Duas notícias para ficarmos, no mínimo, preocupados …
Leia as duas notícias abaixo e tire suas próprias conclusões. Depois use o espaço para comentários para iniciarmos a discussão.
Aversão ao risco leva Alemanha a pagar yield negativo pela 1ª vez
Frankfurt, 9 – A Alemanha pagou hoje, pela primeira vez na história, um yield negativo aos investidores num leilão primário de dívida, ressaltando o apelo da dívida alemã como porto seguro em meio à crise de dívida na Europa.
Em contraste, os yields pagos pelas notas do Tesouro da França no leilão de hoje subiram em relação ao leilão anterior, indicando que os investidores estão mais desconfortáveis com a dívida francesa diante dos temores crescentes de que a segunda maior economia da zona do euro possa perder seu rating AAA em breve.
Enquanto isso, os yields dos bônus da Itália e Espanha registravam queda após o recente sell-off dos títulos desses países, mas traders ainda manifestavam cautela antes da venda de bônus prevista para o fim desta semana e que poderá ser um teste para o apetite dos investidores pela dívida das economias da periferia.
A Alemanha se juntou hoje à Suíça e à Holanda ao registrar yields negativos no seu leilão de dívida. A lista de ativos considerados seguros está encolhendo e os investidores estão tão nervosos com a perda potencial de capital que estão dispostos a pagar uma taxa de juro apenas para proteger seus recursos nos poucos ativos ainda percebidos como seguros, como os Bunds do Tesouro alemão.
O Bundesbank, que é responsável pela condução dos leilões de dívida federal da Alemanha, vendeu 3,9 bilhões de euros em T-Bills com prazo de seis meses a um yield médio de -0,0122%, abaixo da taxa de 0,0005% paga no leilão anterior com prazo semelhante, em 5 de dezembro passado. A oferta de 4 bilhões de euros em T-Bills de seis meses teve demanda total de 7,08 bilhões de euros pelos investidores.
“O yield negativo reflete a precificação no mercado secundário, indicando forte demanda pelos títulos alemães, que são considerados os ativos mais seguros na atual situação de elevada incerteza”, disse o estrategista Giuseppe Maraffino, do Barclays Capital. No mercado secundário, os yields dos Bunds com prazo de um ano tornaram-se negativos hoje pela primeira vez desde 30 de novembro de 2011, com a aversão ao risco alimentando a compra de dívida alemã pelos investidores.
Desde um desastroso leilão de Bunds de 10 anos, em novembro de 2011, quando a dívida alemã refletiu os temores na Europa pagando yields mais elevados, os bônus da Alemanha vêm registrando uma boa performance, com os yields em alguns vencimentos sendo negociados perto dos menores níveis já registrados.
Serasa Experian: Inadimplência do consumidor cresceu 21,5% em 2011
São Paulo, 10 – A inadimplência do consumidor brasileiro cresceu 21,5% em 2011 na comparação com 2010, informou hoje a Serasa Experian. Esse é o maior nível de aumento da inadimplência desde 2002, quando o Indicador de Inadimplência do Consumidor cresceu 24,7% em relação a 2001.
Considerando-se apenas o desempenho em dezembro, a alta da inadimplência foi de 13,1% em relação a um ano antes, mas houve queda de 2,5% na comparação com novembro.
Em nota divulgada à imprensa, a Serasa Experian atribui a ampliação da inadimplência em 2011 ao aumento da inflação, que reduziu o rendimento do trabalhador, e aos juros elevados mantidos durante a maior parte do ano passado e que reduziram a capacidade de pagamento das dívidas pelo consumidor. “Cabe destacar que o acúmulo de dívidas, de médio e longo prazos, vem desde 2010, ano em que as condições de crédito e do orçamento do consumidor foram mais favoráveis do que em 2011”, afirma a entidade.
No resultado de dezembro ante novembro, a maior contribuição para a queda de 2,5% veio das dívidas com bancos, que caíram 2% – esse tipo de dívida corresponde a 49,3% do peso do indicador. O valor médio das dívidas com bancos nos 12 meses de 2011 foi de R$ 1.302,12, redução de 0,7% ante o mesmo período de 2010.
A maior queda em dezembro ante novembro foi verificada nos protestos, que encolheram 11,5%. O valor médio dos títulos protestados, no entanto, cresceu 16% em 2011 na comparação com 2010 e atingiu o valor de R$ 1.372,86.
O valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços) em 2011 ficou em R$ 320,63, queda de 17,3% na comparação com 2010. Os cheques sem fundo, por sua vez, apresentaram aumento de 8,4% sobre 2010, atingindo o valor médio de R$ 1.359,19. Na comparação de dezembro ante novembro, dívidas não bancárias e cheques sem fundo tiveram queda de, respectivamente, 1,2% e 8,3%.
E então, foi bom para você ? 😯