Livros ||| A doutrina dos 20%
“Reserve espaço para que seus funcionários sigam suas paixões, evitem a burocracia e inovem de forma independente” – é, digamos, um dos subtítulos deste livro que nos apresenta um conceito muito, mas muito interessante mesmo: permita que seus funcionários tenham algum tempo livre para se dedicar ao projeto de seu interesse, de livre escolha, sem pressão, sem cobranças.
Já pensou ? Isso significa dizer que você teria 1 dia livre por semana para fazer “o que tivesse vontade”, não seria um sonho ? E onde é que isso poderia ocorrer … Quem respondeu Google tá por dentro das coisas … 😉
A empresa lhe dá tanta flexibilidade que às vezes confundimos se as pessoas estão realmente trabalhando por lá, ou se no meio de uma atividade ou outra acabam criando as maravilhas que nos são tão úteis para o dia a dia.
Em “A doutrina dos 20%” (Campus/Elsevier, 2012), Ryan Tate nos apresenta alguns exemplos onde o uso destes “20%” – se você ainda não entendeu o que isso significa, é que as pessoas têm 20% de seu tempo livre para fazer “o que bem entenderem” – acabou gerando negócio gigantes, e que rendem muito, mas muito dinheiro aos seus criadores. Exemplos ? Gmail, Adsense, Flickr, restaurantes …
Mas ai é que começa a confusão …
Perfeito, o funcionário recebe a permissão para fazer “o que bem entender” de 20% de seu tempo, tem este tempo livre para se dedicar ao projeto que desejar, direcionar sua atenção ao projeto que mais lhe interessa. Ok.
O problema é que nos exemplos apresentados no livro, criados realmente por funcionários – o Gmail e o Adsense – eles foram desenvolvidos durante o tempo livre, e acabaram ficando para a empresa … Nos outros dois exemplos que citei logo acima, o Flickr e o restaurante, eles foram criados pelos donos da empresa “durante o tempo livre”, então permaneceram sendo projetos da empresa, porém mudaram o foco dela no momento em que estavam criando os negócios.
A dúvida é: o tempo é livre para se dedicar ao projeto que mais agradar o funcionário, desde que seja desenvolvendo algo para a própria empresa ? Se for isso, é uma bela forma de “agradar” a gregos e troianos, não é mesmo ? 🙂
O funcionário faz “o que quer”, mas a empresa ainda fatura com isso. 😉
Num primeiro momento imaginei que o conceito de “20% do tempo livre” era justamente isso, livre, totalmente livre. Se a pessoa quisesse dedicar o seu tempo a algum outro projeto da empresa, tudo bem, mas se fosse criado algo próprio, seria dela. Isso acabou não ficando muito claro para mim …
Mas … e se mudarmos o foco do livro ?
Agora lhe faço uma proposta: compre o livro, leia-o, mas leia-o com “outros olhos”, ao invés de focar no conceito “conceder 20% do tempo aos meus funcionários” (ou “como chegar no meu chefe e apresentar essa ideia ?”, hehehe), leia pensando que este é um guia – um excelente guia ! – de como criar um negócio próprio, em seu tempo livre. Opa, já vi que lhe agradou ! 😀
Sério ! A ficha caiu apenas quando conclui a leitura e comecei a ver quais seriam os principais pontos a serem abordados neste comentário. Foi quando uma luz se acendeu e me toquei disso. “Esqueça” o lado “vou pedir 1 dia da semana para o meu chefe” e encare tudo o que foi apresentado em “A doutrina dos 20%” como sendo um dos melhores guias que já li para a criação de um ativo em seu tempo livre.
É impressionante como o que foi ali apresentado cai feito uma luva nesta proposta. De verdade ! Todos os exemplos, os caminhos, as dificuldades, os “atalhos”, e um ótimo último capítulo (de conclusão) onde os principais pontos são destacados.
Não era você que estava reclamando que não sabia como fazer para encontrar tempo (e meios) para criar um novo ativo ? Para se dedicar àquela ideia fantástica que poderá lhe proporcionar a Independência Financeira ? 😉
Acredito que a leitura deste livro possa lhe ajudar, e muito, nesta empreitada.
Nota do Site: | A doutrina dos 20% Ryan Tate Editora: Campus |