Somos todos Zumbis !
Em “Pai Rico Pai Pobre” Robert Kiyosaki criou polêmica ao comparar o ser humano a um rato, que vive a “brincar” em sua roda, o dia inteiro, sem sair do lugar. Vamos atrás de mais ganho, de mais dinheiro, para sustentar nossos gastos, aumentando-os sempre que “possível” e consequentemente precisamos aumentar o ritmo da roda para atrair mais dinheiro para manter nossos gastos que aumentam, e assim a roda gira.
Mas e se eu expandir um pouco mais essa polêmica ? E se ao invés de nos comparar com ratos eu der um passo além e forçar um pouco a barra, comparando-nos com zumbis ? 😯
Pense comigo: o que um zumbi faz ? Passa o dia inteiro em busca de comida … É um ser errante que age apenas por instinto, usando apenas as partes básicas do seu cérebro. Não pensa. Não cria. Não faz nada … apenas vai em busca de comida. De preferência cérebros. (que “coincidência”, não ?)
Agora, façamos uma troca: ao invés de comida, substitua a busca por dinheiro. Pronto, somos nós.
Não concorda ? Já parou para olhar como nos comportamos no início do dia, indo para o trabalho ? Seja no ônibus, carro ou a pé … Dê uma olhada com carinho e me diga: não parecemos verdadeiros zumbis ? Andando – aparentemente – sem rumo, com passos errantes, normalmente nos arrastando … Tudo para que possamos chegar em nossos empregos para manter o fluxo de dinheiro.
Ainda não consegue nos enxergar como tal ser ? Então pegue a agenda básica de qualquer … brasileiro. (para facilitar nosso poder de observação)
Como são divididos os horários de um cidadão médio ? Como ele “usa” as horas do dia ?
– 8h para dormir; (em teoria … em teoria …)
– 8h no trabalho;
– 2/3h para o deslocamento entre casa e o trabalho; (me assustei quando vi um estudo, na semana passada, apontando que essa é a média de tempo que o brasileiro passa no carro diariamente)
– 1h para o almoço;
– 30min para a janta;
– 1h para acordar, tomar banho, se arrumar, tomar o café da manhã (façamos de conta que o brasileiro médio ainda consegue parar para tomar café …);
– 30min para coisas básicas, como ir ao banheiro, cortar a unha, o cabelo, tomar um remédio, etc etc etc.
Pronto … quanto tempo restará para que possamos investir em nós mesmos ? E olha que neste caso não me refiro apenas ao lado investimento (real) da coisa, falo sobre ver tv, ler um livro, brincar com os filhos, ir ao supermercado, comprar uma roupa nova, lavar a louça, a roupa, ir a um médico, fazer um exercício físico, passear num parque, ir a um museu … ?
Passamos quase que a totalidade do nosso dia em função dos nossos empregos, da busca incessante por dinheiro (leia-se salário). Mas viver, que é bom … nada. 🙁
Como mudar isso ? Dormindo menos ? Gastando menos tempo com o deslocamento ? Comendo mais rápido ? Deixando a saúde em segundo plano ? É … essa foi a escolha da maioria de nós. Poucos são os que conseguem enxergar esse padrão, que conseguem ver que a solução não está no “encurtar” os “extras”, mas sim em “encurtar” a nossa necessidade do emprego.
É por isso que algumas pessoas usam estas 2h que lhes restam em fazer com que o dinheiro – sim, ele permanece sendo necessário e presente na equação – tome o seu lugar na tarefa de manter o fluxo constante. Estudam, constroem, criam, se esforçam para que, quem sabe um dia, mudem as 2h “livres” pelas 8h que passam no emprego.
É possível, acredite. 😉