Investimento em vagas de garagem pode estar com os dias contados
Esta é uma modalidade de investimento em imóveis não muito habitual, tampouco divulgada, mas que normalmente traz grandes índices de retorno. Os valores variam de 1% a 3% do valor investido na aquisição da vaga. Antes de dar a má notícia, vamos falar um pouco sobre a ideia. 🙂
Alguns facilitadores …
O investimento em vagas de garagem, quando bem administrado, permite que a pessoa siga à risca o conceito de investimento em imóveis divulgado por Robert Kiyosaki na série de liros Pai Rico. A ideia de comprar um imóvel financiado, para ser alugado, e pagar as parcelas com o ganho mensal é o Santo Graal de muitos investidores. Para muitos é apenas uma lenda … outros se dedicam com afinco na busca … outros garantem já ter encontrado. 😉
Alguns fatores complicam a vida de quem deseja adquirir um imóvel como ativo que se auto sustente, em especial o custo do financiamento … As parcelas mensais acabam sendo superiores ao ganho do aluguel, o que impossibilita o uso do conceito. Claro, alguns imóveis ainda conseguem servir para o modelo, normalmente os que são comprados por preços muito abaixo do praticado no mercado e com isso o aluguel acaba cobrindo o custo mensal do financiamento.
Bom, voltando às vagas de garagem. Por que elas podem ser usadas usando o modelo RK ? Justamente pelo valor que podemos obter na forma de aluguel ! Como o índice (o percentual do valor da vaga pago na forma de aluguel) é elevado, o valor recebido é suficiente para cobrir o custo mensal do financiamento. Sim, você pode usar um financiamento imobiliário para adquirir uma vaga de garagem !! 😀
Existem alguns custos, como a taxa de condomínio e o IPTU da vaga, porém podem ser repassados ao locatário. (normalmente apenas o condomínio é pago por ele …) Portanto o único gasto que você terá, caso a vaga esteja alugada, pode acabar sendo o financiamento propriamente dito. O mais comum é que apenas vagas em edifícios comerciais sejam usadas para esse propósito, pois a procura é superior do que a vista em condomínios residenciais. Quem trabalha em qualquer grande centro sabe exatamente do que estou falando. A demanda por vagas comerciais (em prédios de escritórios) é simplesmente absurda, o índice de vacância é mínimo. Consequentemente o valor cobrado de aluguel também é alto. 😉
Pois bem, conseguiu entender o funcionamento básico do investimento ? Simples, não é mesmo ? Agora vem a parte ruim …
Projeto de Lei pode acabar com a “festa” …
Na semana passada foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania um projeto de lei que propõe impedir que as vagas sejam alugadas ou vendidas a estranhos ao condomínio. (ou seja, quem não tem imóvel – apartamento ou sala comercial – naquele prédio)
A proposta segue para sanção, somente se houver recurso para que seja apreciada pelo Plenário da Câmara é que o processo não seguirá adiante.
Mas como tudo nesse país tem uma brecha, o PL deixa a possibilidade de ficar tudo como está, desde que na convenção do condomínio tenha a autorização para a negociação externa. Na visão do relator esse PL ajuda os condomínios em um problema grave e comum: a segurança. Impedindo a circulação de “estranhos” diminuiria o risco.
Uma coisa que ainda não me ficou clara é como funcionará para os casos já existentes, quem comprou ou aluga uma vaga em um prédio que não seja condômino … mas tudo bem.
E você, o que acha ?
Bom, eu acho uma pena … sempre fico de olho nas vagas à venda no edifício onde minha empresa tem salas, porém a venda é imediata. (na verdade a fila de espera é longa …) Já é assim para o aluguel, imagine para a venda, hehehe.
Eu pretendia fazer exatamente o que falei: pegar um financiamento, comprar, pagar o financiamento com o aluguel e aos poucos ir montando um carteira de vagas. É … acho que este não será um ativo presente em minha coluna … 🙁