Colunistas ||| 2012: O fim do mundo está próximo – e isso é bom
A não ser que você tenha passado o último ano morando em uma caverna, deve ter escutado ao menos uma vez sobre como o fim do mundo estava próximo.
Primeiro, ouvimos algum blábláblá sobre calendários maias e profetas do apocalipse. Depois, veio o fim do domínio americano sobre a economia mundial. Os problemas de crescimento da China, a crise na Europa. Agora ouvimos sobre uma estacionada do PIB brasileiro enquanto alguns analistas já falam seriamente sobre o fim do EURO como moeda comum a toda Europa.
Em uma ocasião que entrou para a história do mundo dos investimentos, Warren Buffett, tido como um dos melhores investidores que já passou pelo mundo, resolveu contar seu segredo a alguns alunos que assistiam a uma palestra sua: “Tenha medo quando os outros forem gananciosos, seja ganancioso quando os outros tiverem medo”.
Ao escrever para um site voltado à independência financeira, lhe pergunto, caro leitor, que ocasião melhor para seguir esse conselho do que um ano que inclui até receitas para o fim do mundo e tudo que conhecemos?
Deixando de lado o julgamento final, cabe lembrar que do ponto de vista de boa parte das empresas, as coisas estão andando bem. As pessoas continuam indo aos mercados para fazer suas compras, pagando suas contas de água, luz e telefone e seguindo com suas vidas.
Apesar de algumas atitudes do nosso governo terem complicado a confiança dos investidores globais (principalmente as intervenções mais diretas na Petrobras e Vale, que ainda são as duas maiores empresas em nossa bolsa de valores), hoje é possível encontrar boas empresas a preços historicamente baixos. Com o banco central abaixando os juros e tomando outras medidas para aquecer nossa economia, não só algumas empresas aumentarão seus lucros, como muitas boas pagadoras de dividendos devem se tornar tão ou mais atrativas que a renda fixa, tradicional refúgio dos investimentos do brasileiro.
No exterior, o foco da crise passou da iniciativa privada para a política. O passo das decisões políticas costuma ser mais demorado que no mundo empresarial, mas eventualmente a coisa toda será resolvida, e as empresas voltarão a investir.
Longe de mim querer soar otimista em meio a tantos profetas do apocalipse. Pelo contrário, quanto mais aterrorizadas as pessoas ficarem, mais baixos os preços dos ativos ficarão e mais oportunidades aparecerão para quem tiver tempo e paciência para, aos poucos, ir comprando e garimpando boas oportunidades.
Espero, realmente, que nesse fim de ano e início do próximo, que vejamos notícias medonhas sobre a economia, que mais e mais pessoas deixem seu dinheiro na poupança com medo de qualquer ativo mais arriscado, e que a grande maioria das pessoas leve um bom tempo para se dar conta que, afinal, a coisa não era tão ruim assim.
A você, caro leitor, desejo que se lembre do conselho de alguém mais velho, sábio e com um sucesso muito maior que o meu: “Tenha medo quando os outros forem gananciosos, seja ganancioso quando os outros tiverem medo”.
Um grande abraço, boas festas e feliz ano novo.
Fábio Zugman é autor de 6 livros, entre eles “Empreendedores Esquecidos”
Empreendedores Esquecidos Fábio Zugman Editora: Campus Elsevier |
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