O Tesouro Direto e sua aposentadoria
Já falamos em outras oportunidades, aqui no Clube, sobre a utilidade, ou não, do Tesouro Direto para ser usado no colchão de segurança. Vimos que graças ao seu comportamento de renda variável, para o resgate do título fora da data de vencimento, o instrumento não é o mais indicado para essa finalidade. Existem outras mais interessantes e indicadas em outros posts.
Mas existe uma função para o Tesouro Direto, onde seu desempenho é excepcional: sua aposentadoria. 🙂
Para o colchão de segurança precisamos ter acesso imediato, a qualquer momento, do valor investido. Afinal de contas as emergências surgem do nada, nos pegando de surpresa. Já no caso da aposentadoria, o evento tem “hora e local” marcado. Desta forma podemos nos organizar e programar com antecedência todo o processo de resgate das aplicações.
Você só precisará do $$ na hora que se aposentar !
Sim, você sabe que não precisará usar aquele dinheiro aplicado antes do vencimento. Com isso já sabe de antemão quanto terá direito de receber naquela data, não correndo o risco de receber um valor menor do que o programado.
O interessante é justamente que você se programe para que o vencimento dos títulos ocorra em momentos diferentes, comprando títulos com vencimentos diferentes. Alguns pré-fixados quando as taxas estiverem atrativas, outros atrelados ao IPCA para evitar a perda do poder de compra, outros atrelados diretamente à SELIC nos momentos onde a taxa apresentar crescimento.
Claro que você não tem como saber como estará se comportando a taxa de juros em 2035 (a data de vencimento de um dos títulos disponíveis, por exemplo), mas consegue observar o comportamento de curto prazo deste título, efetuando a compra do tipo de título mais interessante naquele momento. Neste caso a “diversificação” é interessante e salutar. (por mais que eu não goste dela, hehehe)
Por que o Tesouro Direto ?
Por que não um fundo ou um CDB ? O principal motivo para escolhermos o tesouro direto, neste caso, é que você tem acesso a taxas muito atrativas até mesmo para valores mais baixos. Você consegue um CDB próximo dos 100% do CDI em muitos bancos, mas na imensa maioria deles precisará fazer um aporte inicial muito alto.
No tesouro direto não, seja pouco, ou seja muito, todos têm acesso as mesmas taxas.
Coisa parecida ocorre nos fundos. Os que apresentam taxas administrativas mais baixas, são justamente os que exigem aportes mais parrudos.
Como você excluiu o risco de flutuação no valor do resgate, o uso do tesouro direto se mostra mais eficiente neste caso. Você sabe muito bem o que 1% extra, ao ano, em 10, 15 anos, pode significar. Não é mesmo ? 😉
A pena é que a grande maioria dos bancos ainda dificulta muito o acesso de seus clientes a esta modalidade. É muito mais interessante para eles indicar um fundo que cobre 3%, 4% em taxas de administração, ou então aquele título de capitalização esperto. 🙁
Se você ainda não estiver familiarizado com esta modalidade de investimento, indico a leitura do livro: Títulos Públicos sem Segredos. Infelizmente não é facilmente encontrado … mas vai que você tem sorte ?