O que você pretende dar no Dia das Crianças ?
Como o dia das crianças já é amanhã, até acredito que já tenha feito a compra do presente, mas como “bom brasileiro que se preze” pode ter deixado para comprar somente hoje. Correto ?
Escolheu o quê ? Um carrinho de controle remoto ? Uma boneca que fala ? Um videogame ? Um celular novo ? Gastou quanto ? R$50 ? R$75 ? R$100 ? R$250 ? R$500 ?
Tenho certeza que se esforçou ao máximo no momento da escolha. Possivelmente comprou algo um pouco acima da sua capacidade de consumo. Comprometeu uma parcela do 13º ? Comprou em “n” parcelas no cartão de crédito ? Mas … será que fez a coisa certa ?
Se você ainda não comprou o presente – se já comprou o conselho vale para o ano que vem – o que acha de fazer uma coisa diferente ? O que acha de dar o melhor presente que existe para seu filho ? O que acha de dar um pouco de realidade para ele ?
Sim … a realidade … a verdade, nua e crua.
Se só pode dar um presente de R$ 20, que o faça. Se pode dar um de R$50 … ok. Se pode dar um de R$500, para que tanto !? Lembre-se é apenas o “Dia das Crianças” ! Não é o aniversário dela, tampouco o Natal … existe mesmo a real necessidade de dar algo que fuja do seu orçamento ? Se pode pouco, dê pouco. Se pode um pouco mais, dê um pouco menos.
– “Ah, mas é apenas uma criança ! Não posso fazer isso com ela !!! Ela não precisa sofrer ‘o que eu sofri’ quando tinha a idade dela …”
Se você pensa dessa forma, tente enxergar de outra maneira. Dando um pouco menos você estará dando o melhor de todos os presentes, estará presenteando-a com a realidade, a única coisa que ainda vale alguma coisa …
Fico espantado quando vejo as matérias que os jornais vêm exibindo relativas ao dia das crianças. A cada ano que passa mais e mais pessoas amontoam-se nas lojas. A cada ano que passa os presentes vão ficando mais e mais caros. Contentar-se com algo mais simples é artigo de luxo.
Pense: dando algo fora da sua realidade, estará criando uma criança, consequentemente um jovem, e em seguida um adulto, que terá “níveis de exigência” cada vez mais altos, não importando se isso está ou não dentro da realidade dela. O melhor momento para começar a colocar uma pessoa nos eixos em relação ao consumo desenfreado (ou melhor ainda, desnecessário) é quando ela ainda é pequena, quando começa a criar os primeiros conceitos sobre as coisas.
Já imaginou ? Você começa dando coisas cada vez melhores, mais e mais, quando chegar na vida adulta, como será essa criança ?
Por mais que alguns digam: “Ah, mas eu posso, tenho condições para isso !”, a tática é a mesma. Afinal … quanto maior for, maior será o tombo. 😉
Eu até sugeriria um presente diferente, algo do tipo “vale um dia inteiro com o seu pai/mãe”. Um dia onde você brincaria com ela, videogame, carrinho, casinha, contaria uma boa história … De uma coisa você pode ter certeza, não é presente que fará com que ela te ame mais. Poderá até ficar triste nos primeiros momentos após a divulgação do presente, mas depois de passar o dia inteiro com você, terá as lembranças mais agradáveis de toda sua vida.
Por mais que tentem nos empurrar goela abaixo o consumismo desvariado, um pouco de “pé no chão” não faz mal a ninguém.
Se ela estiver um pouco mais velha, você poderá até mesmo explicar para ela o custo do presente em horas de trabalho. Mostre para ela que se ela realmente quiser aquele presente de R$200 diga que “pode”, mas em contrapartida você precisará trabalhar “x” horas, que precisará ficar “n” finais de semana fora de casa, trabalhando, ou precisará chegar 3 horas mais tarde todos os dias … na maioria dos casos funciona. 😀
Mas acima de tudo, dê muito carinho e atenção para eles. O resto … é literalmente resto. 😉