Como o Zé deixa de ganhar dinheiro na Bolsa
É … sabe aquelas ocasiões em que você deseja poder bater sua cabeça, violentamente, contra uma parede até que tenha a certeza de que a lição foi aprendida, para garantir que nunca mais volte a acontecer ? Pois bem, ontem foi uma delas …
Como você pode acompanhar através do “Aluguel de Ações”, eu estava com uma operação montada em PETRE20, visava o não exercício dela, estava vendido nela. (era uma trava de E20 com E21) O potencial de lucro ? R$0,85. O potencial de perdas ? R$0,30. (no máximo, a perda máxima seria de R$0,30)
A operação foi montada no início do exercício, ainda no mês de abril, enquanto o papel estava “bem” acima dos R$19,54, que era o strike da PETRE20. O estudo que fiz da situação e do gráfico me apontavam essa possibilidade. No início a coisa demorou a andar a favor da operação, até que a queda veio, mas o objetivo (os R$19,54) ainda estavam longe. Mas “sem problemas”, o limite de perdas já estava definido e portanto estava tudo andando dentro do planejado.
Até o momento em que tudo caiu, na verdade desabou. Os R$19,54 começaram a se aproximar. Foram rompidos. Virou R$18,xx … o negócio estava garantido. Porém a venda não ia para a região de lucro máximo, pois o tempo ainda dava gordura à opção. Seria necessário deixar o tempo passar, o dia do exercício chegar, para que a faixa dos poucos centavos (de preferência apenas 1) chegasse.
E chegou … na sexta, dia 18. Era hora de zerar ? Ou deixar a operação morrer sozinha ? Afinal o papel precisaria subir quase 5% para que os comprados conseguissem garantir o exercício da E20. Naquela situação parecia ser o cenário menos provável …
Errei.
O papel começou a subir “devagar e sempre” durante o pregão da segunda, e com ela a cotação das E20 … Zerar ou não zerar ? Os R$19,54 ainda não haviam sido atingidos … Os vendidos entrariam em campo e garantiriam o não exercício das E20. Errei …
Bom, o resultado final acredito que todos devam ter visto, quase 7% de alta da PETR4, num movimento poucas vezes visto. Fui exercido na venda, que naquele momento era uma venda “descoberta”, cada centavo de alta no papel era 1 centavo de “perdas” para mim.
Lembra que falei que a venda foi de R$0,85 ? Portanto este era o meu lucro na sexta de tarde … Portanto eu estava “protegido” de perdas até os R$20,40. Zerei na faixa dos R$20,30 …
Legal, não é mesmo ? De um lucro “garantido” de R$0,85, virou um de R$0,10. Que bom, não é mesmo? #NÃO
Errei.
Eu errei, não foi o mercado que foi contra a minha operação. Eu errei, não foi o time dos comprados que “preparou uma armadilha”. Eu errei, ninguém mais, além de mim, teve culpa nesta “perda”. É uma perda meio estranha, pois não precisei colocar dinheiro para zerar a operação, precisei apenas devolver o dinheiro que já era meu, mesmo não tenho zerado a operação ainda.
Errei.
Sabe, às vezes precisamos levar um tapa na cara, daqueles de ficar a marca dos cinco dedos no rosto, para vermos os nossos erros. E esse foi um destes casos … O pregão de ontem, o exercício da série E de 2012, ficará na história como sendo um em que os comprados venceram maravilhosamente, estratégia perfeitamente orquestrada, e lucro gigante.
Ao menos na minha história ficará marcada. Já está.
A palavra que marcará o ocorrido ? Lição
Errei.
Preciso filtrar os fatos, ver exatamente onde errei, onde acertei, onde deveria ter agido. Preciso criar uma regra operacional que me impeça de realizar tamanha burrice em uma segunda oportunidade. É o tipo do erro que só se é permitido errar uma única vez em sua vida.
O principal erro ? Deixei de fazer o que estava sendo visto para fazer o que achava que aconteceria.
Errei.
Devolvi R$0,75 para o mercado. Doeu. Só quem já passou por um erro besta deste tipo sabe a dor que é …
Errei. Mas espero ter aprendido a lição.