Greve dos bancos (2016)
Após completarmos 1 mês de serviços paralisados, a greve dos bancos (que já ganha espaço em nossos calendários, assim como Páscoa, Natal e Carnaval) começa a despertar a criatividade dos brasileiros em relação às mais diversas teorias.
30 dias … É, ontem completamos 1 mês de greve. Pagamentos, recebimentos, transferências, resolução de problemas … os mais diversos serviços prestados pelos bancos vêm fazendo falta no dia a dia dos brasileiros.
Vêm ?
É, a greve de 2016 está me parecendo ser a greve “mais fraca” de todas. Não no sentido literal da coisa, afinal está se mostrando uma das mais longas de todas as que já tivemos. E olha que, se a minha memória não falha, temos tido este evento ao menos nos últimos 10 anos. O mais fraca neste caso é em referência ao quanto a paralisação vem afetando a vida dos clientes e usuários.
Com as facilidades do atendimento eletrônico, e neste caso nem estou falando dos caixas eletrônicos em si, através do acesso via computador e aplicativos para celular, grande parte das tarefas realizadas pelos funcionários dos bancos vem sendo feita por nós mesmos. De maneira muito mais rápida e tranquila do que as realizadas na agência, que exigia nossa locomoção e espera.
Pode reparar: grande parte de seus conhecidos, especialmente os mais jovens, não vêm apresentando qualquer tipo de reclamação pela ausência do atendimento presencial. Conseguem se virar perfeitamente apenas com o atendimento web. Infelizmente são os mais velhos que vêm pagando o pato … Dificilmente veremos um aposentado conseguindo se virar “perfeitamente”, sem a ajuda de ninguém, no uso destas ferramentas. Eles precisam (em sua grande maioria) do auxílio dos atendentes.
E não é nem no sentido “ajudar a realizar a tarefa” propriamente dito. Existe o lado conforto que o atendimento pessoal traz a estes clientes. E não são somente eles que gostam … 😉
Mas, no frigir dos ovos, grande parte dos clientes vêm conseguindo se virar. Até mesmo o abastecimento dos caixas eletrônicos (com dinheiro) vem surpreendendo. São poucas as histórias que ouço em relação a problemas nesta área. Lembra como era nas greves anteriores ? Logo nos primeiros dias víamos os caixas sem dinheiro para saque. Quando era reposto, em poucas horas acabava. E desta vez ? …
Outro exemplo de que as coisas já não são mais como eram, são as agências VIP. O atendimento na maioria delas é completamente normal … O meu banco não fechou as postas da sua agência um único dia nesta greve. A não ser um dia em que o sistema do banco “saiu do ar, do nada” … Não podiam realizar as tarefas, mas a agência estava aberta para ajudar os clientes a resolverem outros problemas que não dependessem do sistema.
E isso dá asas à imaginação
Lembra que falei de teorias conspiratórias ? Pois então … Tem muita gente afirmando que a greve deste ano vem sendo a martelada final dos banqueiros nos bancários. Está servindo para mostrar que o atendimento presencial tem cada vez menos espaço no atual modelo de negócios dos bancos. Está tirando o poder de barganha dos sindicatos …
Será ?
O download dos apps dos bancos vem se destacando nas listas de aplicativos mais baixados das lojas da apple e android. Quem ainda relutava usar a ferramenta, está se entregando aos poucos. Além disso, é grande a procura pelos bancos 100% virtuais, que oferecem apenas o atendimento virtual. “100% web”, com no máximo um 0800 para dúvidas mais cabeludas.
Há tempos as greves dos bancários vêm deixando de ser dos bancários propriamente ditos. Nos últimos anos temos visto mais o envolvimento dos sindicatos do que dos trabalhadores em si. Algo do tipo “tenho que me fazer ser visto”, para não gerar a imagem de que eles não são mais necessários.
Algo parecido com o que estamos enfrentando neste momento com o atendimento pessoal nas agências. Sabe ? 😉
Mas me diga: a greve vem lhe atrapalhando de alguma forma ? Como ?