Filhos super protegidos
Ontem de manhã, estava vendo tv com a minha esposa e o canal era o Discovery Home&Health (é impressionante como as mulheres gostam deste canal, hehehe). Naquele momento passava um programa sobre o assunto que é título deste post: Filhos super protegidos.
Foi um programa de 1h onde as possíveis causas eram citadas e exemplos de super proteção eram dados, e comentados. O engraçado é que identifiquei o meu “método de criação” nas palavras usadas no programa. Ou melhor, as contrárias. 😀
Foi falado que este problema (sim, a meu ver é um problema …) surgiu no mundo inteiro no momento em que a geração baby boom (a que nasceu após a segunda guerra mundial) começou a ter filhos. As famílias passaram a ser menores do que as das gerações anteriores, casas com apenas uma ou duas crianças passaram a ser vistas como comuns. Até então cada casa tinha uma verdadeira tropa, hehehe. 🙂
Com menos gente para cuidar, os pais tinham mais tempo para se dedicar aos seus filhos, com isso o contato entre pais e filhos foi aumentando. Mas … ao mesmo tempo as inúmeras atividades foram sendo incluídas na vida das crianças. Futebol, inglês, judô, natação, balé, artes, etc etc etc … Quem não conhece uma criança que tem uma verdadeira agenda de compromissos ?
Mas além disso, os mesmos pais queriam mais e mais para os seus filhos. Ser um aluno 8 ou 9 não eram mais uma meta, eles queriam que seus filhos fossem 10, e não abriram mão disso. Para tanto contratariam mentores, não para ajudar os filhos com alguma dificuldade de aprendizado, mas sim para ajudá-los a ter notas ainda maiores.
Outra tentativa de ajuda surgiu no final da década de 80, sistemas que “possibilitariam” que o QI das crianças fosse mais alto do que os que pais poderiam imaginar. Com a descoberta de que as crianças mais novas (bebes) tinham maior facilidade para aceitar este “condicionamento”, uma verdadeira máquina de guerra foi montada. Eram CDs, vídeos e livros que ajudariam as crianças nesta tarefa. Ou melhor, os pais … as crianças passaram a ser quase que vítimas do negócio !
O programa falava que o maior problema é que na maioria dos casos os pais não queriam que a criança realmente fosse um destaque, visando o seu futuro ou coisa do gênero. A real intenção era poder apresentar as crianças como verdadeiros troféus, que chegaram onde chegaram por causa do que seus pais fizeram.
Crianças super estimuladas passaram a ser consideradas normais. As atividades começando cada vez mais cedo e ocupando uma parte cada vez maior do dia. Tempo para brincar ? Pra quê ? Na visão destes pais a brincadeira era pura perda de tempo e nada de bom seria aprendido … Mal sabem eles que estas mesmas crianças recebem um treinamento social enquanto brincam … 🙁
E o dinheiro ?
Mas isso não é tudo … A partir do momento em que a super proteção é ativada, e a criança se dá conta disso, passamos a ver aquelas cenas que “tanto nos agradam”, que são aquelas crianças dando ordens aos pais, se mostrando verdadeiros ditadores dentro de casa. E o que um ditador consegue ? Tudo o que quer …
Sim, crianças que são super protegidas, na imensa maioria das vezes passa a ser um dreno nas finanças da família. Não, não são as mil atividades, nem os cursos particulares para transformá-las em verdeiros gênios: são os desejos ! Elas querem, então os pais têm que dar … não importa o que seja nem quanto custe. A criança quer, portanto seu desejo é uma ordem.
Caindo feito uma luva, o programa que veio a seguir foi sobre uma mãe, com sua filha de 7 anos. Elas planejavam a festa de 8 anos da criança … e ela sabia o poder que tinha. Exigia da mãe uma festa grande, queria ser uma Rock Star. Então tudo o que ela quisesse era atingido: tapete vermelho ? Ok. Limousine ? Ok, mas tinha que ser uma Hummer … Palco para show, bolo de U$2,5k, show, produção (cabelo e maquiagem) de outros U$2k, etc etc etc … Orçamento da festa de uma criança de 8 anos ? U$20k (e tantos …)
Mas não é só isso ! As crianças super protegidas, e com o cetro em mãos, exigem roupas de marca, tênis da moda, celular de última geração, e tudo o que pensamos “pra quê ?” …
E o futuro delas ?
E este é o maior problema … ainda não temos como saber como será. Apenas uma geração, que recebeu esta “atenção”, chegou à idade adulta. Somente o tempo dirá se toda esta proteção trará bons frutos. Na minha opinião ? Temos um problema gigante em mãos …
Pretendo (veja bem pre-ten-do) criar a Helena de uma forma diferente da citada acima. Tentarei criá-la como uma criança normal. Serei bem sucedido ? Suportarei a pressão que as outras crianças exercerão na cabecinha dela ? Não sei … mas juro que tentarei. 😀
E você, já enfrenta estes problemas ? Como lida com eles ? Onde buscou informação ? Quais foram as consequências ?