Colunistas ||| A importância da educação financeira
Provavelmente você já ouviu (ou pronunciou) frases como: “estou ganhando pouco no meu emprego”, “o banco só sabe explorar a gente”, “antigamente é que era bom, aposentava-se cedo e ganhava-se bem”, “nunca consigo guardar dinheiro” etc. Essas reclamações são comuns e fazem parte do dia-a-dia da população brasileira. E quem são os culpados de todas essas reclamações? De certo que a grande maioria citaria o patrão ou o governo. Sentimos em dizer-lhes, mas provavelmente grande parte desse tormento financeiro pode ser culpa sua. E mais: a culpa vai ser mais sua se você trabalha, trabalha, trabalha e não consegue sair da situação ruim.
Sabemos que isso vai lhe parecer estranho. Todos nós custamos a admitir nossa total ignorância em algum assunto – ainda mais quando o tema é dinheiro – mas esta coluna visa discutir esses assuntos, buscando mostrar a importância de ser educado financeiramente (algo relativamente simples, mas que exige disciplina e tempo). Conceitos básicos, porém, ignorados por muitos, são a chave de uma vida financeira melhor. E vamos mais longe, você saberia responder rapidamente perguntas como: qual porcentagem da sua receita você gasta com alimentação? Qual o seu objetivo para os próximos dez anos? O que você pode fazer hoje para garantir o futuro da sua família após seu falecimento?
É dando clareza a essas questões que a educação financeira ajuda a melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos. De donas de casa a profissionais liberais, de crianças a funcionários de chão de fábrica. Devido à grande maioria não saber como funciona o mundo capitalista, acaba sofrendo na mão de quem conhece conceitos básicos de finanças. E essa armadilha não escolhe classe social. Existem milhares de pessoas que ganham de um salário mínimo até milhares de Reais, e estão ambas endividadas.
Os conceitos são simples e tudo se resume em entender os próprios gastos, traçar objetivos pessoais e familiares, para depois tomar atitudes que te possibilitem gastar menos e começar a poupar (poupança, fundos, ações etc). Todos esses entendimentos culminam em uma necessidade de mudança de conceitos e comportamento de toda a família. Assim, com a situação financeira compreendida e planejada, você terá mais condições de, a partir daí, pensar em aproveitar melhor a vida com seus familiares e amigos (ou, quem sabe, pensar em como aumentar seu patrimônio).
Aprender a lidar com o dinheiro não é aprender a ser ganancioso, sovina ou algo do gênero. É aprender a trabalhar com uma parte do nosso cotidiano que mexe com nossas emoções. O dinheiro, sozinho, pode não trazer felicidade, mas a falta dele acarreta transtornos imensos para você e sua família. O conhecimento financeiro é indicado para todas as pessoas, do mais pobre ao mais rico (será que é realmente rico?), da pessoa que só fez o primeiro grau até doutores. Isso significa que, se a regra for clara, você terá condições de disputar o jogo capitalista de igual para igual com os outros.
ELISSON DE ANDRADE ( [email protected] ) – Formação: graduado em Engenharia Agronômica e mestre em Economia Aplicada pela ESALQ-USP. Cursando o último ano de bacharelado em Direito.
Ganhador do Prêmio BM&F de melhor dissertação/tese na área de derivativos agropecuários, no ano de 2004.
Já lecionou diversas disciplinas em cursos de economia e administração de empresas em duas faculdades. Atualmente, é professor da Faculdade Dom Bosco de Piracicaba, onde é responsável pelas disciplinas de Matemática, Matemática Financeira e Mercado de Capitais.