Clube do Pai Rico

Quem casa, quer casa.

Pergunta:

Bom dia Zé!

Já entrei em contato contigo outras vezes (twitter), mas nunca aqui pelo blog. Hoje resolvi enviar uma dúvida, pois estou chegando em um momento decisivo de minha vida e gostaria de sua opinião. Vamos lá.

Estou com 29 anos, solteiro, servidor público (estabilidade) e vou casar em junho do próximo ano.
Eu e minha noiva queremos comprar um imóvel até fev/2016 para morar e não precisar alugar (psicológico emocional maior que o racional?).

Nossas Finanças estão +- assim:
70% – Renda fixa (40% Tesouro Pós fixado / 25% Fundo DI/ 15% Previdência Privada / 15% CDB / 5% Poupança, caixa livre)
25 % – Ações
5% – FIIs

Recentemente desmontei minha posição em Fundo de Dólar e coloquei na Renda Fixa (achei melhor embolsar os ganhos da alta).

Se juntar com os recursos do FGTS, conseguimos o valor do Imóvel praticamente em cima, com pouca sobra de recursos.

Porém, participamos de um Consórcio. A ideia inicial de ter entrado com o consórcio era estar contemplado quando o casamento estivesse próximo (o que ainda não ocorreu). Minha intenção aqui era fixar um Lance 50% (provável contemplação) e usar entre 65 – 70% do nosso patrimônio para comprar o Imóvel, casamento, viagem, etc. Penso também que seria positivo por abater boa parte do saldo devedor.

Você acha interessante manter as Ações e FIIs (acreditando na recuperação da Bolsa) e \”gastar\” a Renda fixa? Ou estaria eu pensando muito com o coração a ponto de me \”desfazer\” (coloco entre aspas pois o imóvel é também patrimônio, pode ser vendido para aquisição de um maior com o tempo, etc) deste capital em uma tacada só?

Outra opção seria usar todo esse nosso patrimônio e continuar pagando o consórcio, para após a contemplação, vender a carta com algum lucro.

Enfim, a dúvida está grande. Não queria entrar em outro financiamento (li um post recente onde você comenta a questão de ser melhor quitar o financiamento se as aplicações não cobrem a parcela).

Zé, dá uma luz no fim do túnel!

Obrigado pela ajuda e parabéns pelo excelente trabalho.

Um grande Abraço,

de seu leitor, Duane.

Resposta:

Bom dia Duane,

A eterna batalha de quem se casa: comprar ou alugar ! Como o psicológico fala alto nesta hora, não é mesmo ? Em 2010, recém casado, falei sobre isso aqui no Clube: Imóvel ||| Alugar ou Comprar ?, você leu o post ? Sei que vocês já tomaram a decisão escolhendo a compra … Mas será que o cenário não justificaria aguardar mais um pouco ? Deixe-me (tentar) explicar um pouco melhor. 🙂

Como você informou, vocês já têm um consórcio imobiliário em andamento. Só esqueceu de me informar com quantas parcelas pagas ele já está. (e qual é o número total) Eu sei que o desejo de ter algo próprio é grande, e isso acontecerá. Mas … o que você acha de aguardar a contemplação alugando um imóvel ? Acredito que não precisariam ficar muito tempo neste imóvel, até mesmo porque ainda faltam 8 meses para o casamento e poderão ser contemplados até lá.

Gastará com o aluguel ? Sim, alguma coisa … Mas não precisará se desfazer de todo o seu patrimônio em uma tacada só. Concorda ?

Sei que é complicado mudar uma ideia já formada … Mas ao menos analisar a possibilidade, o que acha ? 😉

Até poderiam fazer o que você falou: comprar, usando todo o patrimônio disponível, continuar pagando o consórcio (somente as parcelas normais, sem lances mais “gordos”) e vendê-lo em seguida. Mas não sei explicar exatamente o motivo que me leva a “não gostar tanto” desta estratégia. O pior é que talvez – provavelmente – seja a alternativa mais vantajosa, financeiramente falando !! 😯

Acho que agora é o meu psicológico falando mais alto, em relação a parte do “se desfazer de todo o patrimônio em uma tacada só“, hehehe. 🙂

Bem, existem as duas alternativas, você é quem terá que tomar a decisão. 🙁

Mas numa coisa eu posso te ajudar: a ordem em que a grana deverá ser usada !! 😀

1º FGTS
2º Poupança
3º Fundo DI
4º CDB
5º Tesouro pós-fixado
6º Previdência Privada
7º FII
8º Ações

Queiramos, ou não, o mercado acionário encontra-se bem deprimido … Vender as ações neste momento, não me parece ser a melhor das alternativas. A venda protetiva já devia ter acontecido em um momento anterior (como fiz com a minha carteira no início do ano). Se puder mantê-las agora, acredito ser mais interessante. A não ser que o teu ponto de STOP esteja abaixo do atual nível das cotações …

Peço desculpas por não ter dado uma resposta direta, mas é que neste caso a decisão é MUITO mais pessoal do que podemos imaginar.

Abraços !