Aposentadoria, como planejar sua renda vitalícia ?
Não importa quão grandes sejam os seus planos, todos têm uma meta final: aposentar-se com tranquilidade e conforto. Infelizmente nem todos conseguem … na realidade uma pequena parcela da população conquista o “grande prêmio”. Mas saiba que é possível que você, por sua própria “conta e risco”, é capaz de cuidar de tudo sozinho, você é capaz de acumular patrimônio suficiente para gerar uma renda vitalícia que te proporcionará o tão desejado descanso.
Mas antes de qualquer coisa você precisa tomar uma decisão, quer correr mais ou menos riscos ? Quer atingir o capital necessário um pouco mais rápido ? Não, isso não tem a ver com o tipo de investimento escolhido – afinal esse não será o foco do texto, mas sim com o tipo de aposentadoria que você quer.
Não entendeu ? Você quer atingir um montante que te proporcione “x” anos de aposentadoria ou deseja atingir um montante que te gere uma renda “eterna” ? A pergunta pode parecer meio boba, mas se você leu o artigo “Você conhece Jorge Guinle ?” sabe exatamente sobre o que estou falando.
Mais rápido, porém mais arriscado
Se você seguir o “modelo” de aposentadoria adotado por Jorge Guinle – tá, sei que não foi plano de aposentadoria, foi a vida inteira … – que é atingir um patrimônio “x” que me permitirá obter uma renda “y” por “z” meses. Você irá literalmente usar o dinheiro acumulado até a última gota. Mas já sabemos o que pode dar errado … não é mesmo ? Se você calcular errado por quantos anos permanecerá vivo após se aposentar, correrá o risco de passar por muitas necessidades nos anos “extras”.
Desta forma você poderá se aposentar mais cedo, ou reservar uma fatia menor de sua renda para sua aposentadoria, ou ainda acumular capital por um período mais curto, mas correrá o risco de ficar sem dinheiro …
Para este “modelo” você vai acumulando capital e rentabilizando-o por determinado período de tempo, até atingir um certo valor que dividido pelo tempo que você escolheu no início de seus planos – contando com a valorização do capital no período entre aposentadoria e morte. Você usará parte do capital e parte do rendimento. Com isso, aos poucos, o bolo encolherá, até chegar o momento em que acabará por completo.
Tem como vantagens os itens apresentados anteriormente, mas não sei se justifica o risco …
O seguro morreu de velho …
Mas como devemos sempre priorizar a nossa segurança, especialmente quanto o assunto é aposentadoria, o método mais indicado é o “acumular um determinado capital que renda um determinado valor mensal e que esse valor mensal seja suficiente para cobrir meus gastos”. Um pouco mais demorado … afinal o capital a ser acumulado será um pouco maior do que no método anterior, porém consumindo apenas a parte “rendimento” do negócio você manterá o capital principal intacto. Capital esse que renderá “o mesmo valor” no mês seguinte, e no seguinte, e no seguinte, e no seguinte … Resumindo, você terá uma renda verdadeiramente vitalícia, que durará para todo o sempre, existindo – e rendendo – até mesmo após a sua morte.
Qual dos dois planos mais te agradou ? 😉
Acredite, o primeiro plano é usado por muita gente, na verdade muitos planos de previdência privada, que garantem um determinado rendimento mensal ao aposentado, usam essa estratégia. Afinal têm que despertar o interesse do futuro cliente de alguma maneira, e comparando com o plano “vitalícia de verdade”, é mais rápido, ou precisa render menos, ou menores depósitos.
O meu plano é o segundo, determinado capital que me renderá determinado valor mensal que será suficiente para cobrir meus gastos. Na verdade será maior que os meus gastos, dessa forma sobrará dinheiro que será reaplicado ao bolo. 🙂
No livro “Conquiste sua Liberdade Financeira” você poderá encontrar os cálculos e fórmulas necessárias para encontrar:
– Qual o capital necessário a ser atingido para obter a renda vitalícia;
– Qual deverá ser o valor de suas aplicações mensais para atingir o capital necessário;
– Ou então quantos anos precisará “usar” para acumular o capital tendo um valor mensal de depósitos limitado.
Exemplo ?
Um exemplo bem simples, tirado do próprio livro. Digamos que você tenha 25 anos, e que deseja se aposentar aos 65. Usando como “data limite” a idade de 100 anos. (deseja que o dinheiro dure até completar essa idade)
Digamos ainda que você tenha determinado que sua renda mensal será de R$ 8.000,00 e que consegue obter um rendimento médio real de 0,8%.
Aqui é importante uma pausa. Notaram que a taxa de juros a ser considerada é a real ? (descontando-se a inflação)
Se não considerarmos a inflação até atingiremos os números determinados no plano, porém o poder de compra desse valor será bem diferente do que ele tinha quando o plano foi feito … Para entender um pouco melhor o peso da inflação em seus investimentos leia: O peso da inflação sobre os investimentos. Indico também que você leia o post “0,8% de rendimento real mensal é uma meta factível ?” para complementar esta parte.
Voltando aos cálculos. Usando as fórmulas e tabelas existentes no livro, chegamos ao valor a ser acumulado: R$ 964.797,60. Com isso você ganhará R$ 8.000,00 durante 35 anos. (que foi o tempo determinado em nosso planejamento)
Depois disso, acabou.
Agora … digamos que você tenha atingido os mesmos R$ 964.797,60, só que ao invés de R$ 8.000,00 deseja usar somente os rendimentos que esse capital te proporcionar. (usando os mesmos 0,8% de juro real, é claro)
Sabe qual é o valor ? R$ 7.718,38
Sim … Dá para acreditar ? Se você gastar pouco menos de R$ 300,00 mensais a menos terá uma renda vitalícia, verdadeiramente vitalícia. Uma diferença mínima que te permitirá usufruir do capital acumulado indefinitivamente. 🙂
Agora me diga … qual dos dois planos mais te agradou ? 😉