Clube do Pai Rico

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Pergunta:

Minha dúvida consiste no seguinte: vale a pena trocar uma dívida por outra? Ou, assumir uma dívida para quitar o pagamento de outra?

Para ilustrar: há algumas semanas percebi que me descontrolei financeiramente justamente quando o banco me ligou, oferefendo empréstimo para quitação de dívida com cartão de crédito. Nesta hora caí na real! Resolvi olhar com cuidado meus gastos, receitas, a quantas andava o colchão e vi que praticamente todo meu orçamento estava indo para o cartão de crédito (num gráfico que fiz, em determinado mês o cartão chegou a ser 1,5x o valor das minhas receitas). Sendo que nunca conseguia pagar o total, pois era quase 100% do meu salário e ainda tinha outros gastos. Pedi um prazo ao banco para analisar a proposta, peguei todos os gastos de julho de 2012 para cá, ou seja, 1 ano, e com o empréstimo (MAIS MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO NO USO DO CARTÃO) vi que seria possível quitar a dívida, pagar minhas despesas fixas e ter uma sobra, e ainda com juros bem menores do que o rotativo do cartão. Assumi a nova dívida e fiz um planejamento para os próximos 6 meses, onde ainda poderia refazer meu colchão de segurança (gastei-o praticamente todo neste período), estabeleci um limite para os gastos, com o empréstimo pude adiantar o pagamento das mensalidaes da minha pós e consegui desconto, estou buscando formas de aumentar minha receita, e por fim, mudando também o comportamento, irei ter dinheiro para pagar as contas de início de ano à vista com desconto (IPVA, seguro etc). É uma estratégia certa? Quero economizar o máximo para também poder amortizar esta dívida e diminuir o tempo de pagamento dela.

Desde já agradeço,
Fernanda


Resposta:

Boa tarde Fernanda,

Sim, vale muito a pena. Claro, trocar uma dívida mais barata do que a atual … 😉

Ao fazer isso você conseguirá acertar um pouco mais as coisas para que a dívida seja quitada. Mas é necessário fazer algumas mudanças comportamentais – como as que você falou que já está implementando – para que a solução “ideal” seja encontrada.

Se possível, em alguns casos, o ideal é esticarmos o prazo de pagamento da dívida em troca de uma parcela mensal mais baixa. Isso pode tornar o valor total da dívida – o quanto você pagará no final de toda a história – um pouco mais alto, porém com um valor mensal mais baixo você conseguirá garantir o pagamento de todas as parcelas e com isso o encerramento da dívida. Além disso, uma parcela mais baixa te permitirá um corte não tão profundo de seu orçamento atual, e é justamente essa possibilidade de corte “exagerado” que atrapalha muita gente na conclusão do acerto.

Muita gente defende uma posição contrária, a de um valor maior com um prazo menor … mas não concordo muito com isso não. Na minha opinião é melhor um valor mais baixo, com prazo mais esticado, para ajudar/facilitar um pouco as coisas.

Caso você consiga criar uma sobre de caixa em um determinado mês, pode pegar esta sobra e abater do total da dívida. (isto é bem comum)

Duas observações:

1- Recriar o colchão de segurança neste momento.

Pode não ser a solução ideal, especialmente porque você dificilmente conseguirá um rendimento para este colchão que seja superior ao custo (taxa) do financiamento. Na grande maioria das vezes é melhor quitar a dívida do que abastecer o colchão.

Para ajudar nesta questão, indico a leitura deste post: Devo quitar minhas dívidas ou formar meu colchão de segurança ?

2- Usar o empréstimo para abater o valor da mensalidade da pós.

Isso só se justifica caso o desconto ofertado seja superior (e bem superior …) ao valor gerado por este financiamento. A conta precisa ser feita antes para ter a certeza de que é válido.

E acredite … muitas vezes acabamos nos enganando por imaginar que esse tipo de situação é vantajosa. 🙁

No mais, só me resta lhe dar os parabéns ! A mudança de atitude é muito bem-vinda e é esse tipo de coisa que separa os bem-sucedidos da maioria da população. 🙂

Abraços !

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    (*) – Pai Rico é apenas um personagem fictício. Na verdade as respostas serão formuladas pelos membros da equipe do Clube do Pai Rico