Os juros caíram para 12,25%, como fica o meu plano de aposentadoria ?
É … não será por falta de avisos que você será pego de surpresa. 🙂
O mercado já vem “adiantando” há meses que o nível de juros que vinha sendo praticado não seria justificável por muito mais tempo. 14,25% ao ano, os tão desejados 1% ao mês (depois do IR) ficaram no passado e cada vez mais distantes …
Na reunião do COPOM desta semana, foi decidido que a SELIC viria para 12,25% ao ano, um corte de 0,75pp em relação à taxa até então praticada. Alguns apostavam (literalmente) num corte de 1pp, mas o BC seguiu o que vinha falando e manteve o ritmo de 0,75pp. Um corte muito bem-vindo, obrigado. 😉
Adeus 1% ao mês …
Foi bom enquanto durou, diriam os saudosistas. A taxa de 1% ao mês é aquela facilita as contas, que agrada ao bolso, e que soa redondo para quem ouve. Mas … além disso: era uma taxa que facilitava atingirmos objetivos futuros de maneira mais “simples”.
Está pronto para rever seus cálculos e no lugar do 1% que estampa a sua projeção de valorização, colocar – por hora – 0,85% ao mês ? É … este é o rendimento (aproximado) que uma aplicação em renda fixa que gere 100% do CDI passa a entregar neste momento. Isso se ela já tiver 2 anos de vida. Se for mais nova, a coisa fica ainda mais complicada …
Mas como estamos de olho em nossa aposentadoria, assumiremos que é uma aplicação mais madura e que nos gera um IR de apenas 15% sobre o lucro. 😉
Acha que é pouco ? Use o nosso simulador de rendimentos e veja a diferença que este “desconto” faz em apenas 10 anos …
Em uma aplicação de R$100 mil, a perda de rendimento em 10 anos de uma aplicação que entrega 0,85% ao mês, quando comparada com uma que proporciona um rendimento de 1%, é de “apenas” R$50 mil … Pouco né ? Não faz diferença alguma … 🙄
Mas não fique triste, pois a tendência é que este retorno seja ainda menor …
Muitos já apontam SELIC e um dígito no final de 2017, uma diferença brutal para a valorização de suas reservas destinadas à aposentadoria. Se uma queda de 14,25% para 12,25% fez o que fez (1% para 0,85%), imagine se formos mesmo para os 9% … 8% ao ano. 😯
É, alguma coisa precisa ser feita. Definitivamente …
É hora de colocar “pimenta” !!
E por pimenta, leia-se risco. 😉
Sim: se você deseja obter um rendimento um pouco melhor, para acelerar o seu processo de acumulação visando a sua aposentadoria, ou então proporcionando a possibilidade de aportes um pouco menores, será necessário que você encontre aplicações que rendam um pouco mais. E como isso não será mais possível de ser encontrado na renda fixa, somente a inclusão de uma pitada de renda variável poderá fazer isso.
Sim: você precisará deixar a segurança e conforto da casa da sua mãe renda fixa e partir para o mundo real a renda variável.
Não, não estou dizendo para você mergulhar de cabeça na renda variável. Não, não estou dizendo para você acabar com a sua aplicação segura, na renda fixa, pegar todo o dinheiro e colocá-lo em ações. Mas … um pedaço deste bolo … talvez. 🙂
Isso, um pedaço, uma fatia, uma parte. Algo que virtualmente não fará falta, que não lhe fará sentir (tanto) a dor da perda …
Algo que poderá trazer um rendimento extra (nada excepcional), e que lhe ajudará a aumentar o tamanho do rendimento de seu patrimônio.
Mas mesmo assim você tem medo da perda … Não quer sentir na pele a sensação de estar arriscando o seu dinheiro … Não quer sentir que pode perder parte do dinheiro que guardou com tanto afinco. É isso o que te impede de investir em ações ?
Já ouviu falar de COE ?
Eu sei que estou devendo um texto detalhando o funcionamento desta importante ferramenta de investimento. Prometo que em breve ele será publicado. 🙂
Mas, resumidamente, o COE é um Certificado de Operações Estruturadas. Traduzindo: é um tipo de aplicação que protege o capital investido, normalmente 100% do todo, proporcionando rendimento em determinadas circunstâncias. Existem os mais variados tipos de COE: bolsa, câmbio, inflação, juros … Eles lhe garantem que caso “tudo dê errado”, o seu investimento inicial está garantido. Mesmo que tudo saia diferente do planejado, eles te entregam 100% do que foi investido. Caso tudo flua da forma desejada, você ainda ganha com isso.
Legal né ? 😀
Como dito, isso é apenas um resumo e em breve detalharei melhor. A minha ideia hoje é propor a possibilidade de você fazer um “coe” próprio. Bem simples, sem complicações … Garantindo o seu capital inicial e lhe permitindo investir em bolsa sem risco de perder dinheiro.
Digamos que você encontra um título do Tesouro Direto, um Tesouro IPCA, lhe entregando IPCA + 5,5% na data de hoje. É nele que você aportará a maior parte do seu capital. Um investimento que lhe protege da inflação e que ainda lhe entrega um rendimento real. 🙂
Por que a maior parte ? Porque um pedaço, pequeno, será destinado à Bolsa. 😉
Qual parte vai pro Tesouro IPCA e qual vai para a Bolsa ? Se o título que pegamos nos entrega IPCA + 5,5% ao ano, pegaremos 5% do montante inicial, digamos que R$5 mil de um total de R$100 mil, e destinaremos à compra de ações. Você escolhe. Será a sua análise que determinará no que investir. Os outros R$95 mil serão aplicados no Tesouro IPCA em questão.
Pronto. Simples, não ? 😀
No final do ano o seu dinheiro aportado no Tesouro IPCA estará valendo “os mesmos R$100 mil” de hoje (corrigidos pela inflação), e os R$5 mil aplicados em ações terão flutuado ao sabor dos mercados.
Algo simples, que protege o seu capital e que lhe proporciona a possibilidade de obter um ganho extra na renda variável. Você continuará na segurança da renda fixa com a maior – e esmagadora – parte do seu capital, mas com um pezinho na renda variável e a possibilidade de isso trazer uma engorda ao retorno total da carteira.
É só uma ideia …
Existem n maneiras de se criar uma carteira que mescla renda variável e renda fixa. A que apresentei é apenas uma delas. Uma que lhe traz a segurança (e certeza) de que o bolo original está protegido. Existem outras que tentam otimizar a “mistura”. E que certamente será abordado aqui no Clube em uma próxima oportunidade. 😉
A ideia é mostrar que você pode adentar o mundo da renda variável, sem embutir todo aquele risco (que tanto falamos) em nossas carteiras.
É tudo uma questão de se conhecer as alternativas, alterando as variáveis, conforme o seu bolso e o seu perfil permita. 🙂
Mas uma coisa eu lhe garanto: ficar somente na renda fixa, para todo o sempre, pode deixar de ser o melhor dos mundos … E confesso que é justamente este o cenário que eu mais gostaria de ver se concretizando. 😉
Na hora em que a renda fixa deixar de ser o porto seguro e mais do que valorizado, será o momento em que a nossa economia finalmente poderá alcançar níveis mais elevados. Quem sabe chegaremos onde sempre desejamos … 😀
E você, concorda ? Ou ainda melhor: você já faz algo parecido com o que foi proposto ?