Colunistas ||| Tesouro Direto foi o investimento da década
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Assaf e publicada no site Exame mostra que o Tesouro Direto foi o investimento da década. Apesar de várias opiniões divergentes, o Tesouro Direto vem superando a expectativa do investidor mais conservador.
É claro que alguns pontos importantes devem ser considerados: a pesquisa avaliou o ganho patrimonial do índice com fluxo de caixa dos títulos públicos de um determinado papel; os resultados não contabilizaram o lucro com juros e dividendos das ações; a década avaliada envolve um período de crise ao qual a bolsa ainda não se recuperou por completo; várias pessoas investiram em determinados fundos de ações e foram bem-sucedidos ou usaram da técnica de só comprar as ações na baixa e vendê-las na alta. Se estas variáveis fossem consideradas seria provável que os rendimentos da Bolsa fossem superiores ao do Tesouro Direto. Contudo, não se pode negar que o Tesouro Direto teve um desenvolvimento fora do comum nos últimos anos, o que, apesar de não ser garantia de rendimentos futuros, vem atraindo vários investidores.
A pesquisa considerou o ganho médio obtido em toda a última década por quem investiu em notas do tesouro nacional com rendimentos pós-fixados vinculados a um índice de inflação. O resultado das ações, por sua vez, foi medido pelo Ibovespa, o principal índice de ações de bolsa paulista. A pesquisa mostrou que, na média, os títulos públicos foram uma melhor opção.
Um ponto interessante ao qual quero chamar a atenção é que entre escolher este ou aquele investimento, só perdeu quem não investiu.
As aplicações incluídas na pesquisa apresentaram um desempenho superior ao da inflação na última década, com exceção ao dólar. A inflação de 90% acumulada pelo IPCA nos últimos dez anos foi menor que a taxa Selic (317%), o ouro (303%), a renda fixa (270%), o CDB (248%), os imóveis (131%) e, quem diria, a tradicional caderneta de poupança (124%).
Fonte: Exame
A procura pelos títulos públicos vem aumentando junto ao investidor pessoa física, segundo o economista-chefe da interbolsa Julio Hegedus, devido a sua praticidade, ou seja, os títulos fogem das taxas mais altas dos fundos convencionais e o próprio investidor pode fazer a compra eliminando intermediários escolhendo apenas o seu agente de custódia.
Apesar de muita gente estar empolgada e determinada a investir nos papéis do governo, o Tesouro Direto, apesar de sua aparente simplicidade, também requer certa dose de cuidado e conhecimento. Há vários tipos de papéis para compra; pré ou pós-fixada, e esta última indexada por diferentes índices com formas diferenciadas de pagamento de juros. Há incidência de impostos regressivos e taxas que são cobradas na compra e/ou na venda. A garantia da rentabilidade acordada na compra somente é mantida se o investidor permanecer com o titulo até o dia do vencimento, se necessitar vender antes do prazo o Governo pagará o valor de mercado que poderá ser inferior ao contratado. O ideal no Tesouro Direto é conciliar o prazo do papel com o seu objetivo.
Para 2011, as perspectivas para o Tesouro Direto são positivas, segundo os agentes econômicos. Os títulos públicos sinalizam um rendimento real de aproximadamente 6% a.a. já descontados impostos e inflação, segundo professor de finanças da FGV/SP Carlos Alberto di Agustini.
Faço questão de ressaltar sempre que não há “receita mágica” no mundo financeiro. Quanto mais você se informar, mais preparado estará para tomar a decisão adequada ao seu perfil e as suas condições financeiras. Os investimentos que servem para alguns não serão bem visto por outros. Investir significa assumir riscos em troca de rendimentos, mas quanto mais você buscar informações concluirá que o maior risco é não investir.
Silvia Soares é graduando no curso de MBA em Gestão Empresarial, Pós Graduada em Controladoria e Finanças e Graduada em Ciências Contábeis. Atua como Analista de Gestão na maior empresa de saneamento da América Latina. Com experiência prática e acadêmica em finanças de negócios, finanças corporativas, controladoria, empreendedorismo e economia doméstica; utiliza suas experiências empresariais no ramo de Administração e Contabilidade para auxiliar a melhor maneira de dispor os recursos financeiros com a proposta de promover novas perspectivas e alternativas financeiras.