Para Soros, investidor deve se proteger
Se tem um cara que eu respeito no mundo dos investimentos é o Soros. (pela sua história no mercado e na vida real)
Tudo o que ele fala merece (ao menos a minha) atenção. Veja o que ele falou em uma entrevista à Newsweek:
O veterano investidor George Soros não parece nada impressionado com a recuperação dos mercados acionários em todo o mundo nas últimas semanas. Em entrevista à revista Newsweek, concedida pouco antes de sua viagem para Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial, Soros afirmou: “A situação é a mais séria e difícil que já experimentei em minha carreira. (…) Estamos observando uma retração generalizada no mundo desenvolvido, que ameaça gerar uma década de estagnação, ou algo pior. O melhor cenário é haver um ambiente deflacionário. O pior é um colapso do sistema financeiro.”
Um dos motivos para tanto pessimismo é que o bilionário ainda acha que é mais provável que a Grécia formalmente declare a moratória da dívida do que consiga renegociá-la amigavelmente com os credores. Para ele, os líderes europeus parecem “fazer apenas o suficiente para acalmar a situação ao invés de resolverem os problemas”. As expectativas alimentadas por líderes como Angela Merkel (Alemanha) e Nicolas Sarkozy de que outras nações ajudarão a Europa a sair do buraco também não seriam razoáveis. “Fiz uma viagem recente à China, e vi que a China não irá resgatar a Europa.”
Com 81 anos de idade e 60 de mercado financeiro, Soros admite que não sabe exatamente o que fazer no atual momento. “Agora sobreviver é a coisa mais importante”.
O bilionário não fala diretamente sobre seu próprio portfólio de investimentos. O que se sabe é que ele tem evitado o ouro (“a última bolha”), investido apenas em ações de empresas sólidas e mantido muito dinheiro em caixa.
Famoso por ter lucrado 1 bilhão de dólares em um único dia em 1992, com uma aposta na desvalorização da libra esterlina, Soros não parece agora ter a mesma certeza sobre a ruína do euro. O bilionário recentemente comprou 2 bilhões de dólares em títulos europeus, principalmente italianos.
O homem que fez fortuna encontrando as brechas da falta de regulamentação dos mercados também tem dedicado boa parte de seu tempo para defender reformas no sistema financeiro mundial. “O colapso da União Soviética foi um evento extraordinário, e nós estamos experimentando algo similar no mundo desenvolvido, sem perceber o que realmente está acontecendo.” Para ele, a crença de que os mercados são eficientes e racionais e podem se autorregular para evitar desastres “é comparável ao colapso do marxismo como sistema político.”
No livro que lançará em fevereiro, “Financial Turmoil in Europe and the United States” (Confusão Financeira na Europa e nos Estados Unidos, na tradução literal), ele também prevê que o descontentamento social nos EUA continuará a crescer. As pessoas “têm razão ao se sentir frustradas e bravas” com o custo do resgate do sistema financeiro em 2008. É por isso que movimentos como Occupy Wall Street devem continuar a crescer, diz ele.
Não custa nada lembrar que Soros encerrou as atividades de sua empresa de gestão de fundos hedge no final de julho/11 …
Soros encerra carreira de 40 anos e devolve dinheiro a clientes
George Soros, bilionário mais conhecido por quebrar o Banco da Inglaterra, está devolvendo o investimento aos clientes externos de sua empresa de US$ 25,5 bilhões, encerrando a carreira como gestor de fundos de hedge que durou mais de quatro décadas.
Soros, que completa 81 anos no próximo mês, vai devolver as aplicações, menos de US$ 1 bilhão, até o final do ano, segundo duas pessoas familiarizadas com a transação. Sua empresa vai passar a gerir apenas os ativos de Soros e sua família, segundo carta enviada a investidores. O diretor de investimentos Keith Anderson, que ocupa o cargo desde fevereiro de 2008, está saindo da empresa, segundo a carta assinada pelos filhos de Soros, Jonathan e Robert, que são os vice-presidentes.
“Queremos expressar a nossa gratidão àqueles que escolheram investir seu capital na Soros Fund Management LLC nos últimos quase 40 anos”, disseram eles na carta. “Acreditamos que vocês se sentiram recompensados pela decisão durante esses anos.”
A decisão completa a transformação de Soros de um especulador, que em 1992 ganhou US$ 1 bilhão na aposta que o BOE seria forçado a desvalorizar a libra, para um filantropo, papel que ele imaginou cumprir quando era um emigrante húngaro estudante da London School of Economics após a Segunda Guerra Mundial, segundo relatos do próprio Soros. Nos últimos 30 anos, ele doou mais de US$ 8 bilhões para promover a democracia, a liberdade de expressão, melhorar a educação e combater a pobreza ao redor do mundo, disse ele em um artigo recente.
Ativos da família
Os filhos de Soros disseram que tomaram a decisão porque a nova regulamentação do sistema financeiro tornaria obrigatório o registro da empresa junto a Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais americano, até marco de 2012, caso ela continuasse a gerenciar investimentos de clientes externos. Como a empresa vem administrando principalmente ativos da família desde 2000, quando as aplicações externas somavam cerca de US$ 4 bilhões, eles decidiram que faria mais sentido transformar a Soros Fund Management em um family office, segundo a carta.
Soros, que gerencia mais de US$ 24,5 bilhões em investimentos próprios, de sua família e capital de suas fundações, não quis comentar sobre a carta. No ano passado, Stanley Druckenmiller, o diretor de estratégia da Soros do final de 1988 a 2000, fechou sua gestora de recursos, a Duquesne Capital Management LLC, e abriu seu próprio family office.
E ai ? Preocupa ou não ? 😯