disponível até lá.

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Investir em um imóvel de praia … é válido ?

Pergunta:

Bom dia Zé,

O que é mais vantajoso?

Tenho uma oportunidade de comprar uma casa na praia por R$90.000 direto do proprietário, onde o preço de mercado é R$110.000. Poderei aluga-la por R$700,00 a R$800,00, devido a simplicidade do local e também da casa de madeira atual (reforma me custará uns R$5.000).

Porém minha dúvida é se eu deixar esse dinheiro aplicado, a um CDB por exemplo de IPCA + 7%, parece ser mais vantajoso….

Qual sua opinião?

Muito Obrigado,
Kleberson

Resposta:

Bom dia Kleberson,

O investimento em imóveis de praia é uma das modalidades mais … “complicadas” … que temos ao nosso dispor. Primeiro porque, para muitos, o investimento se transforma em diversão. O imóvel que foi comprado visando o retorno financeiro, através do aluguel, acaba se tornando um segundo imóvel do proprietário, para aproveitar a temporada. E aquele ativo, que se mostrava tão atraente, aos poucos vai se tornando um passivo … É preciso que a pessoa tenha em mente a real finalidade do imóvel. Nada de misturar as coisas. 🙂

Um outro problema é a necessidade de manutenção constante da propriedade. Ainda mais quando se trata de uma casa. (quando é um apartamento, o condomínio se encarrega disso) A exposição à maresia acaba acelerando o processo de desgaste de muitos materiais, e a troca de determinados itens se torna tarefa constante. Se isso não é um problema para você, passemos ao próximo passo. 😉

Sobre os valores apresentados por ti, acredito que estejas falando apenas da rentabilidade mensal do imóvel para os meses fora da temporada. Confere ? Estou usando como base o que acontece aqui em Floripa, por isso a afirmação. Ou não ?

Usarei como exemplo os apartamentos do meu condomínio de praia. Na temporada, leia-se janeiro e fevereiro, é possível obtermos, em média, R$500,00 diários com o aluguel. Normalmente são alugados por períodos de 1 ou 2 semanas, tanto para brasileiros quanto para argentinos. (que é o grupo que se destaca aqui no verão)

Ainda existe um período onde a rentabilidade é ainda maior: o Natal e o Ano Novo. Esta “semanada” gera aluguéis de até R$1.000,00 diários ! 😯

Então, se fizermos as contas … um imóvel na praia pode nos gerar algo próximo a R$45.000,00 anuais. Sim, pode ! Isso se você conseguir alugá-lo durante o ano inteiro, pelo preço “promocional”, e por toda a temporada. Claro que isso não é tarefa fácil e acredito que sejam poucos os proprietários que consigam sugar até a última gota deste limão. Mas que é possível, é. 😉

Claro, você precisa levar em consideração os custos que terá com o imóvel. IPTU, taxa de condomínio, comissão da imobiliária … etc etc etc. Mas no final das contas o resultado pode vir a ser bem interessante.

Estes números impressionam qualquer um que os veja, mas ao anualizarmos isso, comparando com o preço pago pelo imóvel, não teremos obtido nem 1% ao mês … Pois, neste exemplo, usei apartamentos que valem por volta de R$400k. Talvez o resultado final seja algo próximo a 0,6% ao mês … quem sabe 0,7%.

Se você conseguir obter resultado semelhante para este imóvel de R$100.000,00, o resultado seria astronomicamente maior. Conseguiria obter algo perto de 3% ao mês ! 😀

E isso nos leva à comparação com renda fixa …

Para um imóvel como o meu, a compra (com dinheiro próprio), para aluguel, comparada com o investimento em renda fixa, se mostra desfavorável. Já para o seu, se os valores ficarem parecidos com os que apresentei aqui, a coisa tenderia a ser bem mais interessante.

casa de praia

A minha sugestão é: tente levantar os valores cobrados pelos imóveis da mesma região durante a temporada. Somente com os dados consolidados é que o exercício de comparação poderá ser feito. Faça como eu, veja quanto ele renderia fora de temporada, mensalmente, e durante a temporada, diariamente. Tente não ser otimista demais (como fui no exemplo), considere um período da temporada com o imóvel desocupado. Com o dado anualizado, descontando-se os custos de manutenção (inclua o que for gasto com o IPTU), você terá uma base de comparação muito mais real.

Agora, se você está pensando em comprar o imóvel para alugar durante o ano, para usufruir durante a temporada … dai a coisa muda completamente de figura. Você não está pensando em um investimento. Está pensando em adquirir um passivo e tentando encontrar uma forma de enxugar os custos de manutenção dele. (e lhe digo: tem muita gente que faz isso)

Mas acredito que não seja o seu caso … correto ? Só que achei importante citar esta possibilidade também. 😉

Espero ter lhe ajudado. 🙂

Abraços !

O que entra no limite de isenção de R$20k para o IR da Bolsa ?

Pergunta:

Vendi R$ 19.000,00 em ações no mês passado com lucro de R$ 1.500,00. No entanto, acreditando que vendas em operações Long & Short não seriam consideradas para a totalização da posição vendida no mês, realizei \”vendas\” neste mercado com valores acima de R$ 1.000,00.

Meu questionamento é o seguinte: Sei que no caso do somatório das vendas de ações abaixo de R$ 20.000,00 em determinado mês estou isento do pagamento de imposto, porém, como vendi ações em operações Long & Short neste mesmo mês, não sei se essas \”vendas\” devem ser consideradas com na totalização do valor vendido.

Vendas no mercado à vista = R$ 19.500,00
Transações Long & Short = Compra de R$ 40.000,00 e \”Venda\” de R$ 40.000,00. Essa posição ainda não foi desfeita até o presente mês.

Devo pagar imposto sobre o lucro obtido?

Grato!

Resposta:

Bom dia Adriano,

Sim, deve.

Acredito que você (e não somente você) possa confundir a natureza da operação Long & Short. E isto deve estar acontecendo mais por causa do uso dos termos, do que por qualquer outro motivo. 😉

A isenção de imposto de renda para o lucro em Bolsa, obtidos via venda inferior a R$20.000,00, já foi entendida por grande parte dos investidores. Acredite, muita gente ainda considera como limite para a isenção R$20.000,00 de lucro nas operações mensais. Mas não é esse o seu caso …

Você está se confundindo na hora de usar o termo “operação”.

Existem duas operações em Bolsa: a compra e a venda. Ponto. O resto das coisas que fazemos nela são estratégias, ou estratégias … operacionais. E provavelmente venha dai a confusão. 🙂

Veja que você precisa realizar duas operações básicas na hora de montar uma estratégia Long & Short: uma de compra e outra de venda. Você comprará determinada quantidade de ações da empresa A e venderá determinada quantidade da empresa B. Uma compra e uma venda.

Se você pegar o seu boleto de operações, verá que é exatamente isso que aparecerá nele: uma compra e uma venda. E já que temos uma compra e uma venda, esta venda deverá ser somada às outras que você porventura vier a realizar.

No seu caso: você realizou “2” vendas, uma de R$19.500,00 e outra de R$40.000,00, totalizando R$59.500,00; e uma compra, de R$40.000,00. Ponto.

Veja que ao detalhar as operações realizadas no mês, você usou o termo compra na estratégia Long & Short, enquanto a venda usou o termo \”venda”\. Você, “inconscientemente“, já sabia a resposta. 😉

Algumas vezes o erro surge do desejo de encaixarmos nossas situações ao cenário que mais nos agrada. E este parece ter sido o caso. 😀

Você deve somar todas as operações de venda realizadas no mês, e só estará isento caso o somatório delas seja inferior ao limite de R$20.000,00. Não importa o nome que utilizemos para elas.

Espero ter lhe ajudado. 🙂

Abraços !