Comentários – Proponho um exercício ! #5
E então, achou que eu tinha me esquecido de apresentar meus comentários sobre o “Proponho um exercício ! #5” ? Demorou um pouco, mas aqui estão eles ! 🙂
Ah, você não participou deste exercício ? Então você pode dar uma passada lá no post, deixar a sua resposta e depois voltar aqui para ver a minha opinião. 😉
Pronto ? Então vamos lá ! 🙂
No #5, a pergunta girava em torno do tema “morar no centro, perto do trabalho, pagando caro, ou morar na praia, ‘meio’ longe de tudo, pagando menos”. A diferença, em termos de “valores”, era de R$250,00 e em termos de “tempo”, 3h. As respostas foram as mais variadas, mas o lado “morar no centro” venceu com uma bela vantagem.
Em sua maioria, quem defendeu morar no centro, preferiu abrir mão dos R$250,00 para, em troca, ganhar as 3h. A grande maioria afirmou que com esse tempo extra muita coisa poderia ser feita, sendo que muitas delas poderiam gerar este valor, ou até mesmo mais. Mais tempo para estudar, iniciar um novo empreendimento, se divertir, descansar … etc etc etc.
Quem defendeu morar na praia, lembrou que o tempo “perdido” no trânsito poderia ser convertido em tempo de estudo, e até mesmo para descanso. Lembraram que se a forma de transporte escolhida fosse o sistema público, teriam o tempo livre para leitura (enquanto estivessem no ônibus poderiam ler um livro), ou para tirar um cochilo. Fazendo isso ainda teriam R$250,00 extras para seus investimentos.
Acredito que os lados têm “razão”, ao menos em determinados momentos de nossas vidas precisamos abrir mão de certas regalias para um bem maior.
Experiência própria
Como muitos de vocês sabem, morei durante um bom tempo na praia. (portanto posso trazer à tona o lado “real” da coisa, hehehe)
Durante um período que lá morei, não tinha compromisso algum, com nada. Foi 2008, ano em que pude me dar ao luxo de fazer isso. Ano em que decretei minha Independência Financeira. Morar na praia, num momento em que se tem liberdade total, para tudo, é ótimo, é fantástico. Acredito que este seja o sonho de muitos que estão lendo isso. E é mesmo. 😉
Mas, morar na praia, longe, enquanto se tem uma série de compromissos no centro, é realmente complicado … o tempo corre contra você, e as vantagens de se morar na praia passam a não mais existir. Você só pode aproveitá-la aos finais de semana, coisa que poderia fazer se morasse no centro …
Enquanto morava lá, vinha para o centro com o transporte executivo. Um ônibus mais confortável, que me permitia fazer algo que gosto muito: ler. Sim, aproveitava o percurso para ler. (aos que disseram em suas respostas que isso não era possível, acredite … é) Mas … somente na parte da manhã, no momento em que me dirigia ao centro. Neste momento havia a iluminação ideal (o sol brilhava), a cabeça estava descansada e o corpo também. O oposto acontecia na volta … iluminação zero, cabeça estourando e o corpo exausto. Portanto, nada de leitura.
Como o trajeto da vinda durava 1h e o da volta 2h (o trânsito de noite era pior), o tempo para a leitura, das 3h não era 100% aproveitado.
Já morando no centro, sem a necessidade de perder esse tempo, as coisas realmente melhoraram. As 3h puderam ser transformadas em qualquer coisa que fosse preciso: leitura, descanso, exercícios, passeios, etc etc etc. Não existe comparação. Mesmo.
Porém existe um ponto no exercício proposto – que neste caso não era o que me levou a optar pela praia – que não comentei. O lado financeiro.
Lembra que falei no início sobre a necessidade de abrirmos mão de certas coisas em determinados momentos de nossa vida ? Pense … no começo de sua jornada a grana – normalmente – é mais curta. Você faz um levantamento de todos os gastos que terá a partir do momento que sair de casa, vê que o orçamento é apertado, e enxerga a possibilidade de morar num local mais distante do trabalho por um valor mais baixo, e com isso gerar um excesso de caixa que poderá ser usado de diversas formas.
É cansativo ? É. Poderia ser usado de outras formas ? (o tempo) Sim. Mas naquele momento é uma das poucas formas de conseguir atingir esse objetivo. (grana extra para investir)
Pense comigo … Olhando para a população em geral, você acha que a maioria usaria estas 3h extras em algo produtivo ou usariam somente no lado “lazer” da coisa ? Acho que não precisamos nem pensar muito para ver qual é a resposta … Concorda ?
A troca, na grande maioria dos casos, é de horas livres para o descanso por dinheiro. Poucos usariam o tempo livre para produzir algo efetivamente.
Então, no caso apresentado no Proponho um exercício ! #5, a minha indicação ao Zé seria: comece morando na praia. Use a grana que vai sobrar para montar seu colchão de segurança, e em seguida passe a investir o excesso em opções mais lucrativas. Enquanto isso, aproveite para ir estudando sobre investimentos, para planejar possibilidades de novos negócios, para fazer planos de longo prazo. (o tempo da volta era ideal para esse tipo de coisa, hehehe)
Quando as coisas estiverem mais esquematizadas, volte à imobiliária e veja uma opção de imóvel no centro, pois agora você terá motivos mais concretos para ir para lá. Terá o que fazer com estas 3h extras. 😀
Alguns posts que têm relação ao tema:
– Colchão de Segurança – Quem precisa de um ?
– Imóvel ||| Alugar ou Comprar ?
– Trânsito caótico em todo o país …
– Pense: você precisa, MESMO, de um 2º carro ?