Pergunte ao Pai Rico ||| 334
Pergunta:
Pai rico, a questão é a seguinte:
Tenho 235.000 investidos em um fundo Referenciado DI LP, com taxa de administração de 0,5%, rentabilidade mês 0,51% e 12 meses 9,05%. Trata-se praticamente da totalidade do patrimônio da minha família, com o qual futuramente pretendemos comprar um imóvel, preferencialmente à vista e quando os preços estiverem mais de acordo com a realidade.
Faço aportes mensais que variam de 4.000 até 8.000.
A questão é, gostaria muito de diversificar o investimento, assumindo riscos maiores para uma parcela de até 20% deles, porém não tenho tempo pra me dedicar a grandes estudos e estratégias com ações. Pensei na alternativa de iniciar aportes mensais em fundos de ações do meu banco, pensei no Ibov index e tb no Small Caps, porém o primeiro tem taxa de adm de 2,5% e o segundo de 3% e ambos estão com acumulado negativo pros 12, 24, 36. Pergunto, seria uma baita furada, ou seria uma alternativa pra longo prazo? Qual prazo devo considerar longo neste caso? E quanto à rebalanceamento, de qto em qto tempo teria de rebalancear os fundos pra manter o percentual de 80% (no fundo conservador) e 20% (nos fundos de ação)? Mais uma, seria o caso de retirar do conservador pra colocar no ações ou apenas ir aportado os novos recursos nos fundos de ações até chegar no percentual pretendido (20% dos investimentos)?
São tantas as dúvidas e o receio de errar com o patrimônio todo que juntamos até agora. Desde já obrigada pela opinião, ajuda, resposta!
Resposta:
Bom dia Rafaela,
Parabéns ! Você está dando um passa muito importante rumo à obtenção de retornos mais interessantes. 🙂
Sei que ficamos tentados ao conforto e segurança dos fundos de renda fixa, que nos prometem toda a tranquilidade do mundo enquanto o capital vai rendendo mês após mês. O “porém” é que eles rendem conforme a banda toca, conforme o bom (ou mau) humor do Banco Central. A cada mudança da SELIC o ganho destes fundos sofrem uma alteração e você provavelmente já tenha sentido isso na pele.
Claro, falar uma coisa dessas enquanto se faz a indicação de direcionar parte do capital à bolsa parece estranho … O “problema” é que enquanto há risco de se perder em bolsa, existe também a possibilidade de lucro, e muitas vezes superior ao da renda fixa.
Ok ! Ok ! Ok ! Nos últimos anos, no Brasil, o rendimento acumulado nos investimentos em renda fixa vem sendo superior ao da bolsa. Mas também … com períodos onde tivemos taxas de juros que beiravam (quando não ultrapassavam …) os 20% ao ano, esta não é uma notícia nada surpreendente. Mas e se as taxas voltarem a cair ? E se conseguirem mantê-las baixas por um período mais longo ? A coisa muda um pouco …
Não vou falar sobre o risco existente na bolsa, etc etc etc, somente digo que é muito importante haver um direcionamento, de ao menos parte, do capital para ela. Somente desta forma é que temos a chance de obter um plus nos rendimentos.
Sobre a tua dúvida: eu nem cogitaria investir num fundo que aplica em bolsa. Como você mesma disse, as taxas administrativas são altas (demais !) e isso atrapalha bastante o rendimento. Para a sua situação (de não querer se envolver com os investimentos e apenas ir aplicando mensalmente um determinado valor em uma carteira de ações) indico o uso dos ETFs. Falei sobre o assunto há alguns dias, neste post.
Existem diversos tipos de carteiras, certamente encontrarás uma que atenda a tua necessidade. 😉
Sobre a periodicidade do rebalanceamento, isso varia. Alguns indicam fazer de 6 em 6 meses, outros de 1 em 1 ano … Não existe uma “regra” propriamente dita. Acredito que qualquer um destes dois períodos seja interessante. Sobre tirar do fundo ou só colocar grana nova no início da criação da carteira, prefiro a ideia de ir colocando dinheiro novo somente. Desta forma você mantém a grana da renda fixa lá “protegida”. O rebalanceamento começaria a ocorrer somente depois que os 80:20 tiverem sido atingidos.
Sobre o investimento ter apresentado resultados negativos nos últimos anos … isso é algo que você precisará se acostumar se pretende se aventurar no mundo das ações. Faz parte e precisa ser compreendido e aceito. Na verdade, para quem monta uma carteira de longo prazo, isso é até mesmo importante. Afinal serão nestes momentos que você poderá aproveitar para comprar algumas ações a mais. 😀
Boa sorte ! 🙂