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GOVERNO VAI CRIAR FUNDO GARANTIDOR PARA EMPRÉSTIMOS DE BANCOS

Brasília, 06 – O governo vai criar um fundo garantidor para funcionar como seguro contra inadimplência das operações de crédito, principalmente para os médios e pequenos bancos. Essa é uma das medidas que o governo deve adotar em mais uma tentativa de reduzir o spread (margem entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada dos clientes) e o custo dos financiamentos bancários.

No entendimento do governo, ao diminuir o risco das operações, o fundo vai permitir que os bancos reduzam o spread. De acordo com estudos da Federação dos Bancos (Febraban), 38% do spread se devem ao custo da inadimplência.

O fundo garantidor será formado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tesouro Nacional, dos bancos e dos próprios tomadores dos empréstimos bancários, nos quais seria embutida uma taxa com essa finalidade. As informações foram dadas a empresários que participaram ontem de reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, criado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na reunião, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, informou que os bancos terão de bancar 10% dos recursos necessários para criar o fundo.

Sem ter obtido sucesso até agora na queda de braço que trava com as instituições financeiras, Mantega quer ainda articular uma “cruzada” nacional, envolvendo inclusive parlamentares, contra o spread alto e em prol do aumento do crédito, o que poderia tirar mais rapidamente o Brasil da crise.

Nas próximas semanas, Mantega deve apresentar um estudo sobre as causas dos spreads elevados, junto com as propostas de medidas para reduzir esse custo. O Ministério da Fazenda pretende anunciar conjuntamente as medidas, inclusive as de caráter legislativo. Para isso, Mantega já começou a conversar com parlamentares para angariar apoio nas votações.

Uma das propostas que ganham espaço é a de atrelar a oferta de crédito e a queda de spread aos depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a manter no BC. O banco “campeão” de spread baixo, ou que atingisse uma determinada meta de oferta de crédito, receberia um alívio no compulsório.

Os técnicos avaliam que a adoção desse incentivo seria complexa, mas a avaliação no Ministério Fazenda é de que o Banco Central tem de utilizar instrumentos mais poderosos para forçar a queda dos spreads. “É um duplo incentivo econômico, pois os bancos, para fazer jus a esse dinheiro, teriam que reduzir juros. E com a liberação do compulsório teriam mais dinheiro para emprestar”, disse uma fonte do governo.

A equipe econômica também estuda uma forma de destravar o redesconto (linha de empréstimo que o BC pode usar para financiar instituições financeiras), que continua sem utilização por causa de restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa preocupação foi apresentada anteontem aos senadores do grupo de acompanhamento da crise do Senado.

O problema dificulta a recuperação da capacidade de empréstimo de bancos pequenos e médios. Segundo o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o ministro Mantega se comprometeu a apresentar o estudo aos parlamentares num prazo de 10 dias.

Na reunião de ontem, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fabio Barbosa, cobrou do governo a aprovação do projeto do cadastro positivo, de bons pagadores. Mantega informou que o governo pode baixar medida provisória criando o cadastro, caso a Câmara não aprove logo o projeto. Segundo fontes, a votação está travada, em parte, por causa do lobby dos cartórios, que querem incluir no projeto obrigações que vão ampliar suas receitas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Será que isso pega ?
Ou melhor, será que isso funcionará ?

38% do spread é por causa da inadimplência !?!?!
( meio exagerado … mas tudo bem … )

Na minha opinião eles podem até conseguir formar o Fundo garantidor … mas tenho certeza que encontrarão outra justificativa para não cortar (de verdade) a taxa …

Sobre beneficiar quem tiver o menor spread, acho que funcionaria melhor …