Colunistas ||| Troca Solidária
Inicio de ano é sempre cheio de novidades e gratificantes experiências. Quando pensamos que já não há o que ser dito sobre finanças pessoais sempre nos deparamos com novos fatos até então não descritos por autores, estudiosos, pesquisadores e economistas que se debruçam sobre o tema.
Este janeiro, estava eu prestes a iniciar o artigo de finanças pessoais, que iria abordar as questões dos tributos (IPVA, IPTU e as diversas taxas) que desembolsamos no início do ano. Pensando também, em abordar o tema de volta as aulas com as dificuldades na compra do material escolar, matrículas em cursos de línguas e atividades extracurriculares, quando fui informado de uma nova experiência da família Miranda.
Após as festividades de final de ano e com as drásticas notícias de chuvas e enchentes advindas principalmente do Sul de Minas Gerais. A família Miranda resolver fazer uma economia solidaria e criar uma nova forma de consumo e de ajuda solidária ao próximo.
As mulheres da Família Miranda, sim, sempre elas, mulheres, solidárias e econômicas desde a origem do termo. Pois a palavra economia vem do grego oikos (casa) e némein (administrar). Desta forma podemos entender, que a origem do estudo da economia vem da administração do lar, pois os antigos gregos não tinham tempo para administrar o próprio lar, dedicavam-se a Ágora, ou seja, a política e a democracia.
A descrição do dia da troca a seguir é o depoimento da idealizadora do evento, carinhosamente chamada pela família Miranda de Lu:
“ – E na quinta, lá estávamos. Minha irmã improvisou duas araras ( feitas com cadeiras e cabos de vassoura) em uma ela dispôs os objetos dela, bem arrumadinhos. Só a organização já foi divertida e deixou o ambiente descontraído. Minha irmã também preparou um lanche e ficamos beliscando enquanto aguardávamos. Uma das sobrinhas (11 anos) levou revistinhas para trocar por uma bota da minha mãe, que a deixou alucinada, mas a minha mãe acabou esquecendo a bota, mas ela achou vestidos que cabiam nela, brincos, maquiagem e uma bolsa que ela já queria esconder antes da troca. Cada uma das participantes espalhou suas coisas por um espaço da sala. Logo as peças foram encontrando novas donas, algumas ainda com etiqueta.
O melhor, é que todo mundo queria ser escolhido, experimenta meu vestido, esta blusa… foi uma confusão organizada, com direito a desfiles curtos, quando algo ficava muito bom em alguém. Não tinha nada feio, o espírito era este mesmo, todas as coisas levadas foram compradas por que eram bonitas, mas por algum motivo, elas foram ficando no armário, sem uso. Trocá-las por algo que você sabe que vai usar é libertador. Uma das irmãs comentou:
– Nossa parece que acabo de sair de uma loja e comprei um monte de roupas novas!”
Fui informado por uma das integrantes da família Miranda que as peças que não encontraram novos donos, foram doadas para os desabrigados da chuvas.
Conversando com algumas das mulheres de 11 a 60 anos, que participaram do dia da troca solidária e realizando o famoso cálculo de padeiro, considerando também a quantidade de itens envolvidos, excluindo o fator depreciação, calcula-se que em média cada participante economizou R$ 500,00, o que daria uma economia total de R$ 5.000,00.
Deixo com a Lu, a nossa entrevistada, a dica do mês – “Todo mundo tem amigas próximas e pessoas com quem teriam a liberdade de trocar uma peça de roupa ou um sapato. Quem tiver disposto a se arriscar eu recomendo, feliz armário novo!”
Saúde e sucesso a todos que me leem.
Carlos Renato é Contador