Pergunta:

Boa tarde!

Estou pensando em fazer um investimento, porém gostaria de uma opinião especialista.

Possuo, como único bem de valor (fora alguns terrenos de baixo valor venal), uma residência localizada em um bairro de classe média/alta de Fortaleza/CE, cujo financiamento pela Caixa chegou ao fim.

O valor venal da casa gira em torno de R$450.000,00 a R$500.000,00, o qual estou pensando em dividir como se segue:

– aproximadamente 40% em construções de residências (na região metropolitana em desenvolvimento daria para construir em média 05 casas) para serem vendidas no projeto Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica ou particularmente, a decidir depois;

– aproximadamente 40% em aplicações financeiras (como CDB, por exemplo);

– aproximadamente 20% na poupança, para cobrir despesas pessoais como aluguel, contas etc, até começar o retorno dos outros investimentos.

Como consequência da venda da casa, estou pensando em morar por um certo período de aluguel, até que o retorno dos investimentos dê para comprar outra casa própria, reservando-se logicamente, um percentual desse retorno para aumento do capital investido.

Da mesma forma a construção das casas teria continuidade, com as vendas da primeiras, continuaria construindo mais.

P.S: Lembrando que o único bem de valor que possuo é essa casa.

Agradeço desde já o tempo dispensado com a leitura deste e solicito retorno o quanto antes, se possível.

Atenciosamente,
Silvio Roger R. Lima

Resposta:

Boa tarde Silvio,

Olha … a sua “dúvida” é 8 ou 80, ou dá completamente certo e você fatura uma bela grana, ou dará errado e você poderá amargar um belo prejuízo …

Por exemplo, já possui alguma experiência no ramo da construção civil ? Foi você quem construiu a casa em questão ou já a comprou pronta ? Um dos maiores problemas para a construção de residencias é a necessidade de uma bela equipe: engenheiros, arquitetos e mão de obra especializada para literalmente botar a mão na massa. Vejo muita gente que resolve se “aventurar” nesta área e acaba sofrendo um bocado, seja por problemas com a equipe ou por ter feito um planejamento aquém do necessário. Subestimar o real custo da obra é o mais comum …

Se já possui a experiência, se já sabe a quem recorrer (equipe), tem belas chances de fazer uma boa grana. Se o boom imobiliário continuar … Levar essa possibilidade em consideração é MUITO importante, por menor que (você considere) forem as chances disso realmente ocorrer … O mercado está super inflado, seja em relação ao valor dos terrenos, da matéria prima ou da mão de obra. Vale a pena fazer o que você propôs se as coisas continuarem como estão, se o cenário mudar … 😯

Você citou o possível uso do Minha Casa Minha Dívida Vida, o que considero uma boa opção. (em alguns casos …) O maior problema do programa é o público alvo, se decidir fazer uso dele precisará ter em mente que as casas “deverão” ser mais simples, para que possam ficar dentro dos limites (financeiros) do programa. Já se for sem o MCMV a coisa muda um pouco … Mas nem tão para melhor, afinal se adotar o MCMV sabe de antemão que o crédito para a venda estará lá pronto, fácil. Se for “particular” as coisas são um pouco diferentes.

Se escolher pelo MCMV não deixe de se aprofundar no estudo do sistema, vá atrás de todos os detalhes, pois são exigidos 1.001 detalhes por parte do construtor. Se deixar de adotar algum deles poderá ter casas “padrão MCMV” mas destinado ao público normal, o que (certamente) poderá complicar na hora da venda.

Achei interessante a forma com que você separou a grana, uma parte para a construção das casas, outra em um CDB (dê preferência a um grande banco, ok ? Não custa lembrar que o FGC é só até R$ 70.000,00 …), e a parcela final em uma poupança, para cobrir os gastos com a moradia. Achei um planejamento bem “pé no chão”, só a parte da construção das casas é que traz um “pouco” de risco ao plano. 😉

Será um colchão de segurança “hard mode“, um Lajão de Segurança, hehehe. 😀

No mais: boa sorte ! Não deixe de nos informar após a tomada de decisão, ok ? 🙂

Abraços !