Educação Financeira agora é matéria obrigatória nas escolas !!
Sim, você pode comemorar !! 😀
Na última sexta-feira o Banco Central divulgou nota informando que agora era oficial, que a partir do próximo ano letivo o ensino da Educação Financeira faz parte da grade curricular do ensino fundamental. Um passo importante para que grande parte da população tenha acesso a uma ferramenta tão importante quanto essa. 🙂
Não, não será uma disciplina específica, como Português, Matemática ou História, mas algo que deverá ser apresentado em conjunto com as matérias “tradicionais”, entregando o conteúdo de forma natural e interligada.
Por exemplo, nas aulas de matemática poderão ser dados exemplos referentes ao uso do juro composto. Tanto do lado de quem toma o dinheiro emprestado quanto o de quem investe seu próprio dinheiro. Outro exemplo seriam nas aulas de história, onde a criação do dinheiro poderia ser apresentada em conjunto com o desenvolvimento da sociedade.
O problema é: sem termos uma “cadeira” específica de Educação Financeira, eu não consigo enxergar como o conteúdo a ser apresentado poderia ser expandido. Por exemplo: em qual disciplina seria incluída a criação de um orçamento doméstico ? E sobre os danos causados pela inflação em nosso patrimônio futuro ? Isso que não estou nem pensando que serão apresentados os tipos de investimento disponíveis, afinal será Educação Financeira de base para o ensino fundamental. (dos 6 aos 14 anos)
“Pô Zé … tu já tinhas que encontrar problema né seu chato !”
Não … Longe disso ! Estou realmente pensando em como esse universo poderia ser ampliado sem atrapalhar a entrega dos outros conteúdos das disciplinas …
Só tem uma coisa que me preocupa … Na verdade duas:
1) Qual será o tipo de preparação ou treinamento que os professores receberão antes de preparar as aulas ? Pois como bem sabemos o acesso aos principais conceitos de Educação Financeira é “restrito” (não mate a narrativa !!) e muitos professores não tiveram a oportunidade de conhecê-los.
Dependendo das experiências do professor (ou até mesmo a falta delas), a compreensão do conteúdo pode ser prejudicada.
Por exemplo, nas aulas onde for abordado o tema juros e empréstimos, o professor levará em consideração que existem outras taxas que compõe o pedido de empréstimo ? Lembrará de falar aos alunos que além dos juros a pessoa tem que arcar com custos extras, como IOF e outras taxas que podem influenciar na taxa real ? A meu ver isso é até mesmo mais importante do que ensinar a calcular o percentual em si …
2) Como a ideologia política de cada professor pode influenciar a forma com que o conteúdo será apresentado …
Afinal de contas, como todos bem sabem, muitos professores de história e geografia tendem a ser mais ligados ao lado esquerdo da coisa. Se eles irão abordar o tema dinheiro, o que os impedirá de demonizar o assunto ? Dependendo do rumo que for dado, as crianças podem receber um conteúdo que poderá afastá-los (ainda mais) das reais oportunidades que o mundo dos investimentos pode proporcionar.
Vamos aguardar mais detalhes, como por exemplo a real “grade curricular” a ser apresentada. Enquanto isso, você pode dar uma olhada na notícia originalmente publicada no site do Banco Central. 😉
Como eu disse, é algo a ser comemorado. É um primeiro passo e toda jornada se inicia com ele. 😀