A economia é a base da porcaria
Você certamente já ouviu esta frase sendo usada em algumas situações. Possivelmente por pessoas mais velhas da sua família (caso você ainda seja um pequeno gafanhoto). Dizem ser um provérbio português, mas que aqui no Brasil fez escola, se formou na universidade, fez doutorado e mestrado.
A cada dez passos que você der na rua, verá alguns bons exemplos desta “regra” sendo adotada. Tudo mal feito … enjambrado … na coxas … parecendo ser feito desta maneira para que precise ser refeito em seguida. (e provavelmente seja exatamente esse o motivo)
Mas é dentro de casa onde a coisa fala mais alto. 🙁
Em nossa batalha diária, na tentativa de esticarmos ao máximo o nosso orçamento doméstico, precisamos economizar na compra de alimentos, utensílios, eletrodomésticos e na manutenção da infraestrutura. Economizar, faz bem e o seu bolso agradece.
Economizar, nas coisas certas, da forma certa, é item obrigatório para quem deseja criar aquela reserva de caixa que possibilitará a criação de investimentos. Aqui no Clube já demos vários e vários exemplos de como economizar com o nosso orçamento, são pelo menos 50 textos em que tento apontar formas de economizarmos, sem grandes alterações em nossas rotinas e no tipo de coisas que usamos e consumimos.
Indico a você a leitura de cada um de nossos posts da categoria Economia Doméstica. Lhe garanto que valerá cada segundo investido nesta atividade. 😉
Economizar é preciso, e é sobre isso que quero falar hoje com você.
Como economizar da forma correta
Você precisa economizar … O problema é que esta economia deve ocorrer da forma certa. Com as coisas certas. Nas horas certas. Deixe-me tentar desenvolver um pouco melhor …
Lembra que no começo deste texto eu falei sobre os exemplos de coisas feitas de forma errada, aparentemente pensando no retorno e de uma nova prestação de serviço ? Pois bem … Me diga quantas vezes você já viu isso ocorrendo dentro da sua própria casa ?
Sim, dentro da sua casa … 🙁
Seja em relação à compra de algo para sua casa, que não durou tanto quanto deveria, ou em relação a um serviço prestado (de manutenção) que precisou ser refeito. Você tinha uma necessidade, comprou/contratou o que precisava, mas logo em seguida precisou ir atrás daquilo … Vai dizer que isso nunca ocorreu com você ?
Era algo aparentemente “sem importância”, portanto era melhor comprar/contratar algo barato (o mais barato possível !) somente para tapar o buraco. Porém … era tão sem importância que você precisou ir atrás daquilo de novo logo em seguida. O material comprado era de baixa qualidade … O serviço prestado não consertou, de verdade, o problema … Ou até mesmo os dois ao mesmo tempo …
Você, na tentativa de economizar alguns trocados, chama um prestador de serviços mais em conta. Aquele que oferece o orçamento mais baixo. Muito mais baixo que o da concorrência. Ele vem, conserta o problema, cobra pouco, mas logo em seguida tudo volta à estaca zero.
Seja um encanador, um eletricista, o técnico de uma eletrônica, você certamente já enfrentou, ou conhece alguém que tenha enfrentado tal problema. Seja por não ser alguém realmente especializado no serviço oferecido, seja por usar peças de baixa qualidade, ou o pior dos casos: seja para fazer com que você precise retornar e refazer o serviço.
Para a maioria das pessoas é difícil de identificar quem está cobrando pouco por cobrar pouco, ou por ter segundas intenções. (incluo o que se faz de especialista neste perfil)
Não atuamos na área, não temos conhecimento sobre aquilo, e justamente por isso contratamos alguém para fazer o serviço por nós. Acreditamos que quem se propõe a realizar tal tarefa realmente entenda o que faz. Não é mesmo ?
Deixe-me contar uma história para você …
Quando eu era mais novo, perto dos 15 anos de idade, morava em um prédio que apresentava um problema constante no motor do portão de acesso dos carros. Mas por constante leia-se constante mesmo. Era coisa de a cada 2 ou 3 semanas …
Podia ter certeza: se o problema do portão ainda não havia ocorrido, ele estava perto de ocorrer.
O motor “queimava”. Sempre …
Na verdade não era o motor, mas sim a placa com o circuito eletrônico que comandava tudo. Sempre …
Todas as vezes era o mesmo problema. “A placa queimou de novo …“, dizia o zelador. Sempre …
Curioso desde sempre, eu achava aquilo meio estranho. Não era possível ! Todas as vezes o mesmo problema ! Sempre era a mesma coisa. Sempre era a placa que queimava … mas era um reparo baratinho.
Passei a acompanhar o “conserto” do portão. Pedi ao zelador para me avisar sempre que o técnico fosse lá prestar o serviço. Foram 2 ou 3 vezes em que vi o que ele fazia, o que estava errado …
Sempre era a mesma coisa: “O motor esquenta demais e acaba fritando a placa“. Todas as vezes …
Tentei pensar um pouco sobre aquilo (sabe como é, né … engenheiro desde sempre, hehehe), o que poderia estar causando tal condição. Olha daqui, olha dali. Olha para o motor. Olha para a placa. Olha para o portão. Olha para o trilho do portão. Olha para o portão abrindo. Olha para o portão fechando. Olha para o portão e vê que ele sempre “travava” no mesmo lugar.
Travava ? Olhando mais de perto, vi que existia um “calombo” no trilho. Um ponto de solda, mais alto, e que acabava tirando a continuidade do trilho. BINGO !
Chamei o zelador, mostrei aquele ponto de solda, mostrei que era nele que o portão travava e era onde o motor precisava forçar mais para continuar atuando. Pedi para que ele eliminasse aquele obstáculo.
De lá pra cá já se passaram mais de 20 anos … e o portão NUNCA mais apresentou problema semelhante. Sério ! 😯
Me diga: você consegue imaginar, ou ainda … acreditar, que um cara especialista naquilo, que vê inúmeros problemas diferentes, que encontra mil e uma soluções, não tinha reparado naquilo, ou ao menos levantado alguma hipótese para o aquecimento do motor ?
Ou ele “ixperto” preferiu ficar quieto, continuar trocando a placa “mensalmente” e faturando com o serviço ? 🙄
Obviamente que ele nunca mais prestou serviço para aquele condomínio. 🙂
Onde que eu quero chegar ?
Se você se basear apenas no preço, sempre, corre o risco de cair nesse tipo de armadilha. O bom e velho “o barato sai caro“. Sabe ?
Sim, você deve tentar economizar sempre que possível. Mas deve levar em consideração também a qualidade do que foi feito, do que foi comprado.
Por exemplo: eu tenho uma lista de prestadores de serviço a quem recorro quando ocorre algum problema aqui em casa. A lista já mudou algumas vezes, algumas por pura experiência (em relação a uma oferta mais em conta), outras por ter encontrado alguém melhor. A lista leva em conta a minha experiência com o evento/item, e de meus conhecidos também.
Sim, uma espécie de “clube de serviços”, onde cada um faz a indicação dos melhores prestadores de serviço nas mais diversas áreas de atuação. Seja em relação a serviços de manutenção, seja em relação ao atendimento e diagnóstico de um médico. Sim, o preço é levado em consideração, mas a qualidade do serviço também precisa ser. 😉
De nada me adianta economizar naquele momento se eu precisarei gastar mais uma vez com a mesma coisa … Concorda ?
Economizar sim. Ser “enganado” ? Não. 😀
Mas me diga: de que forma você age nestas situações ?