Pergunta:

Comprei uma casa em um leilão do Banco do Brasil, no valor de R$253.000,00, entrada de R$12.500,00, saldo de R$240.500,00 parcelado em 15 anos com juros de 6% a.a. correção pelo IGP-M mensalmente o valor das 12 primeiras parcelas foi de R$ 1.943,00, quando teve o primeiro reajuste, o início do contrato foi em 04-04-1999, e a primeira parcela 04-05-99.

Atualmente o valor da prestação está em R$ 5.360,00 e saldo devedor cerca R$ 320.000,00. O contrato diz que se houver saldo devedor no final, poderei refinanciar em mais 90 meses para quitar e se ainda não quitar tenho 48 horas para fazer a quitação. Estou preocupado, pois já paguei quase R$ 500.000,00 e não vejo perspectiva de quitar o financiamento nos 15 anos, pois o saldo devedor sobe mensalmente. Gostaria de saber se o cálculo que estão fazendo é certo. Minha dúvida é que se o financiamento foi de R$240.000,00, como que a primeira prestação já foi de R$ 1.943,00 que se fosse este valor multiplicado pelo 180 meses, o valor é de R$349.740,00. Aguardo uma orientação.

Airam

Resposta:

Boa tarde Airam,

Caramba … taxinha salgada essa que você pegou hein ? 😯

Ano passado por exemplo foi um reajuste de quase 17% !! Alto demais da conta !!

Bom … disso não adianta reclamar, afinal o contrato já foi assinado, na época deveria ser uma proposta interessante – afinal a taxa para financiamentos caiu um pouco mais somente há poucos anos. Vamos analisar a situação. Mas uma pergunta vale a pena ser feita: onde você fez esse financiamento ? Está me parecendo um que serve para te prender numa bola de neve … mas tudo bem …

Se apenas pegássemos o seu saldo devedor e dividíssemos pelo período de pagamento – os 15 anos, sem acrescentar nada de juros, a parcela seria de R$ 1.336,11/mês. Mas não é o seu caso, ele tem juros embutidos, por isso que se você multiplicar os R$ 1.943,00 das primeiras parcelas pelos 180 meses de duração do financiamento terá um número maior do que o que foi pego emprestado. “Só”  por isso.

Em teoria você conseguirá pagar o valor total do empréstimo, isso é, se pagar sempre o valor apresentado mensalmente como parcela do financiamento. Pelo o que entendi eles fazem o reajuste de tudo, e consequentemente não haverá saldo devedor no final.

Quer entender porque falei sobre “parecer proposital para te prender numa bola de neve” ? Compare o valor das primeiras prestações com a atual … será que todos conseguiriam manter em dia, sendo que a prestação hoje é quase 150% maior do que a original ? A chance de que a pessoa não consiga arcar com a correção da parcela, e com isso pague um pouco menos do que o necessário para “chegar no final com nenhuma dívida” não é tão grande assim …

Se você não paga o valor integral o saldo vai acumulando, acumulando, acumulando … e no final dos 15 anos ainda existe dívida lá. Que é a “oportunidade” de refinanciar o restante em 90 meses. A pessoa não consegue pagar o referente a dívida em si e abater um pedaço do saldo devedor … coisa de louco.

Portanto … dica: fuja de todo e qualquer tipo de financiamento que proponha algum índice como forma de reajuste. Lembra do que aconteceu com quem tinha alguma dívida atrelada ao câmbio lá pra … 99 ? As parcelas subiram tanto que muitos deixaram de pagar e perderam o bem. (carro foi o mais comum)

É triste … mas é a realidade … 🙁