Zé, como anda o seu 4º teste com a compra de volatilidade ?
Como você deve estar lembrado, no dia 15, falei que estava me preparando para o meu 4º teste com uma estratégia em opções que podia se beneficiar de um – possível – movimento (neste caso numa expectativa de alta nas cotações de PETR4) mais forte na cotação da ação. Leia o que falei para se inteirar do assunto.
No post falei que aguardava a sinalização, a indicação que a alta teria início, para montar a operação. Aguardei … Aguardei … Aguardei. Até que ela veio, na sexta-feira passada, dia 19. De lá pra cá vimos a cotação subir bastante. O papel saiu da casa dos R$4,50, na sexta, até os R$5,30 na terça. “Acertou na veia !” você pode poderia pensar. Poderia …
Falta de liquidez
É … nem tudo são flores meus amigos. 🙁
Eu estava de olho em duas opções para essa operação: PETRC69 e PETRC77, com os strikes em R$3,00 e R$3,50, respectivamente. Como era um teste, não poderia entrar com carga total, mas também não valeria a pena montar uma operação muito pequena. A minha intenção era a de vender 30.000 PETRC69 e comprar quantas PETRC77 o momento me permitisse.
Você está lembrado que a operação consiste da venda de uma opção, com a compra em maior quantidade de uma de strike superior em maior quantidade. No momento em que o sinal foi dado, a proporção era a de 1:1,4. Traduzindo: eu poderia comprar 40% mais C77 do que as C69 vendidas. Traduzindo de novo: Eu poderia comprar 42.000 C77 com a venda das 30.000 C69.
E neste momento o problema apareceu …
Enquanto eu observava as cotações, aguardando a sinalização de que o papel poderia subir, as duas opções apresentavam uma liquidez interessante, suficiente para que eu montasse a operação nesta proporção. Mas … infelizmente … na hora em que a coisa dizia “vai Zé, monta !” a coisa desandou. Liquidez extremamente reduzida, 1.000 pra lá, 2.000 pra cá … Antes era sempre na casa dos 20.000 em ambas.
Quando vi aquilo pensei: “Será que posso montar esta operação ?“. Se a liquidez já diminuiu tanto naquela situação, imagine quando a ação subir e o strike da opção estiver ainda mais distante da cotação do papel ? Quanto mais distante, menor é a liquidez …
Pensei … Pensei … E pensei. Resultado ? Não montei. 🙁
Fiz bem ?
Na segunda e terça-feira, com a arrancada do papel, a operação já se mostrava lucrativa. E bem lucrativa. Mais de R$3.000,00 de lucro (levando-se em consideração que o risco máximo de perdas era de R$15 mil, a coisa se mostrava muito interessante) para desmontar.
O problema ? A falta de liquidez permaneceu. Na verdade, ela piorou um pouco !
Pior do que piorar, em determinados momentos a liquidez era zero. Zero ! Se eu quisesse/precisasse encerrar a operação, não teria como. Não havia nenhum vendedor da C69, a parte vendida da operação que precisava ser comprada para encerrar.
E não foi por pouco tempo não …
Quando não eram as pequenas ofertas que impediriam o encerramento da operação, era a completa ausência de pontas interessadas que impediam.
Resumo: Fiz bem e não fiz. 😯
Fiz bem, por não correr o risco de ter uma operação em mãos que poderia se mostrar problemática na hora de encerrar. Não fiz bem, pois deixei de ganhar uma bela quantia em uma operação de testes …
Mas como lidar com esta operação então ?
Olha … Acredito que um dos principais problemas desta operação, em específico, seja o baixo valor da ação “mãe”. Além de precisar de uma forte alta (forte mesmo, subiu quase 15%) para apresentar um belo lucro, qualquer variação mais forte fazia com que o strike das opções usadas se distanciassem demais da cotação atual.
Como usar a estratégia então ? Lotes menores ? Possivelmente seria a melhor alternativa. Porém com essa solução, eu limitaria – e muito ! – o meu retorno. Estar preparado para zerar (e montar) a operação aos poucos, precisando desta forma correr o risco de que um movimento mais explosivo (como foi visto neste caso) atrapalhasse um pouco o processo de encerramento.
A parte mais importante da operação, que não ocorreu, foi ver que:
1) A estratégia é válida, me permitindo ganhar em momentos de alta, sem a necessidade de colocar dinheiro novo na mesa;
2) A pouca liquidez exige uma calma (extra) na hora de montar e desmontar a operação;
3) A operação exige que o investidor esteja preparado para o risco de ver a liquidez sumir completamente, impossibilitando o encerramento da operação em determinados momentos.
O resultado financeiro me agradou bastante (bastante mesmo, afinal foram 20% sobre o capital efetivamente colocado em risco, sem colocar dinheiro propriamente dito). A adoção de opções ITM (dentro do dinheiro) se mostrou mais interessante do que os testes em que usei opções OTM. 🙂
Acho que voltarei a falar sobre esta estratégia em um futuro próximo. 😉